A construção da integralidade a partir de práticas de equipes de saúde da família no pré-natal

Publication year: 2006
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal da Bahia to obtain the academic title of Mestre. Leader: Ferreira, Silvia Lúcia

O processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) tem contemplado diferentes propostas na organização dos serviços de saúde no Brasil. Destaca-se a estratégia do Programa de Saúde da Família – PSF, eleita pelo Ministério da Saúde como capaz de reverter o modelo assistencial vigente. Um dos elementos fundamentais na discussão acerca dos resultados alcançados pela estratégia é a possibilidade de incorporação de novas práticas em saúde, de modo a garantir a integralidade. Este estudo analisa a construção da integralidade a partir de práticas de equipes de saúde da família no pré-natal. A pesquisa foi de natureza qualitativa descritiva.

Os sujeitos do estudo foram vinte profissionais de saúde das categorias que compõem a equipe mínima preconizada pelo Ministério da Saúde:

enfermeira, médica, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde que atuam no PSF há cinco anos na mesma unidade e equipe. As técnicas utilizadas para a coleta de dados foram a entrevista semi-estruturada e observação participante. Para análise dos dados utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo que possibilitou a captação da visão dos profissionais acerca das mulheres atendidas, as práticas desenvolvidas e o conceito de integralidade construído a partir dessas práticas. Os resultados demonstraram que com relação às mulheres atendidas, a fragmentação e o reducionismo alicerçado aos papéis de gênero permanecem, as práticas ainda centralizam-se nas questões reprodutivas, desfavorecendo a autonomia das mulheres e os conceitos de integralidade consistem no acesso à rede hierarquizada de serviços de saúde, no atendimento das demandas sociais que interferem na saúde e na oferta de ações contínuas e sistematizadas. O tempo de atuação, o incentivo financeiro e as capacitações a que estes profissionais tiveram acesso, não foram suficientes para garantir a produção de novas práticas na perspectiva da integralidade, garantindo o potencial transformador do PSF.(AU)

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