As vivências da família no retorno ao lar com o primeiro filho

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Santos, Beatriz Regina Lara dos

Esta é uma pesquisa do tipo qualitativo, que tem como objetivo conhecer as vivências da família quando retorna ao lar após o nascimento do primeiro filho. No Referencial Teórico, são abordados os seguintes temas: a família, a família em fase de expansão, a família na situação do nascimento do primeiro filho e a interação da enfermeira com a família nesta fase do ciclo vital. Os sujeitos deste estudo são cinco famílias residentes em Erechim, intencionalmente escolhidas, a partir de alguns critérios previamente estabelecidos. A metodologia utilizada é o estudo Descritivo-exploratório. Para a coleta de dados, os instrumentos utilizados são a Entrevista Semi-estruturada e a Observação Participante. Os dados são agrupados em seis categorias preestabelecidas por cada questão norteadora, utilizando a análise de conteúdo: Mudanças na família, Organização no cotidiano da família, Cuidado entre os membros da família, Sentimentos e percepções da família, Relações da família, Necessidades da família. Foi possível constatar que os novos papéis desempenhados pelos pais exigiram alguns ajustes e negociações, principalmente no que se referiu ao papel paterno. A adaptação ao bebê foi considerada difícil, devido aos cuidados e disponibilidade exigidos por este e ao aleitamento. A família extensa foi o principal elemento de apoio para a família nuclear. As mães foram quem mais sentiram as mudanças, tendo dificuldades para reorganizar seu cotidiano e preocupando-se com o retorno ao trabalho. As dificuldades para o cuidado ao bebê relacionaram-se ao choro, manipulação, higiene e aleitamento. O auxílio nas tarefas domésticas apareceu como importante para a recuperação da mãe e para a tranqüilidade desta, neste período. Muitos mitos e crendices populares estiveram presentes nas famílias. A labilidade emocional apareceu nas mães, justificada por elas devido ao estresse de ficar todo o tempo disponível para o bebê e por se sentirem despreparadas e surpresas com a situação vivenciada, tendo receio de não retomarem a vida anterior ao nascimento do bebê. Os serviços de saúde negligenciaram as necessidades de acompanhamento das famílias no pós-parto, sendo procurados por elas somente em caso de doença. Observou-se um bom relacionamento entre a família nuclear e a extensa. As maiores necessidades observadas junto às famílias foram financeiras e de educação em saúde. A maior fonte de informações que tiveram foi da rede de apoio social. Percebeu-se a necessidade da educação antecipatória a fim de proporcionar segurança e tranqüilidade para as famílias e prevenir inúmeras intercorrências através do estabelecimento do vínculo destas famílias com a rede de saúde.(AU)
This is a qualitative research, which aims to unveil the life experiences of families when they return home after the birth of their first child.

The theoretical model approaches issues related to the thematic area:

the family, the family in the expansion stage, the family in the position of the birth of their first child, and the interaction of the nurse in this stage of the child’s life. The subjects of this investigation, intentionally chosen upon the criteria previously established, were five families residing in Erechim. The design of this case study was descriptive exploratory. Tools used for data collection were semi-structured interview and participated observation. From data analysis through the content analysis, six categories were established: changes in the family, organization of their daily activities, care among family members, perception and feelings of the family, their relationships, their needs. It was possible to verify that the new roles performed by the parents required some adjustments and negotiations, especially in regards to the paternal role. Due to the need for care, for parents’ availability and for the nursing required, the adaptation to the baby was considered difficult. The extended family was the main component of support to the nuclear family. The mothers were the most affected ones in regards to the changes, for they had difficulties in reorganizing their daily routine and were concerned about their return to work. The difficulties in relation to the babies were in regards to crying, handling, hygiene and nursing. The assistance received by the mothers in domestic tasks was considered important for their tranquillity and recovery during this period. Many myths and popular beliefs were present in the families. The mothers showed emotional insecurity and this was justified by them due to the stress of being available to the baby at all times. They also felt unprepared and surprised with the situation experienced as well as feeling uncertain of being able to resume their life prior to the baby’s birth. The health services neglected general assistance to the family during the after-birth, being present only in case of illness. A good relationship was perceived between the nuclear and the extended family. The greatest needs observed in the families were in health education and financial resources. The greatest source of information the families had was from the social support system. It was noticed the need for prior education as to provide assurance and tranquility for the families and prevent countless conflicts/dissonancesthrough the establishment of a bond between these families and the health system.

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