Comprometimento cognitivo e fragilidade física em idosos

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná to obtain the academic title of Mestre. Leader: Lenardt, Maria Helena

Resumo:

Trata-se de estudo quantitativo de corte transversal, realizado no Ambulatório de Geriatria e Gerontologia (AGG) do município de São José dos Pinhais/PR (Brasil), com o objetivo de analisar a relação entre o comprometimento cognitivo e a condição e os marcadores de fragilidade física de idosos em assistência ambulatorial de geriatria e gerontologia. Participaram do estudo os idosos com idade ? 60 anos que compareceram às consultas agendadas no AGG no período de outubro de 2016 a março de 2017, selecionados por critérios pré-estabelecidos de inclusão e exclusão. A amostra foi definida por cálculo amostral a partir do número de idosos do município, considerado índice de confiança de 95% (IC=95%), nível de significância de 5% (?=0,05), erro amostral de 5 pontos percentuais. Incluiu-se ao tamanho amostral uma margem de 10% para possíveis perdas ou recusas, o que resultou em uma amostra final de 407 idosos. O recrutamento dos idosos ocorreu aleatoriamente durante a espera para consulta no AGG. Para a coleta dos dados empregaram-se os instrumentos de questionário sociodemográfico e clínico e os testes de fragilidade física fundamentados no fenótipo proposto por Fried, e o Mini-Exame do Estado Mental e Teste de Fluência Verbal Semântica. Foram realizadas análises estatísticas descritivas, distribuição de frequência absoluta e percentual, média e desvio padrão, valores mínimos e máximos, teste de qui-quadrado, com nível de significância estatístico considerado de p?0,05 e método Forward Stepwise. Análise de chance pela Odss Ratio, com intervalo de confiança de 95%. Os modelos foram avaliados pelos critérios da Receiver Operating Characteristic Curve, valor preditivo, especificidade, sensibilidade, taxa de falsos positivos e negativos, sendo considerado elegível o modelo com menor valor do Critério de Informação de Akaike. O estudo integra um projeto de pesquisa temático, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob parecer CEP/SD 1.755.394. Dos 407 idosos avaliados, 238 (58%) apresentaram comprometimento cognitivo. A prevalência de não frágeis foi de 22,9% (n=93), pré-frágeis 55,5% (n=226) e frágeis 21,6%(n=88). Houve predomínio da redução da velocidade da marcha (50% n=205), diminuição do nível de atividade física (41%; n=166), autorrelato de fadiga/exaustão (27%; n=110). Idosos frágeis apresentaram maior chance de comprometimento cognitivo se comparado a não frágeis (OR 2,58, IC 95%, 0,94 - 0,32). O comprometimento na fluência verbal semântica foi identificado em 90 (22%) idosos. Idosos frágeis apresentaram maior chance de comprometimento na fluência verbal se comparado a não frágeis (OR 5,40, IC 95%, 1,68 - 0,38).

O modelo preditivo de comprometimento cognitivo incluiu as variáveis:

sexo (OR 1,72, IC 95%, 1,12-2,66) idade (OR 1,04, IC 95%, 1,01-1,07) e autorrelato de fadiga/exaustão (OR 2,01, IC 95%, 1,21-3,32). Os marcadores autorrelato de fadiga/exaustão (OR 1,83, IC 95%, 1,06 - 3,09), redução da força de preensão manual (OR 3,20, IC 95%, 1,85 - 5,53) e redução da velocidade da marcha (OR 2,78, IC 95%, 1,64 - 4,79) compuseram o modelo preditivo de comprometimento da fluência verbal semântica. Esses resultados contribuem para a prática clínica de enfermagem gerontológica, uma vez que favorecem a identificação de características associadas a maior chance de comprometimento cognitivo, e a implementação precoce de planos de cuidado para a identificação e gestão da fragilidade física minimizando o impacto sobre a cognição.

Abstract:

This is a cross-sectional quantitative study, carried out at the Geriatrics and Gerontology Outpatient Clinic in the city of São José dos Pinhais/PR, Brazil, with the objective of analyzing the relationship between cognitive impairment and the condition and markers of physical frailty of the elderly in outpatient geriatric and gerontology care. The study included the elderly aged ?60 years who attended appointments in outpatient clinic from October 2016 to March 2017, selected by pre-established criteria for inclusion and exclusion. The sample was defined by a sample calculation based on the number of elderly in the municipality, considering a 95% confidence interval (CI = 95%), a significance level of 5% (? = 0.05), a sampling error of 5 percentage points. Sample size was included in a 10% margin for possible losses or refusals, which resulted in a final sample of 407 elderly. Data collection was carried out using sociodemographic and clinical questionnaire instruments and the physical fragility tests based on the Fried phenotype, and the Mini-Mental State Examination and Verbal Fluency Test Semantics. Descriptive statistical analysis, absolute and percent frequency distribution, mean and standard deviation, minimum and maximum values, chi-square test, with statistical significance level of p?0.05 and Forward Stepwise method will be performed and Odss Raio chance analysis with 95% confidence interval. The models were evaluated by the Receiver Operating Characteristic Curve criteria, predictive value, specificity, sensitivity, false positive and negative rates, and the model with the lowest Akaike Information Criterion was considered eligible. The study integrates a thematic research project, approved by the Ethics Committee on Research in Human Beings of the Health Sciences Sector of the Federal University of Paraná (UFPR), under opinion CEP / SD 1,755,394. Of the 407 elderly evaluated, 238 (58%) presented cognitive impairment. The prevalence of non-frail was 22.9% (n=93), pre-frail 55.5% (n=226) and frail 21.6% (n = 88). There was a predominance of walking speed reduction (50% n=205), decrease in physical activity level (41%, n=166), self-report of fatigue/exhaustion (27%, n=110). Fragile elderly presented a higher chance of cognitive impairment when compared to non-frail individuals (OR 2.58, 95% CI, 0.94-0.32). The impairment in semantic verbal fluency was identified in 90 (22%) elderly. Frail elderly presented a greater chance of impairment in verbal fluency when compared to non-frail (OR 5.40, 95% CI, 1.68-0.38).

The predictive model of cognitive impairment included the following variables:

gender (OR 1.72, 95% CI, 1.12-2.66) age (OR 1.04, 95% CI, 1.01-1.07) and self-report of fatigue / exhaustion (OR 2.01, 95% CI, 1.21-3.32). The self-report fatigue / exhaustion markers (OR 1.83, 95% CI, 1.06 - 3.09), manual grip strength reduction (OR 3.20, 95% CI, 1.85-5.53) and reduced walking speed (OR 2.78, 95% CI, 1.64 - 4.79) made up the predictive model of impairment of semantic verbal fluency. These results contribute to the clinical practice of gerontological nursing, since favor identifying characteristics associated with greater chance of cognitive impairment, and early implementation of care plans for the identification and management of physical frailty minimizing the impact on cognition.

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