Das cinzas ao processo judicial eletrônico: um estudo com o coletivo de magistrados do trabalho da 4ª região sobre indicativos de saúde
Publication year: 2015
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Instituto de Psicologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Merlo, Álvaro Roberto Crespo
Esta tese busca discutir indicativos de saúde no coletivo dos magistrados do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, do Rio Grande do Sul, realizada com juízes de primeira e de segunda instância, considerando a organização do trabalho. Os objetivos específicos são caracterizar a estrutura da organização do trabalho do coletivo de magistrados; apresentar e colocar em análise aspectos que descrevam a subjetividade dos magistrados; compreender a dinâmica das relações e do coletivo de magistrados; e, propor estratégias de construção de saúde a partir da psicodinâmica do Trabalho. O aporte teórico metodológico foi a Clínica da Cooperação, de Christophe Dejours, respeitando as etapas da pré-pesquisa, pesquisa propriamente dita e validação. Os dados foram obtidos através de 22 entrevistas iniciais a diferentes setores, 20 entrevistas individuais com aplicação do Inventário de Riscos de Sofrimento Patogênico no Trabalho (IRIS) e 12 sessões coletivas realizadas entre Porto Alegre e Caxias do Sul, com juízes substitutos, titulares e desembargadores. Esta foi uma clínica que foi construída ao longo dos encontros, seguindo o fluxo da mobilização do coletivo com a preocupação de compreender as forças produzidas pelas novas estratégias de gestão advindas da tecnologia virtual, mais especificamente do PJE, que alterou significativamente os processos de trabalho. Permeia este estudo a descrição pormenorizada da prática clínica em todas as etapas e fases do percurso no campo, ilustrando as escolhas e estratégias do real da pesquisa. O estudo possui abordagem mista, com ênfase qualitativa, o que é coerente à intenção de entender as implicações do trabalho em uma instituição marcada pelo prescrito das leis, pela antiguidade e hierarquia, na subjetividade dos trabalhadores. Percebeu-se que os magistrados se encontram em um espaço de transição em relação a utilização do Processo Judicial Eletrônico, que exacerbou o volume de trabalho, o que está trazendo implicações na saúde física e psíquica e no funcionamento dos coletivos. A ampla escuta realizada sobre o trabalho evidenciou que o sofrimento é inerente ao trabalhar, uma vez que leva os magistrados a se depararem com o real do trabalho no seu cotidiano. Constatou-se a utilização de estratégias de defesa como a racionalização, negação, distanciamento, ironia e hiperaceleração; destacando-se os indicativos de saúde utilizados, que necessitam ser mais bem estruturados e potencializados no coletivo no sentido de se transformarem em Estratégias de saúde, tais como, o trabalho em colegiado, as trocas produzidas, os poros. É necessária a operacionalização de espaços de discussão legítimos que propiciem a mistura das “cinzas”, democratizando as relações de trabalho entre as instâncias e entre os servidores, produzindo mais potência e saúde nos coletivos de trabalho.
This thesis discusses health indicatives, in the collective of the judges of the Regional Labor Court of the 4th Region of Rio Grande do Sul, held with judges of first and second instance, considering the organization of work. The specific objectives are to characterize the structure of the organization of the work of the collective of judges; presenting and put into analysis, aspects describing the subjectivity of judges; understand the dynamics of relationships and the collective of judges; and propose health building strategies as from the Labor psychodynamics. The methodological theoretical support was the Clinic for Cooperation, Christophe Dejours, respecting the stages of pre-research, research itself and validation. Data were obtained through 22 initial interviews to different sectors, 20 individual interviews with application of Inventory of Risks of Pathogenic Suffering at Work (IRIS) and 12 group sessions held between Porto Alegre and Caxias do Sul, with substitute judges, holders and chief judges. This was a clinic that was built along the meetings, following the flow of the collective's mobilization with the concern to understand the forces produced by the new management strategies arising from virtual technology, specifically the EO, which significantly altered work processes. This study is permeated by a detailed description of clinical practice at all stages and phases of the route in the field, illustrating the choices and strategies of the real of research. The study has mixed approach with a qualitative emphasis, which is coherent to the intention to understand the implications of working in an institution marked by prescribed of the laws, by the antiquity and hierarchy, the subjectivity of workers. It was noticed that the judges are in a transitional space regarding the utilization of the Electronic Judicial Process, which exacerbated the workload, which is bringing implications for physical and mental health and functioning of the collectives. The wide listening carried on the work showed that suffering is inherent in the work, since it leads the magistrates confront with the real work in their daily lives. It was verified the use of defense strategies such as rationalization, denial, detachment, irony and hyper-acceleration; highlighting the health Indicatives used which need to be better structured and potentialized in the collective in the sense of becoming health strategies such as work collegially, the changes produced, the pores. It is necessary to the operationalization of legitimate discussion spaces that provide a mixture of "ashes" democratizing the working relationships between the instances and between servers, producing more power and health in the work collectives.
Cette thèse cherche à discuter les indicatifs de santé auprès du collectif des magistrats du Tribunal Régional du Travail de la 4ème Région,du Rio Grande do Sul.réalisée avec des juges de première et de seconde instance considérant l'organisation du travail. Les objectifs spécifiques sont ceux de caractériser la structure de l'organisation du travail du collectif des magistrats, de présenter et mettre en analyse des aspects qui décrivent la subjectivité des magistrats; comprendre la dynamique des rapports et du collectif des magistrats et de proposer des stratégies de construction de santé ayant comme départ la Psychodynamique du Travail. L’apport théorique méthodologique a été la Clinique de la Coopération, de Cristophe Dejours,respectant les étapes de la prérecherche,de la recherche proprement dite et de la validation. Les données ont été obtenues par les 22 entretiens initiaux faits à de différents secteurs; les 20 interviews individuelles avec l'application de l'Inventaire de Risques de Souffrance Pathogène dans le Travail (IRIS), et des 12 scéances collectives réalisées entre Porto Alegre et Caxias do Sul,avec des procureurs substituts,des juges et des juges conseillers. Cette clinique a été construite le long des rencontres selon la disponibilité du collectif avec la préoccupation de comprendre les forces produites par les nouvelles stratégies issues de la technologie virtuelle,plus précisement, du PJE, qui a beaucoup modifié les processus de travail.La description détaillée de la pratique clinique dans toutes les étapes et phases de son parcours s’y trouvent,démontrant les choix et les stratégies réels de la recherche.L’étude a une approche mixte,ayant une emphase qualitative,ce qui est cohérent à l’intention de comprendre l’importance du travail dans une institution marquée par le prescrit des lois,par l’ancienneté et la hiérarchie,dans la subjectivité des travailleurs. On a remarqué que les magistrats se trouvent dans une phase d’adaptation par rapport à l’emploi du Procès Judiciaire Électronique,une fois que la quantité de travail a beaucoup augmenté,apportant des conséquences à la santé physique et psychique, voire au fonctionnement des collectifs.L’ample écoute faite à ce propos, a mis en évidence que la souffrance est inhérente à l’acte de travailler,car, elle met les magistrats en face de la réalité de son travail journalier. On a constaté l’emploi de stratégies de défense,telles que la rationalisation,la négation,l’éloignement,l’ironie et l’hyper-accéleration,faisant ressortir les indicatifs de santé employés qui doivent être mieux structurés et devenir plus puissants dans lecollectif,afin de se transformer en stratégies de santé,comme le travail en collectivité,les échanges produites,les pores.Il faut créer des endroits spécifiques aux discussions légales et que permettent le mélange des “ cendres, pour rendre plus démocratique les rapports de travail parmi les instances et les travailleurs,produisant plus de puissance et de santé dans les collectifs de travail.