Publication year: 2014
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná to obtain the academic title of Mestre. Leader: Danski, Mitzy Tannia Reichembach
Resumo:
Introdução: Situações de doença aguda podem tornar-se crônicas, a exemplo das feridas, especialmente as úlceras venosas. Estas são definidas por lesões em membros inferiores relacionadas à insuficiência venosa e acometem os aspectos familiares, sociais e laborais. A Bota de Unna é uma tecnologia utilizada para o tratamento das úlceras venosas que constituem importante problema de saúde pública pela elevada incidência, prevalência, impacto socioeconômico, cronicidade e frequência das recidivas. Objetivos:
Analisar a efetividade da tecnologia Bota de Unna no tratamento da úlcera venosa; caracterizar o perfil sócio demográfico e clínico dos pacientes com feridas crônicas; e mensurar a recidiva das úlceras venosas após tratamento com a tecnologia Bota de Unna. Método:
Pesquisa retrospectiva documental realizada no Ambulatório de Tratamento de Feridas de um hospital de ensino de Curitiba-Paraná, no período de dois anos (2013-14), coleta de dados abrangeu o intervalo de tempo compreendido entre janeiro de 2007 a dezembro de 2012. Foi dividida em duas etapas, a saber: Etapa I referente a pacientes portadores de feridas crônicas de diversas etiologias e Etapa II exclusivamente a pacientes com úlceras venosas e que fizeram uso da tecnologia Bota de Unna como tratamento principal. Resultados:
A Etapa I totalizou 142 pacientes, média de idade de 55 anos, (51,4%) sexo feminino; (57%) estado civil casado; 252 feridas crônicas de diversas etiologias; predominaram as de origem venosa (44,4%) e (47,1%) dos pacientes apresentaram hipertensão arterial sistêmica como fator de risco. A Etapa II totalizou 49 pacientes e 80 úlceras venosas. Predominou o sexo masculino (57,1%), estado civil casado (61,2%); média de 57 anos de idade, (51%), hipertensão arterial sistêmica como fator de risco. Houve significância estatística para deambulação sem auxílio (p-valor= 0,0986), exsudato de aspecto purulento (p-valor=0,0629) e volume intenso (p-valor=0,0193), variáveis que interferiram negativamente na cicatrização. O tempo médio de cicatrização foi de 128 dias, 40% cicatrizaram em até 12 semanas (p-valor < 0,0001). Oito (20%) apresentaram recidiva e destes, seis (75%) não usaram meias elásticas, bem como não fizeram repouso adequado e cinco (62,5%) não usaram hidratante. Evidenciou-se que o tamanho da úlcera venosa interfere na cicatrização, pois houve significância estatística (p-valor < 0,0001) para a cicatrização. Em relação a tamanho das úlceras venosas, observou-se que existe diminuição, ao longo de todo o tratamento, e significativa redução da área da úlcera em até 12 semanas.Conclusão:
A Bota de Unna foi efetiva na cicatrização das úlceras venosas. As variáveis tamanho de úlcera, exsudato purulento, volume intenso, odor intenso e deambulação sem auxilio interferem na cicatrização. As recidivas ocorreram em pacientes que não utilizaram meias elásticas, não fizeram repouso adequado e não usaram hidratante rotineiramente. O uso da tecnologia Bota de Unna após a cicatrização por 4 semanas evita recidiva.
Abstract:
Introduction: Situations of acute illness can become chronic, as in the example of wounds, in particular, venous ulcers. These are defined as lower limb lesions related to venous insufficiency, and affect family, social and work aspects. An Unna Boot is a technology used for treating venous ulcers, which constitute an important public health problem due to their high incidence, prevalence, socioeconomic impact, chronicity and frequency of recurrence. Objectives:
To analyze the effectiveness of the Unna Boot technology in the treatment of venous ulcers; to characterize the sociodemographic and clinical profile of the patients with chronic wounds; and to measure the recurrence of the venous ulcers following treatment with the Unna Boot technology. Method:
A retrospective documental study undertaken in the Wound Treatment Outpatient Center of a teaching hospital in Curitiba, Paraná, over two years (2013-14). Data collection covered the period between January 2007 and December 2012. It was divided into stages, namely: Stage I, referent to patients with chronic wounds of various etiologies, and Stage II, referent exclusively to patients with venous ulcers and who made use of the Unna Boot technology as the main treatment. Results:
Stage I had a total of 142 patients, with a mean age of 55 years old, (51.4%) female; (57%) married; 252 chronic wounds of various etiologies; those of venous origin predominated (44.4%) and (47.1%) of the patients presented systemic arterial hypertension as a risk factor. Stage II had a total of 49 patients and 80 venous ulcers. There was a predominance of males (57.1%), married persons (61.2%); a mean age of 57 years old (51%), and systemic arterial hypertension as a risk factor. There was statistical significance for walking without assistance (p-value = 0.0986), purulent exudate (p-value=0.0629) and intense volume (p-value =0.0193); variables which negatively influence healing. Mean healing time was 128 days, 40% healed in up to 12 weeks (p-value < 0.0001). Eight (20%) presented recurrence, and of these, six (75%) did not use compression stockings, and did not take adequate rest; five (62.5%) did not use moisturizer. It was evidenced that the size of the venous ulcer interferes with healing, as there was statistical significance (p-value < 0.0001) for healing. In relation to the size of the venous ulcers, it was observed that there is reduction over the entire course of the treatment, and significant reduction of the ulcer’s area in up to 12 weeks. Conclusion:
The Unna Boot was effective in the healing of the venous ulcers. The variables of ulcer size, purulent exudate, intense volume and walking without assistance influence healing. The recurrences occurred in patients who did not use compression stockings, who did not take adequate rest, and who did not routinely use moisturizer. The use of the Unna Boot technology following healing, for four weeks, avoids recurrence.