Avaliação da utilização do teste immunoblot recombinante (RIBA) no diagnóstico da infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) em doadores de sangue com anti-VHC reagente

Publication year: 2011
Theses and dissertations in Portugués presented to the Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz to obtain the academic title of Mestre. Leader: Reis, Mitermayer Galvão

A infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) é comumente assintomática e apresenta uma elevada taxa de cronicidade, podendo evoluir para cirrose e carcinoma hepatocelular. O diagnóstico da hepatite C é realizado através da pesquisa de anticorpos pelo teste de ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) e confirmado por testes suplementares, tais como o RIBA (Recombinant Immunoblot Assay) e westernblot e teste confirmatório, como a pesquisa do VHC-RNA. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia do RIBA no diagnóstico da infecção pelo VHC em doadores de sangue com anti-VHC reagente. Foram analisadas 102 amostras com resultado de anti-VHC reagente na HEMOBA, utilizando-se o teste anti-VHC Architect Abbott por quimioluminescência para detecção dos anticorpos anti-VHC, o RIBA III (CHIRON) como teste suplementar para as amostras anti-VHC reagentes e indeterminadas e a Reação em Cadeia da Polimerase (RT-PCR) convencional ou em tempo real (Amplicor Roche) para detecção do VHC-RNA. As amostras com VHC-RNA detectável foram genotipadas por hibridização reversa (LIPA; SIEMENS). Das 102 amostras analisadas no LACEN, 38,2% (39/102) foram reagentes, 57,8% (59/102) foram não reagentes e 3,9% (4/102) foram indeterminadas para o anti-VHC. Os resultados do RIBA foram 58,1% (25/43) positivos, 9,3% (4/43) negativos e 32,6% (14/43) indeterminados. Todas as amostras com resultado de RIBA indeterminado tiveram carga viral indetectável. As bandas predominantes nas amostras indeterminadas foram c33 e c22. Das amostras indeterminadas no RIBA, repetidas após seis meses com nova coleta, 20% (2/10) negativaram e 71,4% (10/14) permaneceram RIBA indeterminado. Destas, (8/10) continuaram indeterminadas com o mesmo padrão de bandas. O VHC-RNA foi realizado em todas as amostras do estudo (102) e foi detectável em apenas 22,5% (23/102). Todas as amostras com VHC-RNA detectável foram RIBA positivo e tinham índex maior que cinco na relação S/CO. Em apenas duas amostras que tiveram resultado de RIBA positivo, o VHC-RNA não foi detectado. As 23 amostras com VHC-RNA detectável foram genotipadas, sendo 78,3% (18/23) do genótipo 1, 17,4% (4/23) do genótipo 3 e 4,3% (1/23) do genótipo 2. A positividade do anti-VHC associou-se com o uso de droga intranasal (< 0,001), com drogas injetáveis (< 0,001)) e ocorrência de DST (< 0,05). Diante dos resultados encontrados, observa-se que o RIBA apresenta um elevado número de resultados indeterminados, sendo necessária a realização do VHC-RNA para a confirmação da infecção pelo VHC. Indivíduos com resultado de anti-VHC índex menor que cinco e resultado de RIBA indeterminado têm grande probabilidade de não apresentarem o VHC-RNA detectável e portanto, de não estarem infectados pelo VHC, mas devem ser acompanhados sorologicamente, de acordo com o critério médico

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