Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública to obtain the academic title of Doutor. Leader: Diniz, Carmen Simone Grilo
Introdução:
Garantir a universalização do acesso à assistência não implica em melhores indicadores maternos e neonatais. Diante disso, foi proposto a Iniciativa Hospital Amigo da Mulher e da Criança (IHAMC), com o objetivo de promover melhorias na qualidade da atenção ao parto e nascimento. Também é crescente a quantidade de recomendações sobre a promoção de experiências positivas de parto, uma vez que, muitas mulheres ainda são assistidas em um modelo intervencionista, como é o caso brasileiro. Apesar disso, faltam instrumentos validados que visibilizem a qualidade da assistência oferecida nas maternidades brasileiras, incluindo a perspectiva das mulheres. Objetivos:
Elaborar e validar um instrumento que avalia a qualidade da assistência nas maternidades. Métodos:
Após o uso do Termômetro de Segurança da Maternidade (TSM), considerou-se a elaboração de um instrumento novo, o termômetro da IHAMC (T-IHAMC). A avaliação da validade de conteúdo desse instrumento foi realizada por um comitê composto por oito especialistas, que incluiu uma representante das usuárias da maternidade. Além de alterações no instrumento, as interações com o comitê resultaram estimativas de porcentagens de concordância e índices de validade de conteúdo. Também foram conduzidos pré-testes do instrumento. Para avaliar a estabilidade de questões sobre a experiência geral das puérperas com o atendimento, foi realizado o teste-reteste com um intervalo de 10 a 15 dias, e estimados coeficientes de Fleiss Kappa, níveis de significância de 5% e intervalos de confiança de 95%. Resultados:
O TSM identificou aspectos fundamentais sobre a segurança materna, no entanto, a experiência do uso desse instrumento também mostrou desvantagens, que foram levadas em consideração à elaboração do T-IHAMC. A versão final do T-IHAMC contemplou 69 questões distribuídas em três blocos (admissão, internação e pós-alta). Os blocos de questões, as questões, as instruções e o formato do T-IHAMC foram avaliados como adequados ou ideais à validação de conteúdo. Também se verificou que as mulheres compreenderam as questões do instrumento de modo adequado após os pré-testes. Quanto à estabilidade, as respostas a algumas questões do T-IHAMC mostraram-se mais instáveis que outras com o passar do tempo. Na comparação do teste-reteste, as avaliações sobre ter privacidade durante a internação e ter as escolhas respeitadas pelos profissionais da maternidade pioraram, bem como os quesitos recomendação da maternidade para outra mulher e avaliação da segurança da assistência recebida. Conclusões:
Os resultados derivados do T-IHAMC têm potencial para subsidiar a discussão sobre a qualidade da assistência oferecida nas maternidades, e constituir indicadores sobre as experiências das mulheres com o atendimento recebido durante o parto. Apesar da elevada proporção de avaliações negativas sobre aspectos que compõem a experiência geral das mulheres independente do momento de aplicação do instrumento, a condução de entrevistas por telefone com as puérperas após alguns dias da alta constituiu na estratégia mais adequada para a realização das perguntas do bloco pós-alta do T-IHAMC.
Introduction:
Ensuring universal access to health services does not mean better maternal and neonatal outcomes. Thus, the Mother-Baby Friendly Birthing Facilities (MBFBF) was launched to improve the quality of facility-based care. There is also a growing number of recommendations on intrapartum care for a positive childbirth experience, since many women are still assisted in an interventionist model, as is the case of Brazil. Therefore, validated tools that measure the quality of care provided in Brazilian maternity services, including women's perspectives, are needed. Aim:
To develop and validate a tool to evaluate the quality of care in maternity services. Methods:
After using the Maternity Safety Thermometer (MST), it was developed a new tool, the MBFBF thermometer. The content validity was carried out by a committee composed of eight experts, which included a maternity service user representative. In addition to tool changes, interactions with the committee resulted in agreement percentages and content validity indices. Pre-tests were also conducted. To assess the stability of questions about the overall experience of postpartum women with care, the test-retest was performed with an interval of 10 to 15 days, and estimated Fleiss Kappa coefficients, significance levels of 5% and confidence intervals of 95%. Results:
The TSM identified fundamental aspects of maternal safety, however, the experience of using this tool also showed disadvantages that were taken into consideration when designed MBFBF thermometer. The final version of the MBFBF thermometer included 69 questions distributed in three blocks (booking, admission and discharge). The MBFBF thermometer question blocks, questions, instructions, and format were assessed as appropriate or ideal for content validation. It was also found that women understood the questions properly after the pre-tests. As for stability, the answers to some T-IHAMC questions proved to be more unstable than others over time. In the test-retest comparison, assessments of having privacy during admission and having choices respected by maternity professionals worsened, as well as maternity recommendation for another woman and assessment of the safety of care received. Conclusions:
Results from the MBFBF thermometer have the potential to support the discussion about quality of facility-based care, and to provide women's experiences indicators. Despite the high proportion of negative evaluations on aspects that make up the overall experience of women regardless of the moment of application of the tool, conducting telephone interviews with postpartum woman after a few days of maternity discharge was the most appropriate strategy for the discharge question block of MBFBF thermometer.