Estudos de células tumorais circulantes (CTCs) em câncer de mama e melonama
Study of circulating tumor cells (CTCs) in breast cancer and melanoma

Publication year: 2016
Theses and dissertations in Portugués presented to the Fundação Antônio Prudente to obtain the academic title of Doutor. Leader: Rocha, Rafael Malagoli

As células tumorais circulantes (CTCs) são extremamente raras no sangue periférico de pacientes com câncer e têm demonstrado refletir em tempo real o status do tumor primário. A elucidação da biologia dessas células permitirá a identificação de uma subpopulação metastática e, possivelmente, resistente a tratamento. Além disto, elas poderiam representar uma alternativa importante e menos invasiva às tradicionais biópsias para o monitoramento da resposta a drogas. Este estudo investigou CTCs em pacientes com câncer de mama e melanoma utilizando diferentes abordagens tecnológicas, descritas a seguir. Objetivamos isolar e caracterizar CTCs a partir de amostras de sangue de pacientes com câncer de mama e realizar a análise destas células em comparação com amostras de seus tumores primários pareados, com foco em marcadores da transição-epitélio-mesênquima (TEM) (CKs e FOXC1) e do metabolismo celular (PGC-1a, COXIV, MCT4). Para tal, pacientes com câncer de mama M0 e M+ foram recrutadas. Não houve diferença significativa entre os grupos para a mediana do valor de CTC.. Ambos os grupos de pacientes apresentaram maior porcentagem de CTCs positivas para os marcadores do metabolismo oxidativo (PGC-1a e COXIV) comparado à glicólise aeróbica (MCT4). Por outro lado, houve diferença quanto à expressão dos marcadores da TEM em CTCs entre os dois grupos de pacientes. Observamos mudanças na expressão de marcadores metabólicos e da TEM em amostras de tecido primário e metástases, porém baixa ou nenhuma correlação entre as amostras de tecidos e CTCs foi encontrada. O número total de CTCs alterou após o início da terapia neoadjuvante e PGC-1a foi o único marcador metabólico que apresentou positividade em CTCs para todas as pacientes analisadas e ainda mostrou aumento de sua expressão em tumor primário pós-tratamento. O uso de CTCs para o monitoramento seriado das mudanças dinâmicas na sinalização de células tumorais em resposta ao tratamento do melanoma com mutação em BRAF permitiria uma rápida avaliação do sucesso ou falha terapêutica. Por esta razão, desenvolvemos com sucesso uma abordagem nova e robusta de múltiplo-imunofluorescência aplicando as tecnologias de imagem multiespectral (MSI) e a amplificação do sinal por tiramida (TSA) para a identificação de CTCs e quantificação de proteínas de sinalização. Para este estudo, geramos um modelo animal de melanoma usando uma linhagem celular altamente metastática. CTCs foram isoladas a partir do sangue de camundongos utilizando um dispositivo microfluídico (negCTC-ichip). Uma vez validada, a metodologia foi aplicada à análise de CTCs isoladas a partir de amostras de sangue de pacientes com melanoma. Nosso coquetel de anticorpos contra epítopos específicos de melanoma demonstrou alta especificidade em capturar CTCs a partir de amostras de melanoma. Nenhum resultado falso positivo foi observado em células normais do sangue e raras positividades foram detectadas em amostras de indíviduos saudáveis usados como controle negativo. Alterações dinâmicas na expressão de pERK e pS6 em CTCs foram observadas como resposta ao tratamento para os inibidores de MAPK. Especificamente para as amostras de camundongos, eventos de resistência à terapia já descritos para melanoma foram observados em CTCs. Uma análise qualitativa e pareada do tecido do tumor primário e CTC demonstrou uma resposta à terapia semelhante para ambas as amostras.. Os nossos resultados demonstram que esta nova abordagem é capaz identificar CTCs a partir de amostras de sangue de pacientes e de modelo animal e que essas células podem representar um importante substituto às biópsias tumorais para identificar alterações farmacodinâmicas na expressão de marcadores em CTCs induzidas pela resposta à terapia.
Circulating tumor cells (CTCs) are extremely rare cells in the peripheral blood of cancer patients that have been shown to reflect the real time status of the primary tumor. Elucidation of their biology will allow for the identification of metastatic and, possibly, drug resistant subpopulation of cells. In addition, they could provide an important, less invasive alternative to traditional biopsies for monitoring drug response.This study investigated CTCs in breast cancer and melanoma patients using different technological approaches as described below. We aimed to isolate and characterize CTCs from peripheral blood of breast cancer patients and to perform the analysis of these cells in comparison to their paired primary tissue samples with a focus on the markers of epithelial-mesenchymal transition (EMT) (CKs and FOXC1) and cellular metabolism (PGC-1a, COXIV, MCT4). To achieve this, M0 and M+ breast cancer patients were recruited. There was no significant difference between the groups for median value of CTCs. Both patient groups presented higher percentage of positive CTCs for markers of oxidative metabolism (PGC-1a e COXIV) compared to aerobic glycolysis (MCT4). Conversely, there was difference related to EMT markers in CTCs between the two patient groups. We observed changes in expression of EMT and metabolic markers in primary tumor and metastases, however low or no concordance between tissue samples and CTCs was found. The total number of CTCs changed after the initiation of neoadjuvant therapy and PGC-1a was the only metabolic marker that presented positivity in CTCs of all patients analyzed while also demonstrated an increase in expression in primary tumor post-treatment. Serial monitoring of the dynamic changes in tumor cell signaling in response to treatment in BRAF mutant melanoma using CTCs would allow for rapid assessment of therapeutic success or failure. For this reason, we successfully developed a novel robust fluorescent multiplexed staining approach applying Multi-Spectral Imaging (MSI) and Tyramide Signal Amplification (TSA) technologies for the identification of CTCs and the quantification of signaling proteins. For this study, we generated a melanoma mouse model using a highly metastatic melanoma cell line and CTCs were isolated from mice blood using a negative selection, microfluidic device (negCTC-ichip). Once validated, we translated our protocol for the analysis of CTCs isolated from blood samples of melanoma patients. Our cocktail of antibodies against melanoma epitopes showed a high specificity in capturing melanoma CTCs, no reaction with normal blood cells and rare false positive events in blood samples from healthy donors used as negative controls. Dynamic changes in pERK and pS6 expression in CTCs were observed as response of treatment for MAPK inhibitors. Specifically for mice samples, drug resistance events described for melanoma cancer were observed in CTCs and a paired qualitative analysis of tissue and CTCs demonstrated similar drug response for both specimens. Our results demonstrate that using this new approach, we are able to identify CTCs in blood samples from patients and mice and that these CTCs can be used as a surrogate to tumor biopsies to detect pharmacodynamics changes of expression of markers in CTC induced by response to treatment.

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