Padrão de resposta patológica à quimioterapia neoadjuvante em câncer gástrico: relação com fatores prognósticos e sobrevida
Pathologic response profile to neoadjuvant chemotherapy in gastric cancer: relationship with prognostic factors and survival
Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Fundação Antônio Prudente to obtain the academic title of Doutor. Leader: Begnami , Maria Dirlei Ferreira de Souza
Introdução:
A quimioterapia perioperatória e cirurgia são o padrão de tratamento para pacientes com câncer gastroesofágico avançado, entretanto, seu impacto entre aqueles tratados com cirurgia radical carece de avaliação mais detalhada. Apresentamos os resultados desta abordagem de tratamento multimodal em uma coorte de pacientes com câncer gástrico tratados com linfadenectomia D2.Objetivo:
identificar fatores prognósticos associados à melhora da sobrevida e resposta patológica associados ao tratamento neoadjuvante. Pacientes e métodos. Este estudo de coorte retrospectivo envolveu pacientes tratados com quimioterapia perioperatória e ressecção em um único centro oncológico no Brasil entre 2006 e 2016. Indivíduos com tumores do coto gástrico, tumores de esôfago ou tratados com quimioterapia intra-peritoneal foram excluídos. A análise de sobrevivência com intenção de tratar foi realizada para todos os indivíduos que iniciaram a quimioterapia neoadjuvante, e os fatores prognósticos foram determinados entre aqueles que tiveram ressecção R0. Resultados. Este estudo incluiu 239 pacientes, dos quais 198 tiveram ressecção R0. A média de idade foi de 59,9 anos e a maioria apresentava doença em estágio clínico IIB ou III (88%). Entre os 239 pacientes que iniciaram quimioterapia neoadjuvante, 207 (86,6%) completaram todos os ciclos de tratamento neoadjuvante, e a ressecção cirúrgica foi realizada em 225 indivíduos (94,1%). As taxas gerais de morbidade e mortalidade em 60 dias foram de 35,6% e 4,4%, respectivamente. Para toda a coorte, a sobrevida mediana foi de 78 meses e a taxa de sobrevida em 5 anos foi de 55,3%. Os fatores associados à pior sobrevida foram estágio ypT3–4, ypN, estágio, ressecção estendida e sem quimioterapia adjuvante. Conclusões. A quimioterapia perioperatória resultou em resultados muito bons para pacientes tratados com cirurgia radical, e o downstaging após a quimioterapia mostrou ser um determinante principal do prognóstico
Background. Perioperative chemotherapy and surgery are the standard of care in advanced gastroesophageal cancer patients, but its impact among those treated with radical surgery still needs further assessment. We present the results of this multimodality treatment approach in a gastric cancer patients cohort treated with D2 lymphadenectomy. We aimed to identify prognostic factors associated with improved survival. Patients and Methods. This retrospective cohort study enrolled patients treated with perioperative chemotherapy and resection in a single cancer center in Brazil between 2006 and 2016. Subjects presenting tumors of the gastric stump, esophageal tumors, or treated with intraperitoneal chemotherapy were excluded. Intention-to-treat survival analysis was performed for all subjects who started neoadjuvant chemotherapy, and prognostic factors were determined among those who had R0 resection. Results. This study included 239 patients, of whom 198 had R0 resection. The mean age was 59.9 years, and most had clinical stage IIB or III disease (88%). Among the 239 patients who started neoadjuvant chemotherapy, 207 (86.6%) completed all neoadjuvant treatment cycles, and surgical resection was performed in 225 subjects (94.1%). Overall 60-day morbidity and mortality rates were 35.6% and 4.4%, respectively. For the entire cohort, median survival was 78 months and the 5-year survival rate was 55.3%. Factors associated with worse survival were ypT3–4 stage, ypN stage, extended resection, and no adjuvant chemotherapy. Conclusions. Perioperative chemotherapy resulted in very good outcomes for patients treated with radical surgery, and downstaging after chemotherapy was shown to be a major determinant of prognosis