O adenocarcinoma gástrico associado ao vírus Epstein-Barr (EBV) corresponde a cerca de 10% dos carcinomas gástricos, ocorre mais frequentemente em pacientes mais jovens e acomete preferencialmente a porção proximal do estômago. São tumores que com maior frequência exibem um crescimento sólido, associado a um infiltrado linfocitário exuberante. A imunoterapia tem trazido uma nova perspectiva para o tratamento de vários tumores e consequentemente a avaliação do PD-L1 tem sido amplamente estudada, incluindo tumores gástricos. Foram avaliados 269 casos de adenocarcinomas gástrico operados na Liga contra o câncer do estado do Rio Grande do Norte com a finalidade de avaliar os dados clínico-patológicos, a frequência de casos associados a EBV, a expressão de PD-L1 e p16 e o infiltrado de linfócitos CD8 e CD4 intra e peritumorais. Foram identificados 17 casos (6,32%) de adenocarcinomas associados à EBV (AdG-EBV). Estes ocorreram mais frequentemente em pacientes acima de 50 anos (60%), com estádio T3/T4 em 94,12% e com acometimento linfonodal em 84,03%. O infiltrado linfocitário CD8 e CD4 positivos foi observado em todos os casos, expressão de PD-L1 em 82,35%% e de p16 em 35,29% dos tumores. Nos adenocarcinomas não associados à EBV (AdG-não-EBV) houve predomínio em pacientes acima de 50 anos, com estádio T3/T4 em 79,6%, com acometimento linfonodal em 65,48%, infiltrado linfocitário CD8 e CD4 positivos em 66,5% e 73,02 respectivamente e expressão de p16 em 67,86% dos tumores. Foi demonstrado uma menor frequência de AdG-EBV no presente estudo quando comparado com a literatura. A grande maioria acomenteu pacientes acima de 50 anos, estava em estádios avançados e com linfonodos acomentidos semelhantes aos tumores não associados à EBV. Porém, mais frequentemente expressaram PD-L1 e com infiltrado de linfócitos CD8 e CD4 positivos. O p16 foi expresso em menor frequência, não sendo possível ser usado como um biomarcador da infecção pelo EBV