Trauma and injury severity score: análise de novos ajustes no índice
Trauma and injury severity score: analysis of new adjustments in the index

Publication year: 2013
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo to obtain the academic title of Doutor. Leader: Sousa, Regina Marcia Cardoso de

Introdução:

O Trauma and Injury Severity Score (TRISS) é considerado padrão ouro na análise de probabilidade de sobrevida do doente traumatizado, apesar de suas limitações. Vários têm sido os esforços na tentativa de torná-lo mais acurado, tendo em vista seu importante papel nos Programas de Melhoria de Qualidade em Trauma.

Objetivos:

Propor três novos ajustes à equação do TRISS e comparar suas performances com o TRISS e o TRISS-like originais e com esses índices e o NTRISS com coeficientes ajustados à população do estudo; identificar se a técnica de imputação múltipla aumenta a acurácia das equações derivadas de bancos de dados com perdas e comparar o desempenho dos novos modelos quando derivados e aplicados em diferentes grupos de vítimas traumatizadas.

Método:

Trata-se de um estudo multicêntrico, retrospectivo, com vítimas de trauma internadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC FMUSP) e no Centro de Trauma da Universidade da Califórnia San Diego Medical Center (UCSD MC), no período de 1º de janeiro de 2006 a 31 de dezembro de 2010. As informações dos doentes foram agrupadas em Bancos de Dados Derivação e Teste, sendo o primeiro utilizado para derivar as equações e o segundo para validar as equações geradas. Os coeficientes dos modelos foram estabelecidos pela análise de regressão logística. A curva Receiver Operating Characteristics (ROC) foi utilizada para avaliar a performance dos modelos e o algoritmo de DeLonge et al. para comparar as áreas sob as curvas (AUC).

Resultados:

A casuística foi composta de 2.416 doentes do HC FMUSP (São Paulo, Brasil) e 8.172 participantes do UCSD MC (San Diego, EUA). Os novos modelos propostos foram o NTRISS-like, que incluiu as variáveis Melhor Resposta Motora (MRM),Pressão Artéria Sistólica (PAS), New Injury Severity Score (NISS) e idade; o TRISS SpO2, com as variáveis Escala de Coma de Glasgow, PAS, saturação periférica de oxigênio (SpO2), Injury Severity Score, além da idade e o NTRISSlike SpO2 (MRM + PAS + SpO2 + NISS + idade). Todas as equações tiveram coeficientes ajustados para trauma contuso e penetrante. A técnica de imputação múltipla aplicada à derivação das equações não melhorou a acurácia dos modelos. Os modelos TRISS original, TRISS, TRISS-like e NTRISS com coeficientes ajustados e as novas propostas não apresentaram diferença estatisticamente significativa em sua performance. As novas equações ajustadas aos dados de São Paulo e as geradas com informações de San Diego apresentaram diferentes AUC ao serem aplicadas nos dois grupos de doentes dessas localidades. A acurácia sempre foi maior quando as equações foram aplicadas na população de San Diego.

Conclusões:

Os novos modelos apresentaram boa acurácia (cerca de 89,5%) e desempenho similar a outros ajustes do índice TRISS anteriormente publicados; portanto, podem ser utilizados nas avaliações de qualidade da assistência ao traumatizado. Os ajustes dos índices de probabilidade de sobrevida à realidade local de sua aplicação não melhoraram seu desempenho, resultado que reforça a incerteza sobre a necessidade desses ajustes, conforme o local de aplicação do índice.

Introduction:

Trauma and Injury Severity Score (TRISS) is considered the "gold standard" in the analysis of survival probability of trauma patients, despite its limitations. There have been several efforts to make it more accurate because of its important role in Trauma Quality Improvement Programmes.

Objectives:

To propose three new adjustments to the TRISS equation and compare their performances with the TRISS and TRISS-like originals and these indices and NTRISS with coefficients adjusted to the study population; identify if the multiple imputation technique increases the accuracy of the equations derived from databases with missing; and to compare the performance of the new models when derivatives and applied to different groups of trauma patients.

Methods:

This is a multicenter, retrospective study with trauma victims admitted to the Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC FMUSP) and the Trauma Center at the University of California San Diego Medical Center (UCSD MC) for the period between January 1st, 2006 and December 31st, 2010.

The information of patients were grouped into two different databases:

derivation and testing; the first one served to derive the equations and the second was used to validate the equations generated. The model coefficients were established by logistic regression analysis. Receiver Operating Characteristic curve (ROC) was used to evaluate the performance of the models and De Long et al. algorithm to compare the areas under the curves (AUC).

Results:

The casuistic consisted of 2,416 patients from HC FMUSP (São Paulo, Brazil) and 8,172 participants from UCSD MC (San Diego, USA). The new models proposed were NTRISS-like which included the variables Best Motor Response (BMR), Systolic Blood Pressure (SBP),New Injury Severity Score (NISS) and age; TRISS SpO2 that included the variables Glasgow Coma Scale, SBP, saturation of peripheral oxygen (SpO2), Injury Severity Score and age; and NTRISS-like SpO2 (BMR + SBP + SpO2 + NISS + age). All equations had adjusted coefficients for blunt and penetrating trauma. The multiple imputation technique applied in the derivation of the equations did not improve the accuracy of the models. The original TRISS, and TRISS, TRISS-like and NTRISS with adjusted coefficients and the new proposals showed no statistically significant difference in performance. The new equations fitted to the São Paulo data and generated with information from San Diego showed different AUC when applied in the two patient groups in these localities. The accuracy was always higher when the equations were applied to the population of San Diego.

Conclusions:

The new models demonstrated good accuracy (about 89.5%) and similar performance to other TRISS adjustments previously published, and may be used in assessments of quality of care for traumatized. The survival probability scores adjustments to the local reality of its application did not improve its performance, a result that reinforces the uncertainty about the need for such adjustments, as the application site index.

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