Estudo ecológico de tendência temporal com abordagem quantitativa, ancorado na Epidemiologia Crítica, teve como objetivo geral analisar o perfil epidemiológico e as condições clínicas, segundo critério CDC adaptado e Rio de Janeiro/Caracas, de jovens que vivem com HIV/aids em São José dos Pinhais. A pesquisa foi aprovada nos Comitês de Ética do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná e da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Na primeira etapa do estudo se caracterizou o modo de vida, os processos de desgaste e de proteção, no Município por meio de dados secundários de sites públicos. Para segunda etapa foram selecionadas as notificações de HIV/aids de jovens entre 20 a 29 em São José dos Pinhais, Paraná, no período de 2007 a 2016, por meio do Sistema Nacional de Agravos de Notificação. Os dados destas etapas iniciais foram organizados e categorizados com apoio do software Microsoft Excel® 2016. A terceira etapa consistiu no geoprocessamento dos casos notificados com o uso dos softwares Google Earth Pro e QGIS. Nos resultados destaca-se que o Município é o segundo mais populoso da 2a Regional de Saúde do Paraná e possui um dos mais vastos poios industriais da região, com índice de Desenvolvimento Humano de 0,758 e índice de Gini de 0,45. Sua população é majoritariamente feminina (50,5%) e com escolaridade fundamental incompleto (37,6%). No geoprocessamento se identificou concentração de casos em áreas urbanas, próximos aos equipamentos de Assistência Social e distantes dos equipamentos de Saúde. O Território 25 apresentou maior contingente populacional, carência de equipamentos de Saúde e o maior número de pessoas vivendo com HIV/aids. Nos anos de 2014 a 2016 obteve-se 64,1% das notificações de HIV/aids do período. O sexo masculino apresentou maior percentual de casos notificados (69%), com maior escolaridade e a razão de sexo foi de 4,1, em 2016. Nos indivíduos do sexo masculino a faixa etária mais atingida foi entre 20 a 24 anos (35%), e no sexo feminino a faixa etária com maior concentração foi de 25 a 29 anos (19,5%). A raça branca foi declarada por 60% dos casos notificados. A ocupação com maior percentual corresponde ao Grupo 6 - Trabalhadores dos serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados, com 16,2% dos indivíduos. A categoria de exposição com maior concentração foi a homossexual, em homens (38%) e heterossexual em mulheres (28,5%). Cerca de 63% das pessoas notificadas estavam assintomáticas. Em 92,6% dos casos notificados por aids foram definidos por meio do Critério CDC Adaptado, com contagem de linfócitos TCD4+ menor que 350 cel/mm3. O percentual de óbitos foi de 10,2% no sexo feminino e 9,7% no sexo masculino. Observou-se grande número de campos ignorados e/ou não preenchidos nas notificações, sendo raça (10%), escolaridade (31,5%), e ocupação (43,4%). Conclui-se que há necessidade de reorganização na distribuição dos serviços e do processo de trabalho em saúde para captação precoce dos casos, atualização na forma de preenchimento das fichas de notificação e mudanças estruturais que potencializem o enfrentamento do fenômeno HIV/aids nos Municípios.