Ressonância magnética com difusão para a avaliação da resposta terapêutica de metástases hepáticas de câncer colorretal em pacientes submetidos à quimioterapia de 1ª e 2ª linhas associada à Cetuximabe ou Bevacizumabe
Early prediction of pathological response using MR diffusion weighted imaging in patients with breast cancer submitted to neoadjuvant chemotherapy

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Fundação Antônio Prudente to obtain the academic title of Doutor. Leader: Chojniak, Rubens

O câncer colorretal é a terceira neoplasia maligna mais comum, sendo o fígado um órgão comumente acometido por metástases. Portanto, uma avaliação acurada do envolvimento hepático é vital para o planejamento do tratamento. O prognóstico dos. pacientes com câncer colorretal metastático mudou drasticamente nos últimos anos,. principalmente devido aos novos agentes citotóxicos e biológicos. À medida que se. caminha para melhor compreensão do uso destes medicamentos na prática clínica, observa-se a necessidade de identificar biomarcadores relacionados ao prognóstico.. A ressonância magnética (RM) com difusão é uma ferramenta promissora para o. diagnóstico e avaliação da resposta.

Objetivos:

Avaliar a efetividade do monitoramento da resposta terapêutica ao tratamento quimioterápico em pacientes. portadores de adenocarcinoma colorretal metastático, em tratamento de 1ª (primeira). linha ou 2ª (segunda) linha com Folfox ou Folfiri e anticorpos monoclonais. (Bevacizumabe ou Cetuximabe), utilizando-se a ressonância magnética com a técnica de difusão através da análise quantitativa do coeficiente de difusão aparente (ADC) e verificar a correlação com o método RECIST.

Materiais e Métodos:

Estudo prospectivo, onde foram recrutados pacientes adultos portadores de câncer colorretal metastático ao diagnóstico ou recidivado, atendidos no Departamento de Oncologia Clínica do A.C. Camargo Cancer Center no período de um ano, os quais foram submetidos ao tratamento quimioterápico de 1ª e 2ª linhas para doença metastática com Folfox ou Folfiri associado a anticorpo monoclonal (Cetuximabe ou Bevacizumabe). Foi realizado um exame de ressonância magnética do abdome superior com difusão pré-tratamento e exames adicionais ao final do 4º, 8º e 12º ciclos de quimioterapia, para avaliação de resposta das lesões hepáticas metastáticas ao tratamento proposto. Foi realizada conjuntamente a avaliação das metástases hepáticas pelo método RECIST para comparação com a avaliação quantitativa obtida pela Ressonância Magnética com difusão através do ADC.

Resultados:

Nove pacientes foram avaliados neste estudo. A média de idade dos pacientes foi 57,2 anos (dp=13,8), sendo a idade mínima de 34 e a máxima de 80 anos, com 5 pacientes do sexo feminino e 4 do sexo masculino. O Folfox foi utilizado em 6 pacientes e o Folfiri em 3 pacientes, sendo 6 pacientes de 1ª linha e 3 de 2ª linha de tratamento. Quanto ao Anticorpo monoclonal, 5 pacientes fizeram uso do Cetuximabe e 4 usaram o Bevacizumabe. O número de metástases hepáticas observadas em um mesmo. paciente variou de 1 até 8 lesões, com um total de 24 lesões analisadas. O tamanho. médio das lesões foi de 36,6 mm (± 21,1 mm). Seis (66,7%) dos 9 pacientes tiveram. resposta parcial (RP), 2 (22,2%) foram classificados como doença estável (DE) e 1. paciente (11,1%) apresentou progressão de doença (PD). Nenhum caso de resposta completa (RC) foi observado no follow-up.

Correlação RECIST e ADC:

Baseado na avaliação das lesões pelo método RECIST, as lesões foram agrupadas como respondedoras quando houve resposta completa (RC) e resposta parcial (RP) e como não respondedoras quando houve progressão de doença (PD) e doença estável (DE), para comparação com a avaliação pelo ADC. Seis pacientes responderam à quimioterapia e 3 pacientes não responderam. Em relação às lesões, 14 lesões responderam ao tratamento e 10 lesões não responderam. Na análise entre as lesões que responderam e as que não responderam ao tratamento quimioterápico de acordo com o padrão de resposta pelo RECIST não foi observada significância estatística em relação ao ADC basal (p=0,940 (após o 4º ciclo) e p=0,909 (após o 8º ciclo)). Não foi observada diferença estatística na análise das variações após o 4º ciclo de quimioterapia (p=0,245 e percentual com p=0,144), como também não observamos correlação entre a redução final do tamanho tumoral e o valor do ADC basal(p=0,869). Identificamos o melhor ponto de corte (cutoff) de ADC entre as lesões que responderam à quimioterapia e as que não responderam ao tratamento. O cutoff de ADC absoluto foi de 0,05 x 10-3 mm²/sec (AUC=0,66), e o cutoff de ADC percentual foi de 3,8% (AUC=0,70). Considerando-se o Cutoff de ADC percentual de 3,8%, não observamos significância estatística entre as lesões que responderam e as que não responderam à quimioterapia (p=0,057.

Conclusões:

A RM com difusão, por meio da análise quantitativa do ADC, demonstrou ser um método útil para monitorizar as lesões hepáticas de câncer colorretal metastático em tratamento com quimioterapia. A variação de ADC correlacionou-se com o RECIST, sendo que o aumento do ADC esteve associado com a redução do tamanho das lesões (resposta parcial/respondedores). No entanto, não houve significância estatística, muito provavelmente devido à amostragem limitada. Conseguimos identificar um ponto de. corte através da curva ROC que poderá ser validado em estudos posteriores com uma. maior casuística
Colorectal cancer is the third most common malignancy, and the liver is an organ commonly affected by metastases. Therefore, an accurate assessment of liver involvement is vital for treatment planning. The prognosis of patients with metastatic colorectal cancer has changed dramatically in recent years, mainly due to new cytotoxic and biological agents. In order to better understand the use of these drugs in clinical practice, there is a need to identify biomarkers related to prognosis. Magnetic resonance imaging (MRI) with diffusion is a promising tool for the diagnosis and assessment of response.

Objectives:

To evaluate the effectiveness of the monitoring of the therapeutic response to chemotherapy treatment in patients with metastatic colorectal adenocarcinoma, in treatment of 1st (first) line or 2nd (second) line with Folfox or Folfiri and monoclonal antibodies (Bevacizumab or Cetuximab) using magnetic resonance imaging using the technique of diffusion through of the quantitative analysis of the apparent diffusion coefficient (ADC) and verify the correlation with the RECIST method.

Materials and Methods:

Prospective study conducted adult patients with metastatic colorectal cancer diagnosis or relapsed, assisted in the Department of Clinical Oncology of AC Camargo Cancer Center during one year, which underwent chemotherapy 1st and 2nd lines for metastatic disease with Folfox or Folfiri associated with monoclonal antibody (Cetuximab or Bevacizumab). We performed a magnetic resonance examination of the upper abdomen pretreatment and additional exams at the end of the 4th, 8th and 12th cycles of chemotherapy, to evaluate the response of metastatic liver lesions to the proposed treatment. It was performed jointly evaluating the liver metastases by RECIST method for quantitative comparison with the evaluation obtained by MRI with diffusion through ADC.

Results:

Nine patients were evaluated in this study. The mean age of the patients was 57.2 years (sd = 13.8), with a minimum age of 34 and a maximum of 80 years, with 5 female patients and 4 male. The Folfox was used in 6 patients and Folfiri in 3 patients, being 6 patients of 1st line and 3 of 2nd line of treatment. Regarding the use of the monoclonal antibody, 5 patients were using Cetuximab and 4 used Bevacizumab. The number of liver metastases in the same patient observed varied from one (1) to 8 lesions with a total of 24 lesions analyzed. The average size of the lesions was 36.6 mm (± 21.1 mm). Six (66.7%) of the 9 patients had partial response (PR), 2 (22.2%) were classified as stable disease (SD) and 1 patient (11.1%) presented disease progression (PD). No case of complete response (CR) was observed at follow-up.

Correlation RECIST and ADC:

Based on the evaluation of the lesions by the RECIST method, the lesions were grouped as responders when there was complete response (CR) and partial response (PR) and as no responders when there was disease progression (PD) and stable disease (SD), for comparison with the evaluation by the ADC. Six patients responded to chemotherapy and 3 patients did not respond. Regarding the lesions, 14 lesions responded to the treatment and 10 lesions did not respond. In the analysis between the lesions that responded and those that did not respond to the chemotherapy treatment according to the response pattern by the RECIST, no statistical significance was observed in relation to baseline ADC (p = 0.940 (after the 4th cycle) and p = 0.909 (after the 8th cycle)). No statistical difference was observed in the analysis of the variations after the 4th cycle of chemotherapy (p = 0.245 and percentage with p = 0.144), nor did we observe a correlation between final reduction of tumor size and baseline ADC (p = 0.869). We identified the best ADC cut-off between the lesions that responded to chemotherapy and those that did not respond to treatment. The absolute ADC cut-off was 0.05 x 10-3 mm²/sec (AUC = 0.66), and the percentage ADC cut-off was 3.8% (AUC = 0.70). Considering the Cut-off of ADC percentage of 3.8%, we did not observe statistical significance between the lesions that responded and those that did not respond to chemotherapy (p = 0.057).

Conclusions:

MRI, with its quantitative analysis of ADC, has been shown to be a useful method to monitor hepatic changes of the metastatic in treatment with chemotherapy. The variation in ADC correlated with RECIST, and the increase in ADC was associated with the reduction of lesion size (partial response / responders). However, there was no statistical significance, most likely due to limited sampling. We were able to identify a cutoff point through the ROC curve that could be validated in later studies with a larger casuistry

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