Prevalência e fatores associados à falha virológica em pacientes com HIV/AIDS assistidos em Teresina - Piauí

Publication year: 2017
Theses and dissertations in Portugués presented to the Instituto Oswaldo Cruz to obtain the academic title of Mestre. Leader: Costa, Filipe Aníbal Carvalho

Ao longo dos anos, a caracterização de falha terapêutica em pacientes com HIV/AIDS tratados com antirretrovirais tem sido modificada. Na década de 90, os níveis de carga viral e contagem de linfócitos TCD4 eram tidos como parâmetros na caracterização da falha terapêutica. Atualmente, define-se falha virológica por carga viral plasmática detectável após 6 (seis) meses do início ou alteração do tratamento antirretroviral, ou ainda, pela detecção da carga viral nos pacientes que a mantinham indetectável na vigência de tratamento. O objetivo do presente estudo é avaliar a prevalência e os fatores associados à falha virológica em 2125 pacientes assistidos em Teresina e verificar a relação entre a ocorrência de falha virológica e imunológica nesses pacientes. Trata-se de um estudo transversal analítico, com amostragem não probabilística, composta por todos os pacientes portadores de HIV/AIDS assistidos no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela que realizaram exames laboratoriais de contagem de linfócitos TCD4 e carga viral no LACEN – PI nos anos de 2013 e 2014. Os dados foram obtidos através de planilha do SISCEL. A prevalência de falha virológica nos pacientes com HIV/AIDS em terapia antirretroviral foi de 16,8% (357). Somando-se às possíveis falhas virológicas, o quantitativo aumentou para 24,2% (515).
Verificou-se que houve um percentual de falha maior na faixa etária de 18 a 45 anos, 11,4%. O intervalo entre o início do tratamento e a identificação da falha foi, em média, de 7,4 (+- 4,3) anos, variando de 6,5 meses a 19,7 anos, sendo que a maioria foi identificada antes de um ano de tratamento 96,1% (343). A diferença entre as média da contagem de linfócitos TCD4 dos pacientes com falha virológica (mínima: 3; máxima: 1.290), conforme pós-teste de Tukey, dos paciente que não falharam foi de 262,9 células TCD4 (p<0,001), significativamente inferior em comparação à diferença das média entre os que falharam e (mínimo: 7; máximo: 3.840), e os que apresentaram uma possível falha (mínimo: 19; máximo: 1.654), em 230,5 células TCD4 (p<0,001). Contudo, verificou-se que a prevalência de falha virológica não difere dos dados da literatura e o tempo de diagnóstico de falha foi bastante superior à média encontrada em outros estudos. (AU)

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