Analgesia neuroaxial durante o trabalho de parto: seus efeitos sobre os desfechos maternos e neonatais

Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará to obtain the academic title of Mestre. Leader: Damasceno, Ana Kelve de Castro

Objetivou-se comparar os desfechos obstétricos e neonatais entre mulheres que utilizaram e que não utilizaram analgesia neuroaxial durante o trabalho de parto. Trata-se de um estudo transversal, comparativo e retrospectivo, realizado em julho de 2019 a fevereiro de 2020, na Maternidade Escola Assis Chateaubriand.

Os critérios de inclusão foram:

mulheres que entraram em trabalho de parto, com feto vivo, único e a termo entre 37 a 41 semanas e 6 dias, em apresentação cefálica.

O grupo com analgesia neuroaxial atenderam aos seguintes critérios:

solicitação da paciente, trabalho de parto ativo, boa vitalidade assegurada pelo obstetra e ausência de contraindicações.

Foram excluídos para ambos os grupos:

cesarianas eletivas, má formação fetal e prontuários com informações incompletas. Incluiu-se no grupo com analgesia as mulheres que a utilizaram em julho de 2019 a janeiro de 2020. O tamanho da amostra foi calculado com a Estimação da diferença de duas proporções, sendo 130 mulheres para cada grupo. A coleta de dados ocorreu através de um instrumento estruturado elaborado pela pesquisadora e constituído por dados socioeconômicos, obstétricos e neonatais. Na análise estatística, utilizou-se o teste t de student, teste U de Mann-Whitney, teste de qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. As análises estatísticas foram realizadas com programa IBM SPSS. A maioria das parturientes de ambos os grupo eram primigestas e nulíparas. O grupo com analgesia teve alta taxa de uso de ocitocina (57; 43,8%), a técnica mais utilizada foi a epidural (76,9%), em seguida da combinada raquiperidural (11,5%) e a raquianestesia (10,8%). A duração do trabalho de parto ativo no grupo com analgesia foi de 392,12 minutos e no grupo sem analgesia de 260,68 minutos. O parto vaginal foi mais prevalente no grupo com analgesia (88; 67,7%), (41; 31,5%) de cesáreas e 1 parto fórceps (0,8%), ocorrendo maior taxa de cesáreas neste grupo. Houve aumento de episiotomia no grupo com analgesia (p=0,03), com taxa de 7,9%. Não houve diferença estatítica entre os grupos quanto ao APGAR no 1º e 5º minuto. O grupo das mulheres com analgesia pariram bebês mais pesados (p=0,007). A maioria dos RN foram encaminhados ao alojamento conjunto de ambos os grupos. O grupo com analgesia teve maior taxa de uso de ocitocina, de realização de episiotomia, prevalência de parto cesárea, maior duração do trabalho de parto ativo e do período expulsivo em comparação ao grupo sem analgesia neuroaxial.(AU)

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