Saúde autorreportada de adolescentes de Fortaleza, Ceará: análise de fatores individuais e socioambientais
Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará to obtain the academic title of Mestre. Leader: Vieira, Neiva Francenely Cunha
O presente estudo teve como objetivo analisar os fatores individuais e socioambientais associados à saúde autorreportada de adolescentes, à luz do modelo de Dahlgren e Whitehead de determinação social da saúde. Este modelo explica a relação entre o indivíduo, ambiente e o processo saúde-doença, contribuindo para uma melhor compreensão das iniquidades em relação aos fatores de riscos e de proteção no qual os indivíduos podem estar expostos. Estudo transversal de análise secundária do banco de dados do projeto “Fortaleça sua saúde”, realizado em 2014 com escolares de ambos os sexos com faixa etária de 11 a 17 anos, matriculados em Escolas de Tempo Integral. A variável desfecho foi a saúde autorreportada e as variáveis independentes seguiram o modelo de Dahlgren e Whitehead, relacionadas aos fatores individuais, estilo de vida e aspectos socioambientais. As informações referentes às variáveis socioambientais foram provenientes de relatórios e plataformas digitais de domínio público. Para análise dos dados utilizou-se a distribuição de frequências absolutas e relativas para descrever as variáveis categóricas e a média e desvio padrão foram utilizados para descrever as variáveis contínuas. A regressão logística multinível foi utilizada, com estimativas de odds ratio com intervalos de confiança de 95%. As análises foram efetuadas no software STATA versão 11.0. O nível de significância final foi fixado em 5%. Todas as recomendações éticas da resolução 466/2012 foram cumpridas. Dos 1182 adolescentes, 51,5% era do sexo masculino, prevalecendo adolescentes na faixa etária da adolescência inicial, de 11 a 14 anos. Na prática de atividade física, 53,1% foram considerados insuficientemente ativos. Os meninos praticavam mais atividade física, porém relataram maior uso de tabaco. Não houve diferença estatisticamente significativa no estado nutricional e no uso de álcool entre os adolescentes. A prevalência de uma boa saúde autorreportada foi de 72,2% entre os adolescentes, sendo influenciada pelos fatores individuais gênero e idade, em relação aos socioambientais pelo número de equipes de saúde da família no bairro e no estilo de vida pelo tempo semanal de prática de atividade física moderada e vigorosa e pelo índice de massa corporal. A saúde autorreportada positiva pelos adolescentes foi influenciada pelos fatores individuais gênero e idade, em relação aos socioambientais pela incidência de dengue e número de equipes de saúde da família no bairro e no estilo de vida pelo tempo semanal de prática de AFMV e IMC. (AU)