RESUMO Dispepsia é um problema atual comum e universal, definida como dor ou desconforto no abdome superior. Possui baixa morbidade entretanto grande impacto na qualidade de vida e nos custos de sua investigação. A endoscopia digestiva alta (EDA), por ser o método de escolha para o diagnóstico definitivo das lesões orgânicas, está indicada na abordagem inicial de pacientes com dispepsia acima de 50 anos e naqueles com menos de 50 na presença de sinais de alarme. Em contrapartida é um exame que possui riscos e alto custo, portanto economizar a sua indicação seria mais prudente. Este trabalho tem como objetivo estudar um grupo de pacientes encaminhados para EDA por dispepsia no Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) e determinar os seus achados endoscópicos a partir da análise dos dados e enfatização da propedêutica desses pacientes. É um Estudo retrospectivo e transversal onde foram avaliados solicitações e laudos de endoscopias realizadas no HSPM por queixa de dispepsia no período de janeiro à março de 2018. Foram incluídos no estudo 167 solicitações e laudos endoscópicos. A média de idade foi de 59 anos e 76% do sexo feminino. Foram encontrados doença ulcerosa péptica em 3%, esofagite erosiva em 18% e adenocarcinoma gástrico em 0,7%. Quanto à presença de infecção por Helicobacter Pylori, o teste de urease foi realizado em 84 pacientes onde 35,7% foram positivos Podemos concluir após análise dos dados que o principal fator relacionado a um pior achado endoscópico é a idade. Portanto é fundamental que pacientes acima de 50 anos com dispepsia realizem EDA como exame diagnóstico inicial. Palavras-Chave: Dispepsia, Endoscopia, Helicobacter pylori, Úlcera péptica, esofagite.