Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde: percepção sobre as condições de trabalho e de vida entre profissionais de enfermagem, de hospital universitário no município de São Paulo
Health-related quality of life: perception on living and working conditions among nursing professionals of an university hospital of São Paulo
Publication year: 2009
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública to obtain the academic title of Mestre. Leader: Fischer, Frida Marina
Introdução - O ambiente psicossocial do trabalho em enfermagem influencia diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores desta área. Diferenças entre as categorias profissionais nesta profissão podem se traduzir em diferenças na percepção de saúde e de condições de trabalho. Objetivo - Avaliar as associações entre condições de trabalho e qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Métodos Foram coletados dados em um hospital universitário no município de São Paulo, de uma população de 696 enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, população predominantemente feminina (87,8%) e que trabalhava em turnos diurno e noturno. Os dados coletados a partir de questionário correspondiam a informações sobre aspectos sóciodemográficos, condições de trabalho e de vida, hábitos de vida e sintomas de saúde referidos desta população.
Foram também utilizados os questionários:
Questionário Genérico de Avaliação de Qualidade de Vida (SF-36), Escala de Estresse no Trabalho e Desequilíbrio Esforço-Recompensa (ERI). Foram ajustados modelos de regressão logística ordinal de chances proporcionais para cada dimensão do SF-36. Resultados Aproximadamente 22% da população foi classificada como trabalhando em condições de alto desgaste e 8% em desequilíbrio desfavorável entre esforços e recompensa no trabalho. Vitalidade, dor e saúde mental foram as dimensões do SF-36 com pior avaliação.Os modelos de regressão múltipla 5 demonstraram:
alto comprometimento associado a todas as dimensões do SF-36, e ERI desfavorável associado a todas as dimensões relacionadas à saúde mental. Alto desgaste no trabalho, ERI desfavorável, alto comprometimento e ser enfermeira associaram-se de maneira independente aos resultados desfavoráveis da dimensão de aspectos emocionais. Conclusões As dimensões relacionadas à saúde mental foram as que mais sofreram influência dos fatores psicossociais do trabalho. ERI desfavorável e alto comprometimento mostraram-se mais significativos à saúde desta população comparados com altas demandas e baixo controle. Os resultados indicam que a análise conjunta dos modelos de desequilíbrio esforço-recompensa e demandacontrole contribui para a discussão sobre os papéis profissionais, condições de trabalho e QVRS de profissionais de enfermagem.
Introduction- The psychosocial work environment influences the quality of life of nursing professionals. Differences among job titles may lead to distinct perceptions of working conditions and health status. Aim-To evaluate working and living conditions and quality of life associated with health (HRQL) among nursing professionals. Methods- Six hundred ninety six nursing professionals, registered nurses and nurse assistants, predominantly females (87.8%), working day or night shifts, participated in a study carried out in an university hospital of São Paulo, Brazil. Data collection took place during 2004-2005 and included a comprehensive questionnaire including sociodemographic characteristics, life styles, working and living conditions, and health outcomes. HRQL was evaluated using the short form questionnaire of quality of life (SF-36). Working conditions included the job stress scale, effort-reward imbalance (ERI), and other environmental and occupational stressors. Ordinal logistic regression of proportional ratios was used to evaluate each of SF-36 dimensions. Results- Imbalance of the effort-reward ratio and high work strain were mentioned by 7.8% and 22.1% of the participants, respectively. Vitality, pain and (poor) mental health were the SF-36 worse perceived outcomes.