Publication year: 2018
RESUMO
INTRODUÇÃO:
As neoplasias periampulares compreendem os tumores que
acometem a cabeça do pâncreas, via biliar distal, a segunda porção do duodeno e a
papila duodenal propriamente dita. O diagnóstico geralmente é tardio sendo que
apenas 20% dos pacientes são candidatos à cirurgia de
Gastroduodenopancreatectomia (GDP), que é o único tratamento com possibilidade
de cura para essas neoplasias. A mortalidade da GDP ainda é alta, embora ao longo
dos anos tenha diminuído, chegando a menos de 5% em centros de alto volume
cirúrgico. No entanto a morbidade pós-operatória não sofreu o mesmo declínio,
mantendo cerca de 30%-60% em estudos recentes. OBJETIVO:
Determinar a
morbimortalidade perioperatória nos pacientes submetidos a GDP, no Hospital do
Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM) de 2004 a 2018. CASUÍSTICA E
MÉTODOS:
Foi realizado análise retrospectiva de dados clínicos e epidemiológicos,
morbidade e mortalidade de 22 pacientes submetidos a GDP no HSPM de agosto de
2004 a agosto de 2018 por meio exclusivo de prontuários médicos. A análise
estatística foi feita de maneira descritiva apresentando frequência absoluta e relativa.
E para verificar se houve diferença na morbimortalidade dos casos anteriores e
posteriores ao ano de 2014, foi realizado teste de proporção Qui-quadrado. Todas as
análises foram realizadas no software R. Houve 10 pacientes do sexo feminino (45%)
e 12 pacientes do sexo masculino (55%). A média de idade foi de 63 anos. Os sinais
e sintomas mais frequentes no pré-operatório foram icterícia (68,18%), perda de peso
(54,54%) e dor abdominal (50%). Dos 22 pacientes, 10 eram tabagistas (45,45%), 5
eram etilistas (27,73%), 13 apresentavam hipertensão arterial sistêmica (59,09%), 9
apresentavam diabetes mellitus (40,91%), 4 apresentavam doença pulmonar
obstrutiva crônica (18,18%), e 2 apresentavam Insuficiência cardíaca (9,09%). Dos 22
pacientes, 20 pacientes (90,9%) foram submetidos à GDP em alça dupla e 2 pacientes
(9,1%) foram submetidos à cirurgia de Whipple clássica. A duração média do ato
operatório foi de 8h e 6 min. RESULTADOS:
Dos 22 pacientes analisados, houve
complicações em 16 pacientes (76.2%), sendo a gastroparesia (36,36%) a
complicação mais comum, seguida pela pneumonia (31,81%), fístula biliar (27,27%),
fístula pancreática (18,18%), coleção intra-abdominal (18,18%), infecção de ferida
operatória (13,63%), sepse de foco abdominal (13,63%), sangramentos (9,09%),
fístula entérica (9,09%), sepse de foco pulmonar (9,09%), tromboembolismo pulmonar
(9,09%), fibrilação atrial (4,54%), e infecção do trato urinário (4,54%). A necessidade
de reabordagem cirúrgica ocorreu em 5 pacientes (22,72%) decorrente de coleções
intra-abdominais por fístulas. Destes pacientes, 3 evoluíram à óbito. A mortalidade
perioperatória foi de 36,36%. CONCLUSÃO:
A gastroduodenopancreatectomia no
HSPM apresenta alta taxa de mortalidade de 36,36% e alta taxa de morbidade
76,27%.
Palavras chave:
Duodenopancreatectomia; Morbimortalidade; Complicações PósOperatórias.