A auto-estima de mulheres portadoras de incontinência urinária de esforço
The self-esteem of stress urinary incontinence women bearers
Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Santos, Vera Lúcia Conceição de Gouveia
Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa que teve por objetivos: caracterizar a clientela portadora de incontinência urinária de esforço (IUE) quanto aos dados sócio-demográficos e clínicos; avaliar a auto-estima dessa clientela com (IUE) e verificar as correlações existentes entre os escores de auto-estima e as características sócio-demográficas e clínicas. Após cumpridas as determinações éticas, os dados foram colhidos junto a 51 mulheres portadoras de IUE, oriundas de dois Serviços de Urologia da cidade de São Paulo. Para a coleta de dados utilizou-se instrumento específico, com 3 partes. Além dos dados sócio-demográficos (parte 1); e clínicos (parte 2), a auto-estima (parte 3) foi avaliada através da Escala para Medida do Sentimento de Auto-Estima, desenvolvida e validada por Dela Coleta, em 1980, e por duas questões quantitativas e qualitativas sobre a percepção de mulheres sobre a própria auto-estima. A utilização da Escala para Medida do Sentimento de Auto-Estima, que gerou o que denominamos Índice de Auto-Estima (IAE), foi precedida de sua validação para as mulheres com IUE, através da avaliação de confiabilidade e validade de critério. Enquanto para a primeira obteve-se Alfa de Cronbach de 0,42, considerado satisfatório, a segunda foi confirmada pela presença de correlação ordinal negativa estatisticamente significante entre o IAE e o escore da questão auto-avaliativa (r= -0,46; p > 0,001). As características sócio-demográficas da clientela revelaram idade média de 48,28 anos (DP '+ OU -' 9,21); a maioria das mulheres com companheiro (60,78%); escolaridade fundamental (76,47%); renda média salarial de R$ 1.168,98 (DP '+ OU -' 1.459,65); e 3,96 dependentes, em média. Clinicamente, a maioria das mulheres possuía IUE anatômica (66,67%); com média de 3,57 partos; sem tratamento prévio (68,63%); com até 3 anos de perdas (52,54%); freqüência de perdas diárias (60,78%) aos ) médios esforços (56,00%); sentindo-se molhadas (43,13%); utilizando recursos de contenção para as perdas (62,74%) com troca de duas ou mais vezes ao dia (50,98%); e com mudanças nos hábitos de vida diária (70,58%). Quanto ao IAE obteve-se média de 9,67 (DP '+ OU -' 3,85) e escore médio 1,98 (DP '+ OU -' 1,03) para a questão auto-avaliativa. Correlações estatisticamente significantes foram detectadas entre IAE e quantidade de urina perdida, freqüência de perdas urinárias e freqüência de trocas dos recursos. Embora este estudo tenha revelado tendências positivas para o nível de auto-estima, traz uma contribuição fundamental para a escassa literatura nacional sobre o tema, alertando não só sobre a necessidade do aprofundamento das investigações na área da auto-estima e qualidade de vida relacionadas à IU como, principalmente, da maior atenção dos profissionais de saúde no levantamento e detecção do problema de tão comum e tão substimado em nosso meio como a IU