Instrumento de auto-relato para avaliação de fadiga: uma revisão sistemática
Self-report instruments for fatique assessment: a systematic review

Publication year: 2003
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Pimenta, Cibele Andrucioli de Mattos

Trata-se de uma revisão sistemática que teve como objetivos identificar e analisar instrumentos de auto-relato exclusivos para a avaliação de fadiga em adultos, com propriedades psicométricas estabelecidas. A estratégia de busca compreendeu as bases de dados MEDLINE (1966-2003), LILACS (1982-2003), PAHO (1902-2003), WHOLIS (1948-2003) e BDEnf (1988-2003) e as palavras-chave foram as combinações do termo fadiga (fatigue) com instrumento (instrument), questionário (questionnaire), inventário (inventory), escala (scale) e avaliação (assessment). Identificaram-se 18 instrumentos. Cada um foi analisado quanto ao país de origem, ano de publicação, população alvo, motivação para construção, definição de fadiga, dimensões da fadiga, método de construção, número e graduação de magnitude dos itens, método de obtenção dos escores, ponto de corte e classificação, validade e confiabilidade, finalidade, freqüência de uso e populações em que foi utilizado. Todos os instrumentos foram oriundos de países desenvolvidos. O mais antigo foi de 1989 e o mais recente, 2002, sendo que nos últimos 5 anos, 11 foram publicados. Seis foram desenvolvidos para avaliar fadiga em pessoas com qualquer doença física ou psiquiátrica e 5 foram específicos para doentes com câncer. A definição de fadiga, embora fundamental para a construção de instrumentos, foi explicitada em apenas 6. Nove instrumentos foram unidimensionais. A dimensão mais incluída foi a intensidade (n=10), seguida da mental (n=7) e física (n=7). Onze instrumentos tinham até 15 itens e 6, até 30 itens. Quatro instrumentos tiveram finalidade discriminativa e os demais, avaliativa. Dezesseis instrumentos analisaram a confiabilidade. Desses, 15 verificaram a consistência interna calculando-se o alfa de Cronbach, que foi superior a 0,90 em 7 deles. Os testes de validade mais freqüentes foram os de validade discriminante (n= 10) e de validade convergente/divergente (n= 11), que ) mostraram valores satisfatórios. Análise fatorial, que é fundamental para a identificação de domínios, foi feita em nove instrumentos. Da análise realizada destacaram-se três instrumentos: o Fatigue Assessment Instrument, que avalia fadiga em variadas condições de doença física e mental, o Schwartz Cancer Fatigue Scale e o Cancer Fatigue Scale, específicos para doentes com câncer. Este estudo contribui para o conhecimento na área de fadiga pois a revisão sistemática feita é inédita, em âmbito internacional e nacional, e disponibiliza, para pesquisadores e clínicos, guia para a seleção dos instrumentos mais apropriados a seus propósitos assistenciais e de pesquisa
This study is a systematic review aiming to identify and to analyze self-report instruments exclusive for fatigue assessment in adults with established psychometric properties. The search strategy comprehended the MEDLINE (1966-2003), LILACS (1982-2003), PAHO (1902-2003), WHOLIS (1948-2003) and BDEnf (1988-2003) databases, using as keywords the term "fatigue" combined with "instrument, questionnaire, inventory, scale, and assessment". Eighteen instruments were identified. Each of them was analyzed as to the country of origin, year of publication, target population, motivation for constructing the scale, concept of fatigue, dimensions of fatigue, construction method of the scale, number and scaling of the items, scoring, cut-off score and classification, validity, reliability and purpose. All instruments were originated from developed countries. The oldest instrument is dated from 1989 and the most recent from 2002; eleven of them were published within the last five years. Six were developed to assess fatigue of patients with either physical or psychiatric disease, and five were specifics for patients with cancer. A definition of fatigue, though fundamental to construct an assessment instrument, was presented in only six of the papers. Nine instruments were unidimensionals. The most included dimension was intensity (n=10), followed by mental (n=7), and physical (n=7). Eleven instruments had up to 15 items, and six of the instruments had up to 30 items. Four instruments were classified as discriminative while the others were evaluative. Sixteen instruments analyzed reliability. From these, 15 verified internal consistency by calculating the Cronbach's coefficient alpha, which was higher than 0.90 in seven of them. The validity tests more frequently used were those of discriminant validity (n=10) and of convergent/divergent validity (n=11) which showed acceptable values. Nine used factorial analyzes, fundamental for domains identification.

The data analyses made possible the identification of the three best instruments:

the Fatigue Assessment Instrument, for fatigue assessment in patients with any physical or psychiatric disease, the Schwartz Fatigue Scale, and the Cancer Fatigue Scale, specific for patients with cancer. This systematic review contributes to the knowledge in the field of fatigue since it is original, both nationally and internationally, and suggests guidelines for researchers and clinicians in order to choose the appropriate instrument according to the purpose of the assessment

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