Fragilidade física e mobilidade funcional em idosos da atenção primária à saúde

Publication year: 2021
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal do Paraná to obtain the academic title of Mestre. Leader: Lenardt, Maria Helena

Resumo:

Trata-se de estudo quantitativo de corte transversal, cujo objetivo foi analisar a associação da condição e dos marcadores de fragilidade física à mobilidade funcional de idosos. Participaram-se 389 idosos (?60 anos) assistidos em uma Unidade Básica de Saúde em Curitiba, Paraná. Para a coleta de dados, aplicaram-se questionários sociodemográfico e clínico, testes do fenótipo de fragilidade física e o timed up and go para avaliar a mobilidade funcional. Analisaram-se os dados mediante estatística descritiva, associação (Teste de Qui-quadrado com nível de significância estatístico considerado de p<=0,05 (a=0,05) e de correlação (Teste de Pearson). As chances de associação entre os marcadores de fragilidade e a mobilidade funcional diminuída foram analisados pela Odss Ratio, com intervalo de confiança de 95%. O modelo de regressão final foi elaborado pelo critério da acurácia, sensibilidade, especificidade, coeficientes de correlação linear e ajustado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná, sob o parecer n°2918847. Dos 389 idosos, 34 (8,7%) eram frágeis, 186 (47,8%) pré-frágeis, 169 (43,5%) não frágeis, e 330 (84,8%) apresentaram mobilidade funcional diminuída. Os marcadores de fragilidade mais expressivos foram o baixo nível de atividade física (n=82; 21,0%), redução da força de preensão manual (n=82; 21,0%), redução da velocidade da marcha (n=81; 20,8%). Houve associação significativa entre a mobilidade funcional preservada e a condição de não frágeis (p=0,001). Correlacionaram-se à mobilidade funcional diminuída, a fragilidade (r=2,08; p=0,037), pré-fragilidade (r=2,04; p=0,041) e os marcadores redução da força de preensão manual (p=0,026), baixo nível de atividade física (p=0,026) e redução da velocidade da marcha (p<0,001). A razão de chance de idosos frágeis apresentarem mobilidade funcional diminuída é significativamente elevada (RC 9,25) quando comparada aos não frágeis. No modelo preditivo final permaneceram os marcadores redução da força de preensão manual, baixo nível de atividade física e redução da velocidade da marcha. O idoso com redução da força de preensão manual tem 1,96 vezes mais chance de desenvolver MF diminuída, quando comparado aquele FPM preservada (OR 1,968, IC95%, 0,798-4,854, p=0,141), e o idoso com baixo nível de atividade física tem 2,10 vezes mais chances de desenvolver declínio da mobilidade funcional, em relação ao fisicamente ativo (OR 2,101, IC95%, 0,855-5,163, p=0,105). O idosos com redução da velocidade da marcha possui 7,21 vezes mais chances de apresentar diminuição na MF, ao comparar com a condição de não frágil para esse componente (OR 7,213, IC95%, 1,703-30,537, p=0,007). Conclui-se que, os idosos frágeis e com o marcador redução da velocidade da marcha possuem chances elevadas de desenvolverem mobilidade funcional diminuída. Apesar da correlação entre mobilidade funcional e redução da força de preensão manual e baixo nível de atividade física, esses marcadores não se mostraram preditivos para mobilidade funcional diminuída. O presente estudo destaca resultados expressivos para a prática clínica de enfermagem gerontológica, os quais são essenciais para subsidiar estratégias preventivas para a mobilidade funcional do idoso e proporcionar uma visão mais ampla e clara na gestão dos cuidados, sobretudo para a fragilidade marcada pelo componente velocidade da marcha.

Abstract:

This is a quantitative cross-sectional study, with the aim of analyzing the association between the condition and the markers of physical frailty and functional mobility in the elderly. Three-hundred and eighty-nine elderly people aged (?60 years) assisted at a Basic Health Unit in Curitiba, Paraná, participated. For data collection, sociodemographic and clinical questionnaires, physical frailty phenotype and timed up and Go tests were used to evaluate functional mobility. Data were analyzed using descriptive statistics, association (Chi-square test) with a level of statistical significance considered of p<=0.05 (a=0.05) and correlation (Pearson test). The chances of an association between frailty markers and decreased functional mobility were analyzed by the Odss Ratio, with a 95% confidence interval. The final regression model was elaborated by the criterion of accuracy, sensitivity, specificity, linear and adjusted correlation coefficients. The study was approved by the Ethics Committee of the Health Sciences Sector of the Universidade Federal do Paraná, under Opinion Report No. 2918847. Of the 389 elderly, 34 (8.7%) were frail, 186 (47.8%) pre-frail, 169 (43.5%) non-frail, and 330 (84.8%) had reduced functional mobility. The most expressive markers of frailty were low level of physical activity (n=82; 21.0%), reduced handgrip strength (n=82; 21.0%), reduced gait speed (n=81; 20.8). Frailty (r=2.08; p=0.037), pre-frailty (r=2.04; p=0.041) and, markers of handgrip strength (p=0.026), level of physical activity (p=0.026) and gait speed (p<0.001) associated to the decreased functional mobility. There was a significant association between preserved functional mobility and the condition of not being frail (p=0.001). The odds ratio for frail elderly people with reduced functional mobility is significantly high (OR 9.25) when compared to non-frail people. In the final predictive model, the markers remained: reduced handgrip strength, low level of physical activity and reduced gait speed. The elderly with reduced handgrip strength is 1.96 times more likely to develop decreased MF when compared to that preserved HGS (OR 1.968, 95%CI, 0.798-4.854, p=0.141), and the elderly with low activity level physical activity is 2.10 times more likely to develop a decline in functional mobility, compared to physically active (OR 2.101, 95%CI, 0.855- 5.163, p=0.105). The elderly with reduced gait speed are 7.21 times more likely to have a decrease in MF, when compared to the condition of non-frail for this component (OR 7.213, 95%CI, 1.703-30.537, p=0.007). It is concluded that the frail elderly and with the marker reduced gait speed have a high chance of developing reduced functional mobility. Despite the correlation between functional mobility and reduced handgrip strength and low level of physical activity, these markers were not predictive for decreased functional mobility. The present study highlights expressive results for the clinical practice of gerontological nursing, which are essential to support preventive strategies for the functional mobility of the elderly and provide a broader and clearer view in the management of care, especially for the frailty marked by the gait speed component.

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