O conhecimento em enfermagem vem sendo construído baseado na busca de soluções aos problemas emergentes de sua prática. Dado o impacto que a lei e o decreto que normatizam no Brasil, a inserção e a manipulação do PICC (Peripherally inserted central catheter) pelo enfermeiro, e a escassez de trabalhos publicados, este estudo buscou avaliar o uso do cateter PICC em recém-nascidos, utilizando a abordagem da prática baseada em evidências. Foram realizadas buscas nas bases de dados CINAHL, MEDLINE, LILACS e COCHRANE LIBRARY. No período de 1970 a 2003, identificaram-se 32 estudos que tratam do uso do PICC em recém-nascidos. As diferenças no desenho do estudo, na metodologia, sobretudo, no peso ao nascer e na idade gestacional do recém-nascido representaram limitação para a agregação dos dados. Apenas um estudo randomizado, comparando com o PICC com cateter intravenoso periférico em recém-nascidos menores de 1.000 gramas, possibilitou a análise quantitativa. Os resultados da análise dos trabalhos da literatura foram classificados em níveis, de acordo com a força da evidência. Observou-se a existência de evidências de que a adição da heparina não previne a oclusão do cateter e o PICC proporciona menores taxas de infecção ao recém-nascido. Quanto ao custo, equipe de enfermeiras especialistas em terapia intravenosa, localização da ponta, tipo de material, alívio da dor durante sua inserção e método de fixação do cateter não existe estudos suficientes que confirmem essas evidências. Os resultados reiteram a importância de considerar o PICC um dispositivo com inúmeras vantagens para os recém-nascidos, mas ressaltam a importância de monitorização contínua para identificação precoce das complicações mais graves. A construção de conhecimento por esse caminho possui uma característica que possibilita abrir espaços para outros estudos a respeito do tema.