Percepção dos profissionais de saúde sobre a comunicação com os familiares de pacientes em UTIs e análise proxêmica dessas interações
The health professional's perception on the communication with patient's family at ICU and proxemic analyses of these interactions
Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Silva, Maria Julia Paes da
A pesquisa teve como objetivos verificar como os profissionais de saúde percebem a comunicação com os familiares de pacientes internados em UTI e observar os sinais proxêmicos emitidos durante a interação entre profissionais de saúde e familiares. O estudo envolveu 37 profissionais de saúde, durante 10 de março a 09 de abril de 2004, sendo realizado por meio de entrevistas semiestruturadas e observação dos sinais proxêmicos emitidos durante a interação entre profissionais de saúde e familiares de pacientes, no horário da visita hospitalar. Os aspectos que dificultam a comunicação com os familiares sobressaíram-se em relação aos que facilitam a interação. Informações nem sempre compreendidas pelos familiares, gravidade ou o prognóstico ruim do estado geral do paciente, a própria dinâmica da Unidade, o grau de desconhecimento pelo profissional de saúde da evolução clínica do paciente, pois nem sempre tem acesso a todos os seus dados contidos no prontuário no momento da visita hospitalar, além do desconhecimento do modo de ser e perceber da família, dificuldades que são inerentes ao próprio jeito de ser do profissional e espaço físico inadequado da Unidade, são as categorias que emergiram dificultando a comunicação.
Os aspectos facilitadores da interação citados foram:
o interesse do profissional para se aproximar da família, a empatia do profissional pela família, a idade avançada do familiar que estimula a aproximação do profissional, o tempo de experiência do profissional e seu autoconhecimento. Os resultados dos fatores envolvidos na distância interpessoal entre profissionais de saúde e familiares, na análise proxêmica foram: a postura básica de pé foi mantida em todas as interações, houve predomínio do sexo feminino entre profissionais de saúde e familiares, a posição do corpo em relação ao outro foi face a face, a distância pessoal foi a observada em todas as interações. A maioria dos profissionais (continuando) (continuação) não teve contato físico com a família, mas quando o toque ocorreu foi para beijar na face com um toque no ombro ao cumprimentar o familiar, cumprimento com a mão, toque rápido no braço do familiar na despedida, e o roçar acidental no quadril do familiar ao preparar a mesa de refeição do paciente. Percebeu-se um único comportamento de contato partindo do familiar com o profissional. Houve contato visual em todas as interações observadas e o volume de voz foi normal, exceto durante as brincadeiras, despedida, entre outros. Pelo posicionamento do corpo constatou-se que o uso ineficaz de sinais da proxêmica emitidos, na interação entre profissionais de saúde e familiares, apresentou uma prevalência maior, quando comparados com o uso eficaz e foram: expressão facial não sorridente, postura corporal rígida, ausência de meneios da cabeça e nível de energia irrequieto.O uso eficaz dos sinais da proxêmica observados foram:
expressão facial sorridente, postura relaxada, meneio de cabeça positivo e nível de energia alerta.
The purposes of this study were to verify how health professionals perceive communication among the family of the patients hospitalized in an Intensive Care Unit and to observe proxemic signs emitted during interaction between health professionals and the family. The study involved 37 health professionals from March 10 to April 09, 2004. The study was performed by means of semi-structures interviews and by observing proxemic signs emitted during interaction between health professionals and the patient's family at the time of the hospital visitation. The aspects, which make communication difficult with the family, are more significant than those that make it easier. Information is not always well understood by the family. Severity or a bad prognosis about the general status of the patient, the dynamic of the Unit, lack of knowledge about the patient´s clinic evolution by the health professional since they not always have access to all data contained in the records at the moment of the hospital visitation, in addition to lack of knowledge about the family condition and how they perceive it, difficulties inherent to the professional way of acting and inadequate physical space of the Unit are the categories which arouse making communication difficult.