Erros de medicação em unidades de terapia intensiva e semi intensiva: consequências nas condições clínicas do paciente e na carga de trabalho de enfermagem
Medication errors in Intensive Care and Semi-Intensive Care units: consequences in the clinical conditions of the patient and the nursing working time
Publication year: 2004
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Padilha, Katia Grillo
Trata-se de um estudo descritivo-comparativo que teve como objetivos caracterizar os erros de medicação e avaliar suas consequências nas condições clínicas dos pacientes e na carga de trabalho de enfermagem, em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Semi Intensiva (USI). Os dados foram coletados retrospectivamente, incluindo o período de 2000 e 2003, inclusive, por meio de informações obtidas no sistema de registro de ocorrências de duas UTIs e duas USIs de dois hospitais do Município de São Paulo, seguidos de consulta aos prontuários dos pacientes vítimas de erros de medicação. A gravidade do paciente e a carga de trabalho de enfermagem foram avaliadas, respectivamente, por meio do Simplified Acute Physiology Score (SAPS II) e Therapeutic Intervention Scoring System-28 (TISS-28), aplicados 24 horas antes e 24 horas após a ocorrência. A amostra foi constituída por 50 pacientes admitidos nas UTIs e USIs no período analisado, dos quais 48 (96,00%) sofreram um erro e, dois, foram vitimas de duas ocorrências (4,00%) cada um. Referente ao tipo de erro de medicação, do total de 52 erros, 12 (23,08%) ocorreram por omissão de dose, seguidos de 11 (21,15%) e 9 (17,31%) por medicamento e dose erradas, respectivamente. Como consequência dos erros, verificou-se que não houve mudança na gravidade dos pacientes (p=0,316), porém houve aumento na carga de trabalho de enfermagem (p=0,009). Em relação ao grupo de medicamentos envolvidos, ou seja, potencialmente perigosos e não potencialmente perigosos, não foram observadas diferenças estatisticamente significantes nem na gravidade dos pacientes (p=0,456), nem na carga de trabalho de enfermagem (p=0,264), após o erro de medicação. Os resultados apontam para a necessidade de um maior número de estudos que investiguem as consequências dos erros de medicação com a utilização de instrumentos de medida objetivos aplicados a pacientes graves internados em UTI e USI.
This report is a comparing-description that aimed to relate the medication errors, evaluating its consequences to the patient conditions to the nursing working time in the Intensive (ICU) e semi-intensive care units. The data were collected from the years 2000 and 2003, by information gathered in record logs of two ICU and two SICU, from two different hospitals in the city of São Paulo. These consults were also made at the patient´s logs whom were victim of medication errors. Patient's severity and the nursing working time, were both evaluated by Simplified Acute Physiology Score (SAPS II) and Therapeutic Intervention Scoring System-28 (TISS-28), both applied 24 hours before and after the incident. The sample is of 50 ICU and SICU patients of that moment which in 48 (96,00%) were victims of errors and two were victims of two incidents each (4,00%). Regarding medication errors 12 (23,80%), out of 52, happened because of non dosage administration, followed by 11 (21,15%) on wrong medication and 9 (17.31%) by excessive dosage. As error consequences, there were no severity changes to the patients (p=0,316), however there was an overload on the nursing working time (p=0,009). Regarding the group in medication, i.e, potentially dangerous and non-potentially dangerous, it was not observed significant differences to the severity of the patients (p=0,456) neither to the nursing workload (p=0,264) after the occurrence. The results ponts to the need of major studies to investigate the consequences of medication errors with more objective measurement devices applied to the patients in ICU and SICU.