Prática de atividade física para controle de diabetes, hipertensão e obesidade da população adulta na Atenção Primária à Saúde
Practice of physical activity to control diabetes, hypertension and obesity in the adult population in Primary Health Care

Publication year: 2021

Esta revisão rápida foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do projeto GEREB-010-FIO-20 e faz parte da Coleção "Rapid response for health promotion".

Contexto:

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) estão entre as principais causas de mortalidade no mundo. Diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e obesidade são considerados problemas de saúde pública com alta prevalência em países pobres. A atividade física pode ser um fator protetivo para DCNT, auxiliando na prevenção e tratamento das doenças e da incapacidade funcional, por meio da redução da adiposidade corporal e da pressão arterial, melhora do perfil lipídico e da sensibilidade à insulina, entre outros benefícios.

Pergunta:

Quais intervenções de atividade física são efetivas para controle de diabetes, hipertensão e de sobrepeso/obesidade na Atenção Primária à Saúde (APS)? Métodos: Oito bases da literatura eletrônica foram buscadas em maio de 2021 para identificar revisões sistemáticas (RS) sobre intervenções de atividade física para controle ou melhoria dos quadros de diabetes, hipertensão e sobrepeso/obesidade. Utilizando atalhos de revisão rápida para simplificar o processo, foram realizadas seleção e extração dos dados com posterior avaliação da qualidade das RS. Em seguida, os resultados foram reunidos em síntese narrativa conforme similaridade.

Resultados:

A busca retornou 633 referências únicas, que após seleção resultaram na inclusão de 6 revisões sistemáticas, todas de confiança criticamente baixa na avaliação da qualidade metodológica. A maioria dos estudos foi realizada na Ásia e América do Norte, com destaque para China e Estados Unidos. Uma revisão sistemática incluiu estudos realizados no Brasil. O protocolo desta revisão previa a inclusão de estudos realizados em serviços de atenção primária à saúde, porém durante o processo de seleção foi necessário ampliar os critérios de elegibilidade, pois não foram identificados estudos restritos a contextos de APS. Algumas RS também incluíram o grupo de comparadores envolvendo atividade física e voluntários saudáveis.

Os resultados foram apresentados em três categorias conforme a condição analisada:

hipertensão, diabetes mellitus 2 e as três condições combinadas (HAS, DM2 e obesidade).

Os estudos envolveram as seguintes intervenções:

prática de tai chi chuan; treino de resistência e/ou aeróbico; aeróbico, musculação e educação sobre estilo de vida; yoga; treino de hidroginástica, fortalecimento, alongamento e Baduanjin; uso de monitores de atividade (acelerômetros ou pedômetros) e exercício de resistência progressiva; pedômetro com atividade física. A maioria dos resultados mostrou efeitos positivos (pressão arterial média; controle efetivo da pressão arterial - PA; redução das pressões arteriais sistólica (PAS) e diastólica (PAD); melhora na medida da hemoglobina glicada; diminuição significativa do índice de massa corporal - IMC), indicando também incertezas quanto a alguns desfechos.

Conclusão:

As RS que avaliaram pacientes hipertensos indicam redução na PA com a prática de atividade física, porém a certeza da evidência foi baixa em uma delas. O uso de monitores de atividade não resultou em melhora nos indicadores de pacientes com DM2. Uma das RS indicou que exercícios de resistência melhoraram a medida da hemoglobina glicada, mas não apresentaram efeito na composição corporal de pacientes com DM2 e sobrepeso. Já o uso de pedômetros, em uma RS, foi associado à diminuição no IMC e na PAS em pacientes com comorbidades. Os estudos incluídos devem ser avaliados com cautela, pois apresentaram falhas metodológicas que comprometem a confiança em seus resultados.
This rapid review was commissioned and subsidized by the Ministry of Health, within the scope of the GEREB-010-FIO-20 project and is part of the "Rapid response for health promotion" Collection.

Context:

Chronic Noncommunicable Diseases (NCDs) are among the leading causes of mortality in the world. Type 2 diabetes mellitus (DM2), systemic arterial hypertension (SAH) and obesity are considered public health problems with high prevalence in poor countries. Physical activity can be a protective factor for NCDs, helping to prevent and treat diseases and functional disability, by reducing body adiposity and blood pressure, improving lipid profile and insulin sensitivity, among other benefits.

Question:

Which physical activity interventions are effective for controlling diabetes, hypertension and overweight/obesity in Primary Health Care (PHC)? Methods: Eight electronic literature databases were searched in May 2021 to identify systematic reviews (SR) on physical activity interventions to control or improve diabetes, hypertension and overweight/obesity. Using quick review shortcuts to simplify the process, data selection and extraction were performed with subsequent evaluation of the SR quality. Then, the results were gathered in narrative synthesis according to similarity.

Results:

The search returned 633 unique references, which after selection resulted in the inclusion of 6 systematic reviews, all with critically low confidence in the assessment of methodological quality. Most studies were carried out in Asia and North America, with emphasis on China and the United States. A systematic review included studies carried out in Brazil. The protocol of this review provided for the inclusion of studies carried out in primary health care services, but during the selection process it was necessary to expand the eligibility criteria, as no studies restricted to PHC contexts were identified. Some SRs also included the group of comparators involving physical activity and healthy volunteers.

The results were presented in three categories according to the condition analyzed:

hypertension, diabetes mellitus 2 and the three conditions combined (SAH, DM2 and obesity).

The studies involved the following interventions:

practice of tai chi chuan; resistance and/or aerobic training; aerobics, strength training and lifestyle education; yoga; water aerobics, strengthening, stretching and Baduanjin training; use of activity monitors (accelerometers or pedometers) and progressive resistance exercise; pedometer with physical activity. Most of the results showed positive effects (mean blood pressure; effective control of blood pressure - BP; reduction of systolic (SBP) and diastolic (DBP) blood pressures; improvement in the measurement of glycated hemoglobin; significant decrease in body mass index - BMI ), also indicating uncertainties regarding some outcomes.

Conclusion:

The SRs that evaluated hypertensive patients indicated a reduction in BP with the practice of physical activity, but the certainty of the evidence was low in one of them. The use of activity monitors did not result in an improvement in the indicators of patients with DM2. One of the RS indicated that resistance exercises improved the measurement of glycated hemoglobin, but had no effect on the body composition of patients with DM2 and overweight. The use of pedometers in an SR was associated with a decrease in BMI and SBP in patients with comorbidities. The included studies should be evaluated with caution, as they had methodological flaws that compromise confidence in their results.

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