Progressão da lesão periapical em animais sob condições de estresse e modulação inflamatória através de bloqueador adrenérgico e inibidor seletivo da recaptação da serotonina

Publication year: 2021
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Estadual Paulista. Instituto de Ciência e Tecnologia, São José dos Campos to obtain the academic title of Doutor. Leader: Valera, Marcia Carneiro

O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos do estresse crônico sobre a periodontite apical (PA) induzida em ratos, e avaliar os efeitos do uso da Fluoxetina (antidepressivo da classe dos inibidores da recaptação de serotonina) e do Propranolol (bloqueador beta-adrenérgico), associados ou não, na modulação inflamatória e na reabsorção óssea periapical de ratos estressados.

Foram utilizados 40 ratos divididos em cinco grupos:

Grupo controle não-estressado (NS); Grupo controle estressado com administração de solução fisiológica (SS); Grupo estressado com administração de Fluoxetina (SF); Grupo estressado com administração de Propranolol (SP); Grupo estressado com administração de Fluoxetina e Propranolol (SFP). Os animais dos grupos estressados foram submetidos ao protocolo de estresse crônico imprevisível durante 6 semanas e as respectivas medicações foram administradas diariamente, via gavagem, ao longo de todo o período experimental. A PA foi induzida em todos os grupos após 21 dias do início do protocolo de estresse e ao final da 6ª semana, os animais foram eutanasiados e as hemimandíbulas e hemimaxilas removidas.

Posteriormente foram realizadas as seguintes análises:

a) da massa corporal; b) dos níveis séricos de corticosterona por radioimunoensaio; c) dos níveis séricos hormonais e inflamatórios por ensaio Multiplex; e) histomorfométrica por coloração com hematoxilina e eosina; f) da estrutura óssea periapical através de microtomografia computadorizada (micro-CT); g) da expressão gênica de biomarcadores relacionados à atividade osteoclástica, citocinas inflamatórias e metaloproteinases na região periapical por RT-PCR. Ao final do experimento os animais estressados apresentaram menor ganho de massa corporal, níveis séricos de ACTH significativamente mais altos, atividade inflamatória mais intensa e maiores volumes de lesão periapical quando comparados aos animais do grupo controle NS. Os grupos tratados SF, SP e SFP apresentaram menores volumes de lesão periapical quando comparados ao grupo controle SS, e o grupo SP apresentou menor intensidade do infiltrado inflamatório. O teste de RT-PCR mostrou maior expressão de RANKL e TRAP no grupo controle SS, bem como maior expressão de IL-6, IL-10 e IL-17 e MMP-8 quando comparado ao grupo controle NS. Na comparação em relação ao grupo controle SS, o grupo SF apresentou maior expressão de OPG, e menor expressão de IL-6 e IL-17; o grupo SP apresentou maior expressão de OPG e menor expressão de IL-6, IL-10, IL-17, MMP-8 e MMP-13, e o grupo SFP apresentou menor expressão de RANKL, TRAP, IL-6, IL-10, IL-17, MMP-8 e MMP-13. Foi concluído que o estresse crônico influenciou negativamente a patogênese da PA e ambos os medicamentos avaliados, bem como sua associação, tiveram efeitos positivos na prevenção da perda óssea e modulação inflamatória.
The aim of this study was to analyze the effects of chronic stress on induced apical periodontitis (AP) in rats, and to evaluate the effects of the use of fluoxetine (antidepressant known as selective serotonin reuptake inhibitor), and of Propranolol (beta-adrenergic blocker), associated or not, in inflammatory modulation and periapical bone resorption in stressed rats.

Forty rats were divided into five groups:

Unstressed control group (NS); Stressed control group with saline solution administration (SS); Stressed group with administration of Fluoxetine (SF); Stressed group with administration of Propranolol (SP); Stressed group with administration of Fluoxetine and Propranolol (SFP). The animals in the stressed groups were submitted to the unpredictable chronic stress paradigm for 6 weeks and the respective medications were administered daily, via gavage, throughout the entire experimental period. AP was induced in all groups, 21 days after the beginning of the stress paradigm, and at the end of the 6th week, the animals were euthanized and the hemi-mandibles removed for the following analyses: a) body weight b) serum corticosterone levels by radioimmunoassay; c) hormone and inflammatory serum levels by Multiplex assay; e) histomorphometric staining with hematoxylin and eosin; f) the periapical bone structure through computerized microtomography; g) gene expression related to osteoclastic activity, inflammatory cytokines and metalloproteinases in the periapical region by RT-PCR. At the end of the experiment, the stressed animals showed lower body weight gain, significantly higher levels of ACTH, more intense inflammatory infiltrate and higher volumes of periapical lesion when compared to animals in the NS control group. The treated groups SF, SP and SFP had smaller volumes of periapical lesion when compared to the SS control group and the SP group had lower intensity of inflammatory infiltrate. The RT-PCR test showed higher expression of RANKL and TRAP in the stressed control group, as well as higher expression of IL-6, IL-10, IL-17 and MMP-8 when compared to the NS control group. In comparison with the SS control group, the SF group showed higher expression of OPG, and lower expression of IL-6 and IL-17; the SP group showed higher expression of OPG and lower expression of IL-6, IL-10, IL-17, MMP-8 and MMP-13 and the SFP group showed lower expression of RANKL, TRAP, IL-6, IL-10, IL-17, MMP-8 and MMP-13. It was concluded that chronic stress negatively influenced the pathogenesis of apical periodontitis and both medications evaluated, as well as its association, had positive effects in preventing bone loss and inflammatory modulation.

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