Controle da dor pós-operatória: comparação entre métodos analgésicos
Postoperative pain relief: comparision among analgesic methods

Publication year: 2001
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Pimenta, Cibele Andrucioli de Mattos

Neste estudo, comparou-se o alívio da dor, a ocorrência de efeitos colaterais, o consumo de analgésicos, regular e complementar, e os custos do tratamento analgésico, em doentes submetidos a diferentes métodos de analgesia pós-operatória. Analisaram-se 403 prontuários de pacientes que, no período de janeiro de 1997 a dezembro de 1998, receberam analgesia pós-operatória sob a responsabilidade do Serviço de Terapia da Dor de um hospital geral e privado de São Paulo. Os métodos analgésicos utilizados foram a Analgesia Controlada pelo Paciente, por meio de bomba de infusão, e analgesia peridural convencional, por meio de seringa. De acordo com o método de analgesia recebido, formaram-se 5 grupos: infusão intravenosa contínua associada a bolo (IVC+B), infusão intravenosa somente em bolo (IVB), infusão peridural contínua associada a bolo (PC+B), infusão peridural em bolo (PB), infusão peridural em bolo por meio de seringa (PS). Os doentes dos 5 grupos não diferiram quanto à idade e ao sexo, diferiram quanto ao porte da cirurgia a que se submeteram e não foi possível compará-los quanto ao tipo de cirurgia. A maioria (92,9 %) dos doentes referiu ausência de dor ou dor leve, considerando-se todos os métodos analgésicos. Maior ocorrência de dor moderada a intensa foi observada no método PS e a maior e a menor média de intensidade de dor nos métodos IVC+B e PC+B, respectivamente. Essas diferenças foram estatisticamente significativa (p<0,05). Efeitos colaterais ocorreram em 44,8% dos doentes, perfazendo média de 0,72 por doente. Do conjunto de doentes estudados, a náusea e o vômitos foram os efeitos colaterais mais freqüentes (31,7% e 18,1%, respectivamente). Observou-se predomínio de prurido (p<0,001), no método PS, e retenção urinária (p=0,002), nos métodos PB e PC+B. A diferença quanto ao uso de analgésicos opióides de modo regular (maior consumo na via peridural) deveu-se às característica da via. ) Não houve diferença quanto ao número de analgésicos complementares utilizados. O método PS foi o mais barato, equivalendo a 51,6% do preço dos métodos mais caros (PC+B e PB). Visto que a magnitude da dor foi pequena, as diferenças observadas entre os métodos, possivelmente, apresentaram pequena expressão clínica. As diferenças de custo entre os métodos foram significativas, o que talvez possa ser fator importante na escolha da terapia.
This study compared the relief of pain, the occurrence of side effects, the regular and supplementary consumption of analgesics, and the costs of analgesic treatments among patients submitted to different methods of postoperative analgesia. 403 medical records of patients receiving postoperative analgesia in the period from January 1997 to December 1998 at the Pain Therapy Service of a private general hospital in the city of São Paulo were analyzed. The analgesic methods utilized were the Patient-Controlled Analgesia by means of infusion pump and the conventional peridural analgesia by means of syringe. Five groups were formed, according to the method of analgesia the patients received: continuous intravenous bolus-associated infusion (IVC+B), in-bolus only intravenous infusion (IVB), continuous peridural bolus-associated infusion (PC+B), in-bolus peridural infusion (PB), and in -bolus peridural infusion by means of syringe (PS). Patients in the 5 groups did differ as to age and sex, but they differed as to the size of the surgery they have been submitted, but it was not possible to compare them in relation to the type of surgery. Most of the patients (92,9%) reported lack of pain or slight pain, considering all the analgesic methods. The highest occurrence of moderate-to-intense pain was found in the PS method, whereas the highest and lowest average of pain intensity were found in the IVC+B and PC+B methods, respectively. These differences were statistically significant (p<0.05). 44,8% of the patients had side effects, representing a 0.72 average per patient. From the total universe of patients in the study, nausea and vomit were the most frequent side effects (31.7% and 18.1%, respectively). A prevalence of itching (p<0.001) in the PS methods and urine retention (p=0.002) in the PB and PC+B methods was found. The difference found regarding the use of opioid analgesics on a regular basis (highest consumption in intravenous route than in peridural route) results from features of the route. No difference was found as to the number of supplementary analgesics utilized. The PS method was the less expensive, corresponding to 51.6% of the price of the more expensive methods (PC+B and PB). Since pain magnitude was small, the difference among the methods found in the study had possibly low clinical significance. Cost differences among the methods were significant, which may be an important factor determining the choice for a certain therapy.

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