A morte e o morrer nas representações sociais dos alunos de curso de ensino médio em enfermagem

Fidelis, Wania Maria Zangirolamo

A profissionalização na área de saúde está voltada para o encontro de caminhos que conduzam a uma melhor forma de viver, a ênfase está na vida. Porém a temática mais problematizada no cotidiano da enfermagem é o morrer. A equipe de saúde está cada vez mais se especializando para atuar em relação à doença, tentando garantir a vida, mas não havendo explicitamente preocupação com o enfrentamento da morte e do processo de morrer. O profissional de ensino médio é um agente imprescindível no processo de cuidar, sua formação técnica deve ser acrescida de reflexões e discussões sobre o enfrentamento da morte e do morrer. Este estudo tem o propósito de buscar subsídios que possam contribuir com a formação desses elementos da equipe de enfermagem.

Esta pesquisa teve como objetivos:

desvelar as representações sociais dos alunos do Curso de Ensino Médio de Enfermagem, acerca do processo da morte e do morrer e correlacionar essas representações com o cotidiano vivido durante o curso. A metodologia adotada foi qualitativa, tendo o referencial da Representação Social como suporte teórico. Foram entrevistadas 10 sujeitos, alunos de uma instituição de Ensino da cidade de São Paulo. A análise temática foi o recurso para o entendimento das falas.

Cinco categorias foram delineadas com algumas temas:

1) a morte não é o fim; 2) representações em relações à morte e o morrer de familiares e amigos (abrir o chão: vazio e saudade; impotência e culpa - impossível impedir a finitude e a perda; compartilhar os últimos momentos; finalização do sofrimento); 3) representações em relações à morte e o morrer de pacientes (perda, tristeza, saudade - impotência, fracasso; culpa: poderia ter feito mais?; buscar explicações); 4) aspectos éticos; 5) religiosidade. A representação dos sujeitos desta pesquisa acerca da morte e do morrer fica caracterizada como onipotência 'versus' impotência, numa conotação de poder e fracasso. Esta representação (continuação) está ancorada na onipotência do cuidado, um cuidado entendido como ilimitado.

Professionalization of the health sector aims at finding ways that lead to a better way of life; the focus is on life. However, the most complex fact that the nursing team faces is death. The health team is becoming increasingly specialized in ways to handle diseases, an attempt to preserve life; however, there are no clear signs of concern about how to deal with death and dying. Nursing assistants and practical nurses play an essential role in the caring process, and their technical backgroung should include thoughts and discussions on death and dying. This study aimed at seeking data taht might contribute to the education of these nursing team members.

Objectives:

to reveal the social representations on death and dying of students attending a Practical Nursing Program, and to match these representations with their daily lives during the program. The methodology adopted was qualitative, and social representation was used for theoretical support. Ten students attending a program in the city of São Paulo were interviewed. Analysis of the theme was used to undestand the statements.

Five categories were related to some topics:

1) death is not the end; 2) representations related to death and the dying process of family members and friends (to feel yourself lost: feeling of emptiness and yearning for the deceased; to feel yourself powerself powerless and gulilty - impossibility of avoiding finite and the loss; sharing the last moments; ending of suffering); 3) representations related to death and dying of patients (loss, sadness, yearning for the deceased - powerlessness, failure, guilt: could I have done more? - emotional involvement - empathy vs. fondness; end of suffering; the need to seek after explanations); 4) ethical aspects; 5) religiosity. The subjscts of this study represent death and dying as omnipotence vs. powerlessness, with a connotation of power and failure. This representation is based on the omnipotence of caring, which is viewed as unlimited.