Representações sociais de mães sobre a chupeta
Social representation of mothers concerning the usage of pacifiers
Publication year: 2002
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Silva, Isília Aparecida
Mesmo com a existência de iniciativas governamentais que controlam, desestimulam a até proíbem a divulgação e o uso de bicos e chupetas nas maternidades, é alta a freqüência do uso deste artefato pelas crianças brasileiras. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo foi conhecer as representações sociais de mães sobre a chupeta, cujos filhos fizeram uso desse objeto. As mulheres estudadas deram a luz em hospital de ensino, na cidade de São Paulo, que proíbe a oferta de chupeta durante a internação. Após consentimento dessas mulheres, foram realizadas entrevistas não estruturadas e individuais, transcritas na íntegra pela própria pesquisadora. Foram utilizados os pressupostos teóricos das Representações Sociais, propostos por Moscovici, os quais referem que a elaboração da representação se dá através de conteúdos que circulam na sociedade, muitas vezes sendo decorrentes do processo de interação social. Os dados obtidos foram organizados para análise, segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo, que busca resgatar o discurso como signo de conhecimentos da representação social sobre um fenômeno.
Dos resultados podemos apreender que:
1. A chupeta simboliza a criança; 2. A chupeta é um calmante para a criança e uma ajuda para a mãe; 3. O uso da chupeta é passado pelas gerações; 4. A mãe quer que a criança aceite a chupeta; 5. A chupeta não sacia a fome da criança e nem resolve tudo; 6. A chupeta ajuda e também atrapalha; 7. A chupeta é uma necessidade dos pais; 8. A mãe faz o que é mais cômodo para ela. Esta pesquisa mostra que a chupeta oferece a mãe uma alternativa para confortar e apaziguar o filho em momentos de agitação ou quando ela não pode atendê-lo direta e continuamente. A necessidade materna, de sentir-se segura com a "parceria" da chupeta, conduz as ações das mães no cuidado com o filho, apesar de terem conhecimento da não indicação do uso desse artefato, pela maioria dos profissionais, ) e também sabem dos danos causados à saúde da criança, os quais atribuídos à chupeta.
Even with the existence of governmental initiatives that control, discourage and even prohibit the divulgation of the usage of dummies and pacifiers in maternity wards, it is still high the frequency of the usage of this article by the brazilian children. In the face of this issue, the aim of this study was to identify the social represntations of mothers whose children used pacifier. The women in this study gave birth at a hospital medical school in the city of Sao Paulo that prohibits children from using pacifier while they are admitted to the hospital. After obtaining the consent of these women, non-structured and individual interviews were carried out, and then fully transcribed by the very researcher. It was used Moscovic's theorical postulates on social representation, which says that the elaboration of representation takes place through the contents that go around in the society, many times resulted from the social interaction process. The data collected were organized for analysis according to the Discourse of the Collective Subject method, which aims to recall the discourse as a sign of knowledge of social representation upon a phenomenon. From the results, it can be grasped that: 1. The pacifier symbolizes the child; 2. the pacifier is a smoothening for the child and a help for the mother; 3. The usage of the pacifier is inherited from generations; 4. The mothers wants the child to accept the pacifier; The pacifier neither satisfies the child nor salves everything; 6. The pacifier helps, but it also hinders; 7. The pacifier is a parents' necessity; 8. The mother does what is more convenient for her. This research shows that the pacifier offers the mother an alternative to comfort and smooth the child when they are agitated or when she cannot attend them properly and continuously. The necessity the mother has to feel secure with her "partner", the pacifier leads her to make such decisions concerning the care of her child, in spite of knowing that the usage of this article is not indicated by most professionals. They also know about the harms done to the child's health that are attributed to the pacifier.