Mudança na quantidade e qualidade do sono durante o período da pandemia de Covid-19 e a associação com atividade física e comportamento sedentário

Publication year: 2022
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro to obtain the academic title of Mestre. Leader: Paravidino, Vitor Barreto

O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de Covid-19, com países de todo mundo adotando alguma forma de isolamento social, inclusive o Brasil. O maior tempo em casa decorrente das restrições impostas pela pandemia tem sido associado a mudanças no padrão de atividade física e comportamentos sedentários, bem como no padrão de sono. O presente estudo investigou possíveis mudanças na qualidade e duração do sono, durante a pandemia de Covid-19, e a associação com atividade física e comportamento sedentário. Trata-se de um estudo transversal, a partir de uma amostra de 771 estudantes adultos universitários, que ingressaram no ano de 2019 na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A coleta de dados foi realizada via web, entre agosto de 2020 e março de 2021, a partir de um questionário enviado por e-mail para todos os alunos. Matricularam-se, no ano de 2019, 4115 alunos. Desses 3973 possuíam e-mail ativo, 1 recusou assinar o termo de consentimento e 771 responderam ao questionário. Para minimizar os efeitos da alta taxa de não resposta (80,6%) realizou-se uma ponderação segundo sexo e curso. Nas análises, foram utilizadas prevalências expandidas, intervalo de confiança de 95% e estimadores de associação por regressão logística que utilizou o procedimento survey do software SAS. Regressão logística multinominal comparou piora à categoria melhora do sono/não alteração. A prevalência ponderada de inatividade física, definida como o não alcance de 150 minutos semanais de atividade física, foi de 51,7% nas mulheres e 41,4% nos homens. Já para o tempo sedentário, apenas 24,8% da amostra demonstrou passar menos de 8 horas por dia nesses comportamentos. Mais de 50% da população declararam piora na qualidade do sono, bem como sintomas de ansiedade e depressão. Somente 16,2% dos estudantes referiram melhora do sono. Houve um aumento de prevalência de estudantes com duração excessiva de sono (10,5%), que não se associou ao padrão de atividade física. Quanto à qualidade do sono, comparados aos estudantes inativos, os ativos não apresentar proteção significativa para piora do sono (OR: 0,9; 95% IC: 0,65 – 1,35), nem quando estratificado por ansiedade, depressão ou tempo de isolamento. Os sedentários também não apresentaram associação significativas com a qualidade do sono. Conclui-se que a pandemia afetou negativamente a saúde de jovens universitários, piorando o sono e apresentando mais tempo sedentário. A piora do sono não foi atenuada pela pratica de atividade física.
The year 2020 was marked by the Covid-19 pandemic, with countries around the world adopting some form of social isolation, including Brazil. More time at home resulting from the restrictions imposed by the pandemic has been associated with changes in the pattern of physical activity and sedentary behaviors, as well as in the sleep pattern. The present study investigated possible changes in sleep quality and duration during the Covid-19 pandemic and the association with physical activity and sedentary behavior. This is a cross-sectional study, based on a sample of 771 adult university students, who joined the University of the State of Rio de Janeiro (UERJ) in 2019. Data collection was carried out via the web, between August 2020 and March 2021, using a questionnaire sent by email to all students. In 2019, 4115 students enrolled. Of these 3973 had active e-mail, 1 refused to sign the consent form and 771 responded to the questionnaire. To minimize the effects of the high non-response rate (80.6%) a weighting was performed according to sex and course. In the analyses, expanded prevalences, a 95% confidence interval and association estimators were used by logistic regression using the SAS software survey procedure. Multinomial logistic regression compared worsening to the improved sleep/no change category. The weighted prevalence of physical inactivity, defined as not achieving 150 minutes of physical activity per week, was 51.7% in women and 41.4% in men. As for the sedentary time, only 24.8% of the sample showed to spend less than 8 hours a day in these behaviors. More than 50% of the population reported worsening sleep quality, as well as symptoms of anxiety and depression. Only 16.2% of students reported improved sleep. There was an increase in the prevalence of students with excessive sleep duration (10.5%), which was not associated with the pattern of physical activity. As for sleep quality, compared to inactive students, active students did not present significant protection for sleep worsening (OR: 0.9; 95% CI: 0.65 – 1.35), not even when stratified by anxiety, depression or time of isolation. Sedentary individuals also showed no significant association with sleep quality. It is concluded that the pandemic negatively affected the health of university students, worsening sleep and presenting more sedentary time. The worsening of sleep was not attenuated by the practice of physical activity.

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