Efeito do fluxo salivar na rugosidade e conteúdo mineral do esmalte clareado: estudo in situ e in vitro
Effect of salivary flow on bleached enamel roughness and mineral content: an in vitro and in situ study
Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Magalhães, Cláudia Silami de
Este estudo avaliou o efeito do contato com a saliva in vitro e do fluxo salivar normal
e reduzido in situ na rugosidade e na composição de cálcio e fósforo do esmalte,
após clareamento com peróxido de hidrogênio 35%. Espécimes obtidos de terceiros
molares (5 x 5 mm) foram divididos em 5 grupos (n=15), G1: não clareado e não
exposto à saliva; G2: clareado e não exposto à saliva; G3: clareado e mantido em
saliva natural in vitro, G4: clareado e mantido em saliva humana in situ em
voluntários com fluxo salivar normal, G5: clareado e mantido em saliva humana in
situ em voluntários com baixo fluxo salivar. A rugosidade (Ra, Rz), a proporção
cálcio/fósforo e as porcentagens de cálcio e fósforo do esmalte foram avaliadas,
respectivamente, por perfilometria a laser 3D e espectroscopia de energia dispersiva
por raios X, antes do clareamento (T1), após o clareamento (T2) e após contato com
saliva (T3). A saliva dos participantes foi coletada e o fluxo salivar foi medido para
alocação nos grupos 4 e 5. O pH salivar e a capacidade tampão foram avaliados por
fitas medidoras.As concentrações de cálcio e fósforo salivar foram determinadas por
espectrofotometria de absorbância. Os dados foram analisados por testes não
paramétricos para análise entre grupos e entre os tempos. Um modelo de regressão
linear foi ajustado para a variável dependente rugosidade do esmaltedos grupos 4 e
5 em T3, considerando as covariáveis fluxo salivar, pH, capacidade tampão e
concentração de cálcio e fósforo salivar (p<0,05). Não houve diferença de
rugosidade (Ra, Rz) entre grupos em T1 (p>0,05). Em T2, G1 diferiu de todos os
grupos. Em T3, G5=G2>G3=G4=G1. Para G1, a rugosidade de T1=T2=T3. Para G2
e G5 T10,05). A rugosidade Ra foi em média 0,14 menor no grupo de
fluxo salivar normal comparado ao grupo de fluxo reduzido, enquanto Rz foi em
média 1,95 menor no grupo fluxo salivar normal. Conclui-se que o contato com a
saliva humana in vitro e com o fluxo salivar normal in situ restabeleceu a rugosidade
do esmalte. O baixo fluxo salivar in situ não restabeleceu a rugosidade inicial. O
clareamento dentário e o contato com a saliva humana não alteram a proporção
cálcio/fósforo e nem suas porcentagens isoladas no esmalte. A recuperação da
rugosidade do esmalte clareado foi maior em fluxo salivar normal que em baixo fluxo
salivar, independentemente do pH salivar e de sua capacidade tampão.
This study evaluated the effect of saliva in vitro and regular or low salivary flow in situ
on roughness, calcium/phosphorus ratio and calcium and phosphorus percentages of
the enamel bleached with 35% hydrogen peroxide. Seventy-five specimens of third
molars were divided in 5 groups, G1: Not bleached and not exposed to saliva; G2:
Bleached and not exposed to saliva; G3: Bleached and stored in natural saliva in
vitro, G4: Bleached and exposed to human saliva in situ in normal salivary flow
participants, G5: Bleached and exposed to human saliva in situ in low salivary flow
participants. Roughness (Ra, Rz) was evaluated with a 3D laser non-contact
profilometer. Calcium/phosphorus ratio and calcium and phosphorus percentages
were determined with energy- dispersive X-Ray spectrophotometry. These
evaluations were performed before bleaching (T1), after bleaching (T2) and after the
contact with saliva (T3). Participants saliva was collected and salivary flow was
measured for their allocation in groups 4 and 5. Salivary pH and buffering capacity
were evaluated with measuring tapes. Salivary calcium and phosphorus
concentrations were determined by absorbance spectrophotometry. Data were
analyzed by nonparametric tests for the analysis between groups and times. A model
of linear regression was adjusted for the dependent variable enamel roughness of
groups 4 and 5 in T3, considering the covariables salivary flow, pH, buffering
capacity and salivary calcium and phosphorus concentration (p<0.05). Roughness
was similar among groups in T1. In T2, G1 differed from all groups. In T3,
G5=G2>G3=G4=G1. For G1, roughness of T1=T2=T3. For G2 and G5 T10.05), nor between the moments of
evaluation T1, T2 and T3 (p>0.05). Ra and Rz were, respectively, 0.14 and 1.95
lower with normal salivary flow than reduced salivary flow. It was concluded that the
contact with the human saliva in vitro and normal salivary flow in situ reestablished
the enamel roughness to the original values, but the low salivary flow did not. Dental
bleaching and the contact with human saliva cannot modify calcium/phosphorus
ratio nor their isolated percentages. Recovery of bleached enamel roughness was
higher in normal salivary flow than low salivary flow, regardless of saliva pH and
buffering capacity.