A leishmaniose trata-se de uma doença infecciosa, zoonótica e não contagiosa, causada por parasitos do gênero Leishmania. Dependendo da espécie de Leishmania e do seu vetor, a enfermidade pode se apresentar em diversas formas clínicas, sendo as principais: a leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a leishmaniose visceral (LV). O presente estudo objetivou investigar a distribuição espacial da Leishmaniose Tegumentar Americana na zona urbana do município de Altos – PI entre os anos de 2008 a 2018. Os dados dos casos confirmados foram obtidos do Sistema de Agravos de Notificação e Informação disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde (SESAPI) e Coordenação de Vigilância epidemlógica do município de Altos Piauí. Foram realizadas 7 expedições e coletados 76 pontos de geolocalização dos endereços onde houve casos confirmados de LTA dentro da zona urbana para a elaboração de mapas e gráficos de distribuição espacial e temporal, respectivamente, e uma concomitante análise in loco das condições ambientais dos endereços. Os resultados mostraram que pessoas que residem na zona urbana possuem uma chance reduzida em 55% de serem acometidos pela LTA. Pessoas com idade acima de 50 anos, ambos do sexo feminino e masculino morando na na zona rural, são mais susceptíveis a desenvolver a LTA. O ano de 2010 teve um maior pico no número de casos registrados e o corte temporal de 2008 a 2011 possuiu uma alta taxa de intensidade de casos. Os mapas de distribuição espacial mostraram que os bairros Centro, Ciana e Bacurizeiro, destacaram-se como as zonas de maior concentração dos casos de LTA. O mapa de kernel mostrou que os bairros das zonas periféricas, principalmente os bairros da zona leste do município, possuem uma intensa área de acometimento de LTA juntamente com ausência de saneamento básico. Estes fatores em associação com o desmatamento favorecem o aparecimento de casos da doença. Este trabalho pode auxiliar as autoridades sanitárias do município de Altos, chamando a atenção para a necessidade de constante vigilância da LTA, particularmente em áreas periféricas urbanas. Foram elencados diversos fatores que podem favorecer o aparecimento da doença, e ações preventivas em conjunto aos planos de combate e controle poderão evitar futuros danos causados pela doença. (AU)