Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Nogueira, Lilia de Souza
Introdução:
entre os eventos traumáticos, as quedas representam a segunda causa de óbito no Brasil, precedida apenas pelas agressões por arma de fogo. Considerando a relação entre idade e ocorrência de quedas, este estudo é relevante frente ao envelhecimento da população no país e necessidade de se aprofundar o conhecimento sobre diferentes aspectos associados a este tipo de trauma. Objetivo:
comparar adultos, idosos jovens, idosos e muito idosos, vítimas fatais por queda, segundo dados sociodemográficos e características e gravidade do trauma. Método:
estudo transversal, comparativo, que analisou laudos de autópsia de vítimas fatais por queda admitidas no Instituto Médico Legal de São Paulo em 2015. A variável dependente analisada foi a faixa etária das vítimas categorizada em adultos ( 18 e < 60 anos), idosos jovens ( 60 e < 70 anos), idosos ( 70 e < 80 anos) e muito idosos ( 80 anos). As variáveis independentes incluíram dados sociodemográficos, do evento traumático e da gravidade do trauma segundo os índices Injury Severity Score (ISS) e New Injury Severity Score (NISS). Os testes Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Kruskal-Wallis e Dunn foram aplicados na análise dos dados, com nível de significância de 5%. Resultados:
a amostra compôs-se de 469 vítimas (57,8% do sexo masculino; 73,1% da raça branca) com idade média de 71,3 (±18,2) anos e maior frequência de mortes na faixa etária de muito idosos (43,5%). As quedas do mesmo nível (70,1%) predominaram na casuística. As médias do ISS e do NISS foram, respectivamente, 13,0 (±7,6) e 16,0 (±11,1). A cabeça/pescoço foi a região mais gravemente lesada (56,7%) e a fratura de fêmur, a lesão com Abbreviated Injury Scale - AIS 3 mais frequente (35,0%). As mortes tardias (79,6%) prevaleceram na amostra e a complicação pós trauma (57,2%) foi a principal causa de óbito das vítimas. Houve diferença significativa entre os grupos em relação às variáveis sexo (p<0,001), nível da queda (p<0,001), tipo de atendimento pré-hospitalar recebido (p<0,001), ISS (p<0,001), NISS (p<0,001), número de regiões corpóreas traumatizadas (p<0,001) e de lesões AIS 3 (p<0,001), Major Abbreviated Injury Scale das regiões abdome/conteúdo pélvico (p=0,011) e extremidades/cintura pélvica (p=0,001), cabeça/pescoço (p<0,001) e extremidades/cintura pélvica (p<0,001) como regiões corpóreas mais gravemente lesadas, momento (p<0,001) e causa da morte (p<0,001), além das oito lesões graves (AIS 3) que predominaram na amostra (p<0,050). Entre todas as variáveis analisadas, foram mais frequentes as diferenças entre os grupos de adultos e idosos e adultos e muito idosos. Conclusão:
os resultados revelaram o predomínio de vítimas fatais por queda em idosos ( 60 anos) e diferenças significativas entre as faixas etárias em relação às variáveis sociodemográficas e relacionadas ao trauma, especialmente entre os extremos de idade. Esses achados reforçam a importância de programas de prevenção de queda e melhoria da qualidade da assistência hospitalar, com capacitação e atualização dos profissionais da saúde pautadas nas melhores práticas de cuidados voltados especialmente à população idosa, expressiva no país.
Introduction:
Among the traumatic events, falls represent the second cause of death in Brazil, preceded only by firearm aggressions. Considering the relation between age and occurrence of falls, this study is relevant to the aging of the population in the country and the needed of an in-depth knowledge about different aspects associated with this type of trauma. Objective:
to compare adults, seniors, elderly and very elderly, fatal victims of fall, according to socio-demographic data, characteristics and severity of trauma. Method:
a cross-sectional, comparative study that analyzed autopsy reports of fatal victims by fall admitted in 2015 at São Paulos Medical Institute. The dependent variable analyzed was the age group of the victims categorized in adults ( 18 and <60 years), seniors ( 60 and <70 years), elderly ( 70 and <80 years) and very elderly (80 years). The independent variables included data on socio-demographic, traumatic event and the severity of trauma according to the Injury Severity Score (ISS) and New Injury Severity Score (NISS). Pearson's Chi-Square, Fisher's Exact, Kruskal-Wallis and Dunn tests were applied in the analysis of the data, with a significance level of 5%. Results:
the sample consisted of 469 victims (57.8% male, 73.1% white), with a mean age of 71.3 (± 18.2) years and a higher frequency of deaths in the age group of very elderly (43.5%). The falls at the same level (70.1%) predominated in the sample. The ISS and NISS averages were, respectively, 13.0 (±7.6) and 16.0 (±11.1). The head/neck were the most severely injured part of the body (56.7%) and femur fracture, the most frequent AIS 3 lesions (35.0%). Late deaths (79.6%) prevailed in the sample and post-trauma complications (57.2%) were the main cause of death. There was a significant difference between the groups in relation to the variables gender (p<0.001), level of fall (p<0.001), type of pre-hospital care received (p<0.001), ISS (p <0.001), NISS (p<0.001), number of traumatized body region (p<0.001) and AIS lesions 3 (p<0.001), Major Abbreviated Injury Scale of the regions abdomen/pelvic contents (p=0.001) and pelvic girdle/extremities (p=0.001), head/neck (p<0.001) and pelvic girdle/extremities (p<0.001) as the most severely damaged body region, moment (p<0.001), and cause of death (p<0.001), in addition to the eight severe lesions (AIS 3) that predominated in the sample (p<0.050). Among all the analyzed variables, the differences between the groups of adults and elderly and between adults and very elderly were more frequent. Conclusion:
the results revealed the predominance of fatal victims due to falls in the elderly ( 60 years) and significant differences between the age groups in relation to socio-demographic and trauma variables, especially among the extremes of age. These findings reinforce the importance of fall prevention programs and the improve of a quality hospital care, by training and updating professionals health based on the best practices of care directed especially to the elderly population, significant in the country.