Ações do agente comunitário de saúde na perspectiva da prática interprofissional colaborativa
Actions of the Community Health Agent from the perspective of collaborative interprofessional practice

Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem to obtain the academic title of Mestre. Leader: Leonello, Valéria Marli

O Agente Comunitário em Saúde (ACS) integra a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada modelo prioritário de (re) organização da Atenção Primária em Saúde (APS) no contexto brasileiro. O ACS desenvolve suas atribuições por meio do acompanhamento de famílias adscritas a um território (microárea), realizando visitas domiciliares,de ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e de vigilância à saúde. O ACS está inserido no contexto da prática interprofissional colaborativa da equipe, compreendida como necessidade da colaboração de diferentes profissionais, em diferentes serviços, trabalhando em uma única direção, a fim de oferecer melhoria e qualidade no acesso aos serviços de saúde. Para fortalecer a prática interprofissional colaborativa das equipes, uma das etapas fundamentais é a identificação das competências específicas de cada profissional e uma etapa que antecede a construção das competências é a identificação das ações profissionais.

Objetivo:

Analisar as ações específicas do ACS na perspectiva da prática interprofissional colaborativa.

Metodologia:

A pesquisa utilizou dados secundários provenientes de uma investigação com abordagem quantitativa, que mapeou as ações dos profissionais que compõem as equipes da ESF no Brasil, por meio de uma análise documental para identificar as ações específicas de cada profissional da equipe da ESF. Para análise desse material secundário foram utilizados os referenciais de competência conforme definição de Zarifian (2003) e a tipologia de competências específicas, comuns e colaborativas, definidas por Barr (1998). Os resultados compõem um conjunto de ações específicas dos ACS organizadas em oito eixos, sendo eles: recuperação da saúde, promoção da saúde, prevenção, permanente, educação, documentação, gestão do cuidado, gestão do processo de trabalho e serviços e pesquisa e formação.

Resultados:

Foram analisadas 97 ações dos ACS classificadas em: recuperação de saúde (12), promoção da saúde (18), prevenção (26), educação permanente e educação continuada (0), documentação (14), gestão do cuidado (16), gestão do processo de trabalho e serviços(11), pesquisa e formação (0). Houve predomínio das ações relacionadas ao eixo de prevenção de doenças, seguidas pelas ações de promoção de saúde, gestão do cuidado e documentação. Destaca-se a ausência de ações relacionadas a pesquisa e formação. Quando comparadas à nova Política de Atenção Básica (PNAB), observa-se que há um redirecionamento das ações dos ACS, cada vez mais voltadas para questões burocráticas no interior das unidades e à ações assistenciais, relacionadas ao eixo recuperação da saúde, o que pode comprometer a proposta da ESF, pautada na integralidade e na longitudinalidade do cuidado. Há ainda preocupação com relação à limitação das visitas domiciliares pelo ACS, distanciando-se do papel estratégico da ESF relacionado à aproximação e inserção no território.

Considerações Finais:

Embora os documentos analisados tragam predominantemente as ações de prevenção, promoção e gestão do cuidado, com as mudanças no cenário da Atenção Primária em Saúde, por meio da nova PNAB, há um deslocamento das ações do ACS para atividades assistenciais e burocráticas. Estudos como este podem ajudar no sentido da clarificação dos papéis profissionais no contexto da prática interprofissional colaborativa.
The Community Health Agent (ACS) integrates a Family Health team (ESF), with the priority model of (re) organization of Primary Health Care (PHC) in the Brazilian context. The ACS is administered through the accompaniment of families of ascribed mothers, performing home visits, health promotion actions, disease prevention and health surveillance.The ACS is part of the collaborative interprofessional practice of the team, understood the need for collaboration in different areas, different services, working in a single direction, the end of offer quality improvement and access to health services. A research on women's collaborative skills, one of the fundamental stages is the identification of specific skills of each professional and a stage that precedes the formation of competencies in professional actions.

Objective:

To analyze the specific actions of ACS in the perspective of collaborative interprofessional practice.

Methodology:

The research used research data with the quantitative source, which mapped the actions of all the professionals that compose the FHT in Brazil, through a documentary analysis for the specific actions of each of the FHS professionals. The analysis of material reference in the public related to Zarifian (2003) and the typology of supplications specific, common and collaboratives, defined by Barr (1998).

The results are a set of specific actions of the CHA organized in eight stages:

health recovery, health promotion, prevention, permanent, education, documentation, care management, work process management and services and research and training.

Results:

A total of 97 CHA actions were classified as health recovery (12), health promotion (18), prevention (26), continuing education and continuing education (0), documentation (14), care management , work process management and services (11), research and training (0). There was a predominance of actions related to the axis of disease prevention, followed by actions of health promotion, care management and documentation. The lack of actions related to research and training stands out. When compared to the new Basic Attention Policy (BANP), it is observed that there is a redirection of the actions of the CHAs, increasingly focused on bureaucratic issues inside the units and the assistance actions related to the health recovery axis, which may compromise the proposal of the ESF, based on the integrality and longitudinality of care. There is also concern regarding the limitation of home visits by the ACS, distancing itself from the strategic role of the ESF related to the approximation and insertion in the territory.

Final Considerations:

It is concluded that although the documents analyzed bring predominantly the actions of prevention, promotion and management of care, with the changes in the scenario of Primary Health Care, through the new PNAB, there is a shift from ACS actions to care activities and bureaucratic. Studies such as this can help clarify professional roles in the context of collaborative interprofessional practice.

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