Publication year: 2022
Contexto:
Na última década, o tema saúde digital vem sendo ampliado no Brasil, com a criação e expansão de legislações e ferramentas específicas. Em 2017, a Comissão Intergestores Tripartite aprovou a Resolução nº 19 sobre a estratégia de e-saúde para o Brasil. Esta resolução aborda a importância da coleta, manutenção e processamento de dados e informações de saúde e estabelece ações estratégicas para reduzir a fragmentação das iniciativas de saúde digital no Sistema Único de Saúde (SUS), para promover o acesso da população a estes recursos de informação. As informações sobre saúde da população brasileira têm sido utilizadas para a promoção de políticas públicas específicas, porém, pouco se sabe sobre sua real utilização pelos profissionais, bem como sua influência na melhora efetiva dos desfechos em saúde dos pacientes.
Pergunta:
Quais são as estratégias para promover o uso de ferramentas (dashboards, tabuladores, bases de dados etc.) para disseminação das informações de interesse para monitoramento e avaliação em sistemas e políticas de saúde?
Método: Realizou-se uma revisão rápida com base em protocolo de pesquisa previamente definido. Buscas foram feitas em 28 de julho de 2022 na base da literatura eletrônica Pubmed, com limite para estudos publicados nos últimos dez anos, em inglês, português ou espanhol. O processo de seleção foi realizado em duplicata, de modo independente; a extração de dados foi realizada por dois revisores, de modo complementar. Não foi realizada a avaliação da qualidade metodológica dos estudos.
Resultados:
Foram recuperadas 676 publicações. Apenas duas atenderam aos critérios de interesse desta revisão rápida e são apresentadas a seguir.
Um estudo abordou um modelo lógico para descrever como atividades e intervenções
específicas podem fortalecer o uso de dados de saúde na tomada de decisões. As atividades e intervenções específicas que podem fortalecer o uso de dados de saúde na tomada de decisões abordadas no estudo foram:
(i) Avaliar e melhorar o contexto de uso de dados, (ii) Envolver usuários e produtores de dados, (iii) Melhorar a qualidade dos dados, (iv) Melhorar a disponibilidade de dados, (v) Identificar as necessidades de informação, (vi) Aumentar a capacidade de uso de dados, (v) Identificar as necessidades de informação, (vi) Aumentar a capacidade de uso de dados, competências essenciais, (vii) Fortalecer a demanda de dados da organização e usar a infraestrutura e (viii) Monitorar, avaliar e comunicar os resultados das intervenções de uso de dados. O estudo fornece exemplos específicos dos seguintes países:
Afeganistão, África do Sul, Brasil, Canadá, Equador, Honduras, Madagascar, México, Paquistão, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uganda.
Em outro estudo, realizado no Senegal, facilitadores e oportunidades no uso de dados de sistemas de informação em saúde foram exploradas através de cinco fatores: (i) Organizacionais, (ii) Sociopolíticos - papel dos doadores, estrutura do sistema de saúde e uso de dados, relacionamentos institucionais, (iii) Financeiros, (iv) Infraestrutura, (v) Design do sistema de informação.
Considerações finais:
Os exemplos apresentados nos estudos ilustram os esforços empreendidos em diversos países para fortalecer o uso de dados de saúde nas tomadas de decisão. Características culturais e orçamentárias devem ser consideradas quanto a viabilidade de aplicação dessas estratégias em diferentes contextos.
Context:
In the last decade, the digital health theme has been expanded in Brazil, with the creation and expansion of legislation and specific tools. In 2017, the Tripartite Inter-Management Commission approved Resolution No. 19 on the e-health strategy for Brazil. This resolution addresses the importance of collecting, maintaining and processing data and health information and establishes strategic actions to reduce the fragmentation of digital health initiatives in the Unified Health System (SUS), to promote the population's access to these information resources . Information about the health of the Brazilian population has been used to promote specific public policies, however, little is known about its actual use by professionals, as well as its influence on the effective improvement of patients' health outcomes.
Question:
What are the strategies to promote the use of tools (dashboards, tabulators, databases, etc.) to disseminate information of interest for monitoring and evaluation in health systems and policies?
Method: A rapid review was carried out based on a previously defined research protocol. Searches were performed on July 28, 2022 in the Pubmed electronic literature base, with a limit to studies published in the last ten years, in English, Portuguese or Spanish. The selection process was performed in duplicate, independently; data extraction was performed by two reviewers, in a complementary way. The assessment of the methodological quality of the studies was not carried out.
Results:
676 publications were retrieved. Only two met the criteria of interest for this rapid review and are presented below.
One study addressed a logical model to describe how specific activities and interventions can strengthen the use of health data in decision-making. Specific activities and interventions that can strengthen the use of health data in decision-making addressed in the study were: (i) Evaluate and improve the context of data use, (ii) Engage users and data producers, (iii) Improve quality of data, (iv) Improve data availability, (v) Identify information needs, (vi) Increase capacity to use data, (v) Identify information needs, (vi) Increase capacity to data use, core competencies, (vii) Strengthen the organization's data demand and use infrastructure, and (viii) Monitor, evaluate, and communicate the results of data use interventions. The study provides specific examples from the following countries:
Afghanistan, South Africa, Brazil, Canada, Ecuador, Honduras, Madagascar, Mexico, Pakistan, Paraguay, Peru, Dominican Republic and Uganda.
In another study, carried out in Senegal, facilitators and opportunities in the use of data from health information systems were explored through five factors: (i) Organizational, (ii) Sociopolitical - role of donors, structure of the health system and use of data, institutional relationships, (iii) Financial, (iv) Infrastructure, (v) Information system design.
Final considerations:
The examples presented in the studies illustrate the efforts undertaken in several countries to strengthen the use of health data in decision-making. Cultural and budgetary characteristics should be considered regarding the feasibility of applying these strategies in different contexts.