Epidemia de Febre Amarela no Estado do Rio de Janeiro entre 2017 e 2018: correlação entre padrão espacial dos casos e da cobertura vacinal
Yellow Fever Epidemic in Rio de Janeiro State between 2017 and 2018: correlation between spatial pattern of cases and vaccination coverage
Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade do Estado do Rio de Janeiro to obtain the academic title of Mestre. Leader: Neto, Mercedes
Nos últimos anos observamos a emergência e reemergência de algumas doenças em diferentes países e territórios das Américas, incluindo o Brasil, destacando neste estudo, a Febre Amarela. A epidemia de Febre Amarela silvestre que atingiu a Região Sudeste do Brasil em 2017, e a ocorrência de óbitos de macacos com confirmação laboratorial da infecção pelo vírus da Febre Amarela em outros Estados, trouxeram novamente a discussão da necessidade da adoção de medidas para redução do risco de reurbanização da doença. Este estudo teve como objetivo geral analisar a correlação espacial da cobertura vacinal em relação aos casos de Febre Amarela no Estado do Rio de Janeiro.
Metodologia:
Estudo do tipo ecológico, descritivo, a partir de dados secundários oriundos dos sistemas de informação – Sistema de Informação de Agravos de Notificação/investigação (SINAN) e APIWEB. O cenário do estudo foi o Estado do Rio de Janeiro, localizado na Região Sudeste do Brasil. O período escolhido a ser estudado foram os anos de 2017 e 2018, período em que ocorreu o surto da Febre Amarela no Brasil, sobretudo na região supracitada. Foram incluídos todos os casos notificados/confirmados como Febre Amarela no SINAN além dos dados dos vacinados no APIWEB© e excluídos os campos não preenchidos e ignorados. As variáveis utilizadas foram número de casos confirmados, sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, evolução do caso, vacinados e dados clínicos. Foram construídos mapas temáticos por municípios para a análise espacial da incidência dos casos de febre amarela e cobertura vacinal da população. Foi calculado o índice de Moran Local e Global uni e bivariado pelo software GeoDA, que assumiu como hipótese nula a ausência de autocorrelação espacial da cobertura vacinal e da incidência de Febre Amarela, com significância de 5%. Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), sob parecer nº 3.450.227, aprovado no dia 11 de julho de 2019.Resultados:
a Febre Amarela atingiu mais pessoas do sexo masculino, de cor branca, com mais de 60 anos de idade. Ser vacinado é fator de proteção tanto para hospitalização quanto para óbito dos casos confirmados da doença. Os municípios que mantiveram as maiores coberturas vacinais do Estado no período estudado foram Casimiro de Abreu e Comendador Levy Gasparian e os que tiveram maior incidência foram Rio das Flores e Sumidouro. O município de maior incidência em relação a cobertura vacinal (2008 – 2018) foi Duas Barras.Conclusões:
Esta pesquisa traz dados importantes que auxiliam na compreensão da difusão espacial da Febre Amarela no Estado do Rio de Janeiro em período de surto, dados estes que podem ser facilmente utilizados como modelo para realização de pesquisas de outras doenças.
In recent years we have observed the emergence and reemergence of some diseases in different countries and territories of the Americas, including Brazil, highlighting in this study, Yellow Fever. The outbreak of yellow fever in the southeastern region of Brazil in 2017, and the occurrence of monkey deaths with laboratory confirmation of yellow fever virus infection in other states, brought again the discussion of the need to adopt measures to reduce risk of disease reurbanization. This study aimed to analyze the spatial correlation of vaccination coverage in relation to cases of yellow fever in the state of Rio de Janeiro.