Consumo de bebidas alcoólicas em binge na adolescência precoce: um estudo transversal
Binge drinking in early adoelscence: a cross-sectional stdudy

Publication year: 2022
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Zarzar, Patrícia Maria Pereira de Araújo

O objetivo desse estudo foi avaliar a prevalência do consumo de bebidas alcoólicas em binge na adolescência precoce e sua associação com o consumo de bebidas alcoólicas misturadas com bebidas energéticas, religiosidade e o capital social. Trata- se de um estudo transversal realizado com adolescentes de 10 a 13 anos de idade matriculados em escolas públicas de Belo Horizonte, Brasil. A amostragem foi do tipo aleatória estratificada proporcional por distrito administrativo e por ano letivo. Para selecionar os alunos, foi feito o sorteio das escolas por regional e todos os alunos elegíveis foram convidados a participar. Um total de 650 adolescentes participou do estudo. Os adolescentes preencheram o Teste de Identificação de Transtornos por Uso de Álcool (AUDIT-C), perguntas sobre consumo de bebidas alcoólicas misturadas com bebidas energéticas, consumo de álcool em binge pelos pais e melhor amigo, perguntas sobre a religiosidade e o questionário capital social para adolescentes (QCS-AE). Um formulário referente às questões socioeconômicas foi respondido pelos pais. Foi realizada análise descritiva, regressão logística univariada e múltipla (p <0,05). Os resultados foram apresentados na forma de três artigos. O primeiro artigo abordou a associação entre consumo de bebidas alcoólicas misturadas com bebidas energéticas e o binge drinking, o segundo artigo, a associação entre a religiosidade e o binge drinking e o terceiro artigo a associação entre capital social e binge drinking. A prevalência do binge drinking foi de 13,7%. No modelo ajustado, o consumo de bebidas alcoólicas misturadas com bebidas energéticas (OR: 6,13; IC 95%: 3,81- 11,83; p< 0,001), binge drinking pela mãe (OR: 2,88; IC 95%: 1,59-5,24; p< 0,001), binge drinking pelo melhor amigo (OR: 4,28; IC 95%: 2,35-7,79; p< 0,001) e família não nuclear (OR: 1,89; IC 95%: 1,03- 3,48; p= 0,039) estiveram associadas ao desfecho. A religiosidade não esteve associada ao binge drinking. As covariáveis associadas foram à idade de 12-13 anos (OR: 1,94; IC 95%: 1,06-3,56; p= 0,030), binge drinking pela mãe (OR: 3,07; IC 95%: 1,73-5,46; p < 0,001); binge drinking pelo melhor amigo (OR: 6,01; IC 95%: 3,40-10,62; p< 0,001) e família não nuclear (OR: 1,80; IC 95%: 1,01-3,23; p= 0,045). A alta coesão social na escola (OR: 0,41; IC 95%: 0.20-0.0,83; p=0,024), a alta rede de amigos (OR:1,02; IC 95%: 0.20-0,83; p= 0.013); binge drinking pelo melhor amigo (OR: 6,21; IC 95%: 3,43-11,23; p<0,001); binge drinking pela mãe (OR: 3.26; IC: 1,80-5,89; p<0,001) e a menor escolaridade materna (OR: 2,69; IC 95%: 1,52-4,76; p=0,001) estiveram associadas ao desfecho. Concluiu-se que o consumo de bebidas alcoólicas misturadas com bebidas energéticas, a idade de 12-13 anos, o consumo em binge pela mãe e melhor amigo, a menor escolaridade materna, família não nuclear e a alta rede de amigos foram fatores associados ao binge drinking. A alta coesão na escola foi um possível fator de proteção e a religiosidade não esteve associada ao binge drinking na adolescência precoce.
The aim of this study was to assess the prevalence of binge drinking in early adolescence and its association with the consumption of alcohol mixed with energy drinks, religiosity and social capital. This is a cross-sectional study carried out with adolescents aged 10 to 13 years old enrolled in public schools in Belo Horizonte, Brazil. The random stratified sampling was performed, proportionally by administrative district and by school year. To select students, schools were randomly selected by region and all eligible students were invited to participate. A total of 650 adolescents participated in the study. Adolescents completed the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT-C), questions about drinking alcohol mixed with energy drinks, binge drinking by parents and best friend, questions about religiosity, and the social capital questionnaire for adolescents (QSC- AE). A form regarding socioeconomic issues was answered by the parents. Descriptive analysis, univariate and multiple logistic regression (p <0.05) were performed. The results were presented in the form of three articles. The first article addressed the association between the consumption of alcoholic beverages mixed with energy drinks and binge drinking, the second article the association between religiosity and binge drinking and the third article the association between social capital and binge drinking. The prevalence of binge drinking was 13.7%. In the adjusted model, consumption of alcohol mixed with energy drinks (OR: 6.13; 95% CI: 3.81-11.83; p< 0.001), binge drinking by the mother (OR: 2.88; CI 95 %: 1.59-5.24; p< 0.001), binge drinking by the best friend (OR: 4.28; 95% CI: 2.35-7.79; p< 0.001) and non-nuclear family (OR: 1.89; 95% CI: 1.03-3.48; p= 0.039) were associated with the outcome. Religiosity was not associated with binge drinking. The associated covariates were age 12-13 years (OR: 1.94; 95% CI: 1.06-3.56; p= 0.030), binge drinking by the mother (OR: 3.07; 95% CI: 1.73-5.46; p < 0.001); binge drinking by best friend (OR: 6.01; 95% CI: 3.40-10.62; p< 0.001) and non-nuclear family (OR: 1.80; 95% CI: 1.01-3.23 ; p=0.045). High social cohesion at school (OR: 0.41; 95% CI: 0.20-0.0.83; p=0.024), high network of friends (OR: 1.02; 95% CI: 0.20-0.83; p=0.013); binge drinking by best friend (OR: 6.21; 95% CI: 3.43-11.23; p<0.001); binge drinking by the mother (OR: 3.26; 95% CI: 1.80-5.89; p<0.001) and lower maternal education (OR: 2.69; 95% CI: 1.52-4.76; p=0.001 ) were associated with the outcome. It was concluded that the consumption of alcohol mixed with energy drinks, the age of 12-13 years, binge drinking by the mother and best friend, lower maternal education, non-nuclear family and high network of friends were factors associated with binge drinking. High school cohesion was a possible protective factor and religiosity was not associated with binge drinking in early adolescence.

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