Orientação nutricional e consumo alimentar segundo a classificação NOVA de alimentos

Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de Enfermagem. Pós-Graduação em Nutrição e Saúde to obtain the academic title of Doutor. Leader: Aline Cristine Souza Lopes

orientações nutricionais são recomendações de cunho objetivo, e uma das estratégias utilizadas para promover práticas alimentares saudáveis e auxiliar na prevenção e tratamento de doenças.

Objetivo:

investigar o consumo alimentar, segundo a NOVA, e sua associação com o relato de recebimento de orientação nutricional em usuários do Programa Academia da Saúde (PAS).

Métodos:

estudo transversal conduzido com amostra representativa do PAS (n=18) de Belo Horizonte-MG, com todos os indivíduos com 20 anos ou mais de idade frequentes no serviço (n=3.331).

Os participantes responderam a entrevista constando de:

dados sociedemográficos (sexo, idade, renda e escolaridade); morbidade referida (Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial e Dislipidemia); recebimento de orientação nutricional autorreferido; consumo alimentar, obtido pela média de dois Recordatórios Alimentares de 24 Horas; tempo de permanência no PAS; prática de atividade física; além de aferidas as medidas de peso e altura para o cálculo do Índice de Massa Corporal. O consumo de alimentos foi categorizado segundo a classificação NOVA de alimentos (alimentos in natura e minimamente processados; ingredientes culinários processados; processados e ultraprocessados) e estimado em calorias totais e percentual de energia. A associação entre o relato de recebimento de orientação nutricional e as informações socioedemográficass, de saúde e o consumo calórico, segundo os grupos alimentares da NOVA, foram verificadas pelos testes estatísticos de Qui-quadrado, Mann whitney e t de Student.

Resultados:

a maioria dos participantes era mulheres (88,5%) e com até 9 anos de estudo (63,8%). Aproximadamente metade dos participantes, possuía hipertensão arterial, 16,8% diabetes, 43,9% dislipidemia e 62,7% estavam com excesso de peso. O recebimento prévio de orientação nutricional foi relatado por 59,6% dos entrevistados, sendo mais prevalente entre os indivíduos que relatavam possuir alguma morbidade ou excesso. A maior contribuição calórica da dieta correspondeu ao consumo de alimentos in natura/minimamente processados (56,6%), seguido pelos alimentos ultraprocessados (27,7%), processados (10,9%), e ingredientes culinários processados (4,8%). Apenas o consumo de ingredientes culinários processados foi associado com o recebimento de orientação nutricional (5,2%, IC95%: 4,9; 5,5 vs. 4,5%, IC95%: 4,3; 4.7; p<0,01).

Conclusão:

o menor consumo de ingredientes culinários processados identificado entre os indivíduos que relataram ter recebido orientações nutricionais sugere um possível enfoque neste tipo de recomendação nas orientações nutricionais realizadas. Apesar do elevado consumo de alimentos ultraprocessados, não foram encontradas diferenças no consumo segundo o recebimento de orientação nutricional, denotando a necessidade de realizar no PAS intervenções que visem reduzir o seu consumo, haja vista seus efeitos prejudiciais à saúde.
Nutritional orientations are objective recommendations. It is one of the strategies used to increase the population's knowledge about adequate and healthy food in order to cause changes in dietary practices and assist in the prevention and treatment of diseases and health promotion.

Objective:

The aim of this study was to investigate food consumption according to NOVA, and it’s with the reported nutritional orientation in users of the Academia da Saúde Program (PAS).

Methodology:

This is a cross-sectional study, with individuals aged 20 years or older, users of the Programa Academia da Saúde (PAS) in the city of Belo Horizonte-MG (n=3.331). The participants answered a face-to-face interview with Socioeconomic information (gender, age, income, education), referred morbidities (diabetes mellitus, hypertension and dyslipidemia), reported nutritional orientation, food consumption, obtained from the average of two 24-hour recalls, length of stay in the PAS, practice of physical activity and measured weight and height. For analysis, the food consumed was classified according to NOVA in: unprocessed or minimally processed, processed culinary ingredients, processed food and ultra-processed food. The association between reported nutritional orientation and socioeconomic information, of health and food consumption were verified by the chi-square test, Mann Whitney test and t student test.

Results:

the majority of participants were women (88.5%) with up to 9 years of schooling (63.8%). Approximately half of the participants had hypertension, 16.8% diabetes, 43.9% dyslipidemia and 62.7% were overweight. Previous reception of nutritional orientation was reported by 59.6% of respondents. Individuals who reported having some morbidity had a higher percentage of receiving nutritional advices, as well as those who were overweight. The greatest caloric contribution corresponded to the consumption of unprocessed or minimally processed foods (56.6%), followed by ultra-processed foods (27.7%), processed foods (10.9%), and processed culinary ingredients (4.8%), only the processed culinary ingredients differed according to the reception of nutritional orientation (5.2%, 95%CI: 4.9; 5.5 vs. 4.5%, 95%CI: 4.3; 4.7; p <0.01).

Conclusion:

The lower consumption of processed culinary ingredients by those who reported having received nutritional orientation suggests a focus on this type of recommendation in nutritional interventions. Despite the identification of high consumption of ultra-processed foods, no differences in consumption were found according to the receipt of orientation. This result demonstrates the need to carry out interventions in the PAS aimed at reducing its consumption, given its harmful effects on health

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