Analgesia preemptiva em cirurgias de implantes dentais: (i) revisão sistemática e meta-análise; (ii) ensaio clínico triplo-cego, paralelo, randomizado e controlado por placebo
Preemptive analgesia in dental implant surgery: (i) systematic review and meta analysis; (ii) triple-blind, parallel, randomized and placebo-controlled clinical trial

Publication year: 2022
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia to obtain the academic title of Doutor. Leader: Costa, Fernando de Oliveira

Não existem evidências suficientes, para recomendar um regime analgésico específico, para o controle da dor em analgesia preemptiva, após cirurgia de implante dentário. Isto sinaliza a necessidade de estudos adicionais.

Esta pesquisa apresenta dois estudos com objetivos distintos:

(1) avaliar a eficácia da analgesia preemptiva em cirurgias de implantes dentais por meio de uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados. (2) avaliar e comparar por meio de um ensaio clínico randomizado (ECR), paralelo, controlado por placebo, a efetividade da analgesia preemptiva em cirurgias de implantes dentais unitários, buscando identificar dentre os analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) [eterocoxibe (ETERO), ibuprofeno (IBU), nimesulida (NIME) e acetaminofeno (ACETA)], qual possui maior eficácia no alívio da dor pós-operatória e na redução do uso da medicação de resgate comparados ao uso do placebo. Esta revisão sistemática com meta-análise seguiu as diretrizes PRISMA e foi registrada no PROSPERO (CRD42020168757). Cinco estudos foram incluídos na revisão e quatro foram incorporados à meta-análise. Uma meta-análise de efeito randômico comparou a eficácia da medicação preventiva em comparação ao placebo. Para a interpretação dos resultados utlizamos a certeza da evidência usando a abordagem Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) e a magnitude do efeito, de acordo com as diretrizes do GRADE. Todos os estudos demonstraram que a medicação preemptiva contribuiu para uma melhora significativa da dor pós-operatória. No entanto, o desvio médio padrão (DMP) geral agrupado mostrou, que, a medicação preventiva teve um efeito pequeno em comparação com o placebo, na redução da dor (DMP: -0,43; IC: -0,71; -0,15), com baixa certeza da evidência. Essa metanálise mostrou que a magnitude do efeito foi maior seis a oito horas após a cirurgia (efeito grande), comparada ao tempo de uma a duas horas, após a cirurgia (efeito pequeno). Concluiu-se que a analgesia preventiva pode ter um efeito positivo na redução da dor em comparação ao não uso de medicação preemptiva. No entanto, as evidências são ainda insuficientes. O ECR com inserção de implante dental unitário envolveu 135 indivíduos, com média de idade de 57,1 (±11,2), de ambos os gêneros alocados em 5 grupos (ETERO, IBU, NIME, ACETA e placebo). A ocorrência, tempo e a intensidade da dor foram analisados por meio testes de teste Qui-quadrado, Exato de Fisher, ANOVA e modelos de equações de estimativas generalizadas quando adequados. Todos os medicamentos testados proporcionaram um efeito benéfico da analgesia preemptiva. Isso foi demonstrado pela redução da dor pós-operatória e do menor uso de medicação de resgaste. O grupo IBU apresentou significativamente maiores escores de dor que os outros três grupos testes (IBU>ETERO=NIME=ACETA), que foram equivalentes entre si. Apesar da ocorrência de significância estatística, do ponto de vista da relevância clínica, a diferença entre os grupos foi pequena e todos os grupos apresentaram baixos escores de dor. Assim, sugerimos que a tomada de decisão em relação à escolha do medicamento deve considerar, também, a relação de custo-benefício, efeitos adversos e características individuais dos pacientes. Em adição, estudos futuros em cirurgias implantodônticas extensas (maior número de implantes inseridos e com enxertos ósseos/gengivais) apresentando alto rigor metodológico, ainda se faz necessário. (CAEE 83534618.5.0000.5149)
There is insufficient evidence to recommend a specific analgesic regimen for pain management in preemptive analgesia after dental implant surgery, signaling the need for further studies.

This research presents two studies with different objectives:

(1) to evaluate the effectiveness of preemptive analgesia in dental implant surgeries through a systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials. (2) to evaluate and compare, through a randomized clinical trial (RCT), parallel, controlled by placebo, the effectiveness of preemptive analgesia in single dental implant surgeries, seeking to identify among analgesics and non-steroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) [ eterocoxib (ETERO), ibuprofen (IBU), nimesulide (NIME) and acetaminophen (ACETA)], which is more effective in relieving postoperative pain and reducing the use of rescue medication compared to the use of placebo. The systematic review with meta-analysis was conducted by PRISMA guidelines and registered in PROSPERO (CRD42020168757). Five studies were included in the review and four were incorporated into the meta-analysis. A random-effect meta- analysis compared the effectiveness of preventive medication compared to placebo. The interpretation of the results followed the certainty of the evidence using the Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE) approach together with the magnitude of the effect according to the GRADE guidelines. All studies demonstrated that preemptive medication contributed to a significant improvement in postoperative pain. However, the pooled overall mean standard deviation (SMD) showed that preventive medication had a small effect compared with placebo in reducing pain (SMD: -0.43; CI: -0.71; -0.15) with low certainty of evidence. Our meta-analysis showed that the magnitude of the effect was greater six to eight hours after surgery (large effect), compared to one to two hours after surgery (small effect). It was concluded that preventive analgesia can have a positive effect in reducing pain compared to not using preemptive medication, but the evidence is still insufficient. The RCT with single dental implant insertion involved 135 individuals, with a mean age of 57.1 (±11.2), of both genders allocated into 5 groups (ETERO, IBU, NIME, ACETA and placebo). The occurrence, duration and intensity of pain were analyzed using Chi- square, Fisher's Exact, ANOVA and generalized estimating equation models when appropriate. All drugs tested provided a beneficial effect of preemptive analgesia demonstrated by reduced postoperative pain and reduced use of rescue medication. The IBU group had significantly higher pain scores than the other three test groups (ETERO, NIME and ACETA), which were equivalent to each other. Despite the occurrence of statistical significance, from the point of view of clinical relevance, the difference between the groups was small and all had low pain scores. Thus, we suggest that the decision making regarding the choice of medication should also consider the cost-benefit ratio, adverse effects and individual characteristics of patients. In addition, future studies in extensive implant dentistry surgeries (greater number of implants inserted and with bone/gingival grafts) presenting high methodological rigor are still necessary. (CAEE 83534618.5.0000.5149)

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