Estudo investigativo de sinais iniciais de autismo: uma pesquisa com bebês irmãos de crianças autistas
Publication year: 2021
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente to obtain the academic title of Doutor. Leader: Erika Parlato-Oliveira
As evidências apontam que muitos dos sintomas do autismo estão presentes no sujeito antes do primeiro ano de vida. A detecção de sinais iniciais do autismo antes dos 18 meses de vida favorece a proposta de intervenção. O objetivo geral deste estudo consistiu em descrever e avaliar a ocorrência de sinais iniciais para Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e sinais de risco para a aquisição de linguagem em bebês irmãos de crianças com o diagnóstico para TEA, considerados de risco para o desenvolvimento do transtorno. Trata-se de um estudo epidemiológico de coorte analítico prospectivo, no qual observou-se prospectivamente crianças de zero a 30 meses de idade que possuíam ao menos um irmão com diagnóstico de TEA e idade superior a 30 meses. O estudo foi desenvolvido através da aplicação de três protocolos de avaliação de sinais de risco para autismo, desenvolvimento infantil e aquisição de linguagem. Como a comunidade científica tem passado a valorizar a pesquisa com bebês irmãos de crianças autistas, em nosso primeiro artigo nos propusemos a realizar uma revisão de escopo, pudemos observar o quanto cresce cada vez mais o número de pesquisas e uma variabilidade de comportamentos “incomuns” são encontrados nessa população. As questões relacionadas à interação social, consequentemente aos aspectos do desenvolvimento da linguagem, são pontos em comuns que apresentam prejuízos nos irmãos de crianças com TEA. Em nosso segundo artigo verificamos as associações estatísticas entre os protocolos selecionados para pesquisa. Nossa experiência com o uso dos instrumentos PREAUT-OLLIAC, IRDI, SEAL na avaliação de bebês de risco para autismo demonstrou pela análise estatística uma associação entre eles, sugerindo uma aplicação conjunta para uma análise complementar e singular de cada caso. No terceiro artigo tivemos como objetivo analisar e descrever o comportamento da habilidade pragmática de irmãos de crianças autistas e realizar uma correlação entre o perfil comunicativo obtido pelo Protocolo de Pragmática e o resultado do Protocolo SEAL, utillizado para detectar presença e/ou ausência de sinais enunciativos de aquisição de linguagem. Na avaliação de crianças de risco para algum fator no desenvolvimento, espera-se resultados não tão positivos, ou que se encaixem dentro de algum critério diagnóstico. Nossos resultados mostraram que independente de uma pré-disposição a um risco no desenvolvimento, os bebês ainda assim podem convocar, provocar, buscar a interação e a continuidade dela. O quarto artigo objetivou observar e descrever os resultados da aplicação de instrumentos de identificação inicial de questões relacionadas ao TEA e ao desenvolvimento infantil. O acompanhamento longitudinal nos permitiu observar mudanças na trajetória das crianças e de suas famílias. Os resultados das segundas avaliações foram melhores do que os da primeira avaliação, em alguns casos os sinais de risco ao desenvolvimento desapareceram na segunda avaliação. Podemos compreender esse achado pelo fato dos bebês, assim como todos nós, estarmos em constante mudanças a partir das nossas experiências. Com os bebês aprendemos cada dia mais. Basta estarmos dispostos a escutá-los!
Evidence indicates that many symptoms of autism are present in children before the first year of life. The detection of initial signs of autism before 18 months of life favors the intervention proposal. The general objective of this study was to describe and evaluate the occurrence of initial signs for Autism Spectrum Disorder (ASD) and risk signs for language acquisition in sibling babies of children diagnosed with ASD, considered at risk for also development the disorder. This is an epidemiological prospective analytical cohort study, which prospectively observed children aged 0 to 30 months who had at least one sibling diagnosed with ASD and aged over 30 months. The study was developed through the application of three protocols for evaluating signs risk for autism, child development and language acquisition. As the scientific community has come to value research with sibling babies of autistic children, in our first article we proposed to carry out a scope review, we were able to obs erve how the number of researches grows and a variability of "unusual" behaviors are found in this population. Issues related to social interaction, consequently to aspects of language development, are common points that present losses in siblings of child ren with ASD. In our second article we verified the statistical associations between protocols selected for research. Our experience with use of PREAUT OLLIAC, IRDI, SEAL instruments in the assessment of children at risk for autism demonstrated a statistic al association between them, suggesting a joint application for a complementary and unique analysis each case. In the third article, we aimed to analyze and describe the behavior of pragmatic ability siblings of autistic children and perform a correlation between the communicative profile obtained by the Pragmatics Protocol and the result of the SEAL Protocol, used to detect presence and/or absence of enunciative signs language acquisition. In assessment of children at risk for some developmental factor, re sults are expected that are not so positive, or that they fit within some diagnostic criteria. Our observation has shown that regardless of a predisposition to a developmental risk, babies can still summon, provoke, seek interaction and its continuation. T he fourth article aimed to observe and describe the results of the application of instruments for initial identification of issues related to ASD and child development. Longitudinal followup allowed observe changes in the path of children and their famili es. The results of the second evaluations were better than those of the first evaluation. We can understand this finding from the fact that babies, like all of us, are constantly changing from our experiences. We affirm that with babies we learn more every day. We just have to be willing to listen them!