A queda é uma síndrome complexa e compreende fatores de risco intrínsecos e extrínsecos. Assim, o objetivo geral deste estudo foi elaborar um instrumento para identificação de fatores de risco extrínsecos associados aos acidentes por quedas de idosos longevos no domicílio. A pesquisa ocorreu em quatro fases. Na primeira, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com o objetivo de identificar ferramentas de identificação/avaliação de fatores de risco extrínsecos associados a quedas de idosos no domicílio. As buscas ocorrem em 4 bases de dados eletrônicas. A segunda fase foi a elaboração e validação em aparência e conteúdo do instrumento por um painel de juízes especialistas na área. A terceira fase consistiu de um inquérito domiciliar realizado no contexto da atenção primária, no município de Foz do Iguaçu/PR, e incluiu idosos com 80 anos ou mais de idade, de ambos s sexo, residindo de forma permanente, no mínimo 6 meses no domicílio investigado, castrados nas estratégias saúde da família. A amostra foi definida considerando o método para estimativas de proporções populacionais, utilizando-se correção para populações finitas. E na quarta fase, foi descrita a estrutura fatorial do instrumento segundo referencial teórico adotado. Foram encontrados 14 instrumentos de identificação/avaliação de risco extrínseco para quedas em idosos. Na literatura brasileira foram encontrados apenas dois instrumentos validados que permitem identificar fatores ou determinantes extrínsecos para quedas no domicílio da população idosa. A concordância entre os juízes, para os itens que permaneceram no instrumento, variou entre 95% a 100% e foram excluídos os itens com concordância inferior a 75%.

As sugestões geraram mudanças do instrumento tais como:

redação dos itens, substituição de alguns termos utilizados, exclusão de itens e inclusão de novos itens. Foram avaliados 300 idosos longevos, com a média de idade de 84 anos, e desvio padrão igual a 3,65 anos . A maioria dos longevos do sexo feminino, viúvo, residia com seus familiares em casa térrea e não possuía cuidador. Quanto à prevalência de quedas foi de 48,3% nos últimos 6 meses, IC[95%]; [0,426 ; 0,540] e a maioria delas ocorreu no ambiente interno do domicílio, no quarto no período do dia. O instrumento foi denominado Identificador dos Fatores de Risco Extrínsecos (IFRE) finalizado com 6 itens sobre variáveis sociodemográficas, 3 itens específicos de caracterização da última queda nos últimos 6 meses e 26 itens sobre o ambiente físico do domicílio categorizados nas dimensões pisos, facilitadores, circulação, tapetes mobiliário, acesso, comandos e controles e obstáculos, organizado em forma de escala com respostas dicotômicas, facilitando a avaliação da presença de riscos extrínsecos, e possibilitando a comparação. Constatou-se que existe uma lacuna na literatura que aborda o estudo desse problema. O IFRE gera informação imprescindível para a segurança de idosos longevos, pois permite a observação criteriosa, objetiva e padronizada dos fatores de risco extrínsecos associados às quedas no domicílio