O uso de metoclopramida em mulheres em trabalho de parto: uma revisão sistemática com metanálise
The use of metoclopramide in women in labor: a systematic review with meta-analysis
Publication year: 2019
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto to obtain the academic title of Doutor. Leader: Mamede, Fabiana Villela
Revisão sistemática com metanálise que buscou evidências científicas sobre o efeito do cloridrato de metoclopramida na evolução do trabalho de parto, a partir de ensaio clínico controlado randomizado e recomendações da Cochrane Collaboration. A busca atemporal e sem restrições de idioma, estruturada na estratégia PICOS-T, foi realizada em bases de dados Scopus, PubMed, EMBASE, Cochrane, CINAHL e Scielo, literatura cinzenta e referências cruzadas, com estratégias e descritores específicos. As ferramentas Rayyan e EndNote Basic foram adotadas para gerenciar as referências. O estudo foi conduzido por dois avaliadores independentes e a concordância entre eles foi medida pelo Índice Kappa. Foram identificados 2.884 artigos, mas apenas 04 eram elegíveis e a qualidade metodológica destes (risco de viés e sigilo de alocação) foi avaliada com base no Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool. O Grades of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation foi utilizado para avaliar qualidade das evidências e força das recomendações. O relato desta pesquisa foi baseado no Preferred Report Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes. Não houve conflitos de interesse e qualquer tipo de financiamento. Os estudos incluídos datam de 1982 a 1992, tem 734 parturientes, "Baixo Risco de Viés" (50%) ou "Risco de Viés Incerto" (50%) e "Sigilo de Alocação Adequado" (75%). Para Ahmed et al. (1982) a metoclopramida não é eficaz para iniciar a dilatação do colo uterino no trabalho de parto espontâneo. Para Vella et al. (1985) a metoclopramida não interfere no tempo de trabalho de parto. Para Rosemblatt et al. (1991) a metoclopramida pode atuar para coordenar as contrações do útero e melhorar a força expulsiva, reduzir o tempo e facilitar a passagem do feto. Para Rossemblatt et al. (1992) doses repetidas de metoclopramida provocam redução gradativa na duração de trabalho de parto, parto e dequitação. A metanálise com 02 estudos (92 parturientes) encontrou Mean Difference= 0.8116 e RR= 0.811 (IC 95%). O tempo médio de dilatação (horas) após uso de metoclopramida versus placebo foi 4.43 versus 2.21 para Ahmed et al., com RR= -2.22. Para Rosemlatt et al., este tempo foi 4.56 versus 8.74, com RR= 4.18. O p-valor= 0.7995 revelou que não tem diferença rejeitar ou não a hipótese nula referente ao desfecho clínico pesquisado (dilatação do colo uterino). O I2= 91,56% revelou alta heterogeneidade entre os estudos e limitada aplicabilidade de seus resultados. O Teste Q de Cochran= 11.84 mostrou que há diferença de efetividade entre os resultados, rejeitando a hipótese nula citada. O "Forest Plot" mostrou que as intensidades dos resultados individuais de cada estudo diferem entre si, o que significa ausência de efeito em relação ao desfecho clínico. Este estudo apresenta nível de evidência moderado e forte recomendação dos resultados. Não há comprovação científica de que a metoclopramida favorece a dilatação do colo uterino no trabalho de parto, portanto seu uso não é recomendado. As limitações deste estudo envolveram escassos estudos elegíveis e importantes diferenças nos resultados e medições dos estudos da amostra. Novas pesquisas experimentais devem ser realizadas. As evidências deste estudo são importantes para subsidiar a prática baseada em evidência na atenção ao parto e nascimento e melhorar os desfechos materno e neonatal
A systematic review with meta-analysis that sought scientific evidence on the effect of metoclopramide hydrochloride on the evolution of labor, from a randomized controlled clinical trial and recommendations from the Cochrane Collaboration. The timeless search and without language restrictions, based on the PICOS-T strategy, was performed in databases Scopus, PubMed, EMBASE, Cochrane, CINAHL and Scielo, gray literature and cross-references, with specific strategies and descriptors. The Rayyan and EndNote Basic tools were adopted to manage the references. The study was conducted by two independent evaluators and the agreement between them was measured by the Kappa. 2.884 articles were identified, but only 04 were eligible and their methodological quality (risk of bias and allocation secrecy) was evaluated based on the Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool. The Grades of Recommendation, Assessment, Development and Evaluation was used to evaluate the quality of the evidence and the strength of the recommendations. The report of this research was based on the Preferred Report Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes. There were no conflicts of interest and any kind of financing. The included studies date from 1982 to 1992, have 734 parturients, "Low Risk of Bias" (50%) or "Uncertain Bias Risk" (50%) and "Adequate Allocation Secrecy" (75%). For Ahmed et al. (1982) metoclopramide is not effective in initiating cervical dilatation in spontaneous labor. For Vella et al. (1985) metoclopramide does not interfere with labor time. For Rosemblatt et al. (1991) metoclopramide can act to coordinate the contractions of the uterus and improve the expulsive force, reduce the time and facilitate the passage of the fetus. For Rossemblatt et al. (1992) repeated doses of metoclopramide cause a gradual reduction in the duration of labor, childbirth and placental clearence. The meta-analysis with 02 studies (92 parturients) found mean difference = 0.8116 and RR = 0811 (CI 95%). The mean time of dilation (hours) after use of metoclopramide versus placebo was 4.43 versus 2.21 for Ahmed et al., with RR =-2.22. For Rosemlatt et al., this time was 4.56 versus 8.74, with RR = 4.18. The P-value = 0.7995 revealed that it has no difference to reject or not the null hypothesis referring to the clinical outcome investigated (uterine cervix dilatation). The I2 = 91.56% showed high heterogeneity between studies and limited applicability of its results. The Cochran Q Test = 11.84 showed that there is a difference in effectiveness between the results, rejecting the null hypothesis cited. The "Forest Plot" showed that the intensities of the individual results of each study differ, which means no effect in relation to the clinical outcome. This study presents a moderate level of evidence and a strong recommendation of the results. There is no scientific evidence that metoclopramide favors uterine cervix dilation in labor, therefore its use is not recommended. The limitations of this study involved scarce eligible studies and important differences in the results and measurements of the sample studies. New experimental studies should be carried out. The evidences of this study are important to subsidize the evidence-based practice in childbirth care and birth and to improve maternal and neonatal outcomes