Sobrevida e fatores prognóstico do Carcinoma Epidermóide de Boca e Orofaríngeo: análise de 1776 casos
Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the UFRN to obtain the academic title of Doutor. Leader: Gurgel, Bruno César de Vasconcelos
O carcinoma epidermóide (CE), destaque para o de boca (CEB) e orofaríngeo (CEOf), é o tipo de câncer mais frequente na região de cabeça e pescoço, com mais de 90% de apresentação nessas regiões, representando 6% de todos os carcinomas. Avaliação epidemiológica dessa patologia com base populacional ainda é escassa e essa neoplasia é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Diante desses fatos, este estudo tem o propósito de descrever e analisar a sobrevida com destaque para os principais fatores associados ao seu prognóstico. Para isso foi realizado um estudo de prognóstico retrospectivo em bancos de dados e prontuários, onde foram selecionados todos os casos com diagnóstico de CEB e CEOf da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, dos últimos 11 anos. As sobrevidas foram calculadas com Kaplan-Meier e comparação das funções com Log-Rank. Os riscos calculados em modelos univariados de Cox e modelos preditivos na análise multivariada de Cox. Para Sobrevida Livre da Doença (SLD) do CEB destacaram-se como fatores de pobre prognóstico, o Sistema de Gradação Histopatológica de Malignidade (SGHM) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em pouco diferenciada, localização na região retromolar, não ter companheiro conjugal, estadiamento avançados e tratamentos mais complexos. Essas características se repetiram na Sobrevida Global (SG) para CEB, com exceção do estado conjugal atual. Na SG do CEOf, a localização em base de língua e o consumo de álcool obtiveram os piores prognósticos. Já para SLD do CEOf, o SGHM OMS em pouco diferenciado, tabagismo e não ter companheiro conjugal, obtiveram os piores prognósticos. O SGHM OMS parece ser um fator prognóstico eficaz para o CEB. Não ter companheiro pode comprometer a SLD (CEB e CEOf), com repercussão na qualidade de vida do paciente, adesão e manutenção do tratamento. Os fatores de riscos já bem estabelecidos, como consumo de álcool e fumo, parecem se comportar como fatores prognóstico importantes no CEOf, mas devem ser abordados com cautela, principalmente quando não verifica-se o tipo, tempo e quantidade utilizados. Mesmo com a melhora na sobrevida do CEO e CEOf mediante avanços no tratamento, ela ainda preocupa a medida que aumenta a dificuldade do diagnóstico (Lábio>Oral>Orofaringe). Tanto para CEB como para o CEOf as sobrevidas foram consideradas medianas, reafirmando fatores prognósticos já bem estabelecidos, como estadiamento clínico e localização, outros ainda controversos, como SGHM, habito de fumar e de beber, ganharam força como fatores prognósticos independentes e um coadjuvante inesperado, o estado conjugal atual (AU).
The most common type of cancer in the head and neck region is the squamous cell carcinoma (SCC), which is more frequent in the mouth (SCCM) and oropharyngeal (SCCO), with a presentation of more than 90% in these regions, representing 6% of all carcinomas. Epidemiological evaluation of this population-based pathology is still scarce and this neoplasm is a public health problem in Brazil and in the world. Faced with these facts, this study aims to describe and analyze survival, highlighting the main factors associated with its prognosis. For this, a retrospective prognostic study was carried out in databases and medical records, where all the cases diagnosed with SCCM and SCCO of the North League Riograndense Against Cancer of the last 11 years were selected. Survival were calculated with Kaplan-Meier and comparison of functions with Log-Rank. The risks calculated in univariate Cox models and predictive models in the multivariate analysis of Cox. For SCCM's Disease Free Survival (DFS) the poor prognostic factors, the histopathological gradation system of malignancy (HGSM) of the World Health Organization (WHO) in little differentiated, location in the retromolar region, not having conjugal companion, advanced staging and more complex treatments. These characteristics were repeated in the Global Survival (GS) for SCCM, with the exception of the current marital status. In the GS of the SCCO, localization in basis of language and alcohol consumption obtained the worst prognoses. Already for DFS of SCCO, the HGSM in little differentiated, smoking and having no marital partner, obtained the worst prognoses. The HGSM appears to be an effective prognostic factor for SCCM. Not having a partner can compromise DFS (SCCM and SCCO), with repercussion on patient's quality of life, adherence and maintenance of treatment. Wellestablished risk factors, such as alcohol and smoking, seem to be important prognostic factors in SCCO, but should be approached with caution, especially when the type, time, and quantity used are not checked. Even with the improvement in the SCCM's and SCCO's survival through advances in treatment, she is still worrisome, as the difficulty of diagnosis increases (Lip> Oral> Oropharynx). Both SCCM and SCCO were considered median, reaffirming already well established prognostic factors, such as clinical staging and localization, others still controversial, such as HGSM, smoking and drinking habits, gained strength as independent prognostic factors and an unexpected coadjutant, the current marital status.