A percepção do enfermeiro acerca de suas vivências no acolhimento com classificação de risco
The nurse's perception about their experiences without reception with risk classification
Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto to obtain the academic title of Mestre. Leader: Luis, Margarita Antonia Villar
O estudo teve como objetivo analisar as percepções de enfermeiros no trabalho ao aplicar a classificação de risco em serviços de Urgência e Emergência, verificar o contexto de trabalho desses enfermeiros e avaliar indicadores de desgaste, valorização e reconhecimento.
Método:
Estudo quantitativo descritivo do tipo estudo de caso realizado em 4 serviços de Pronto Atendimento, participaram uma amostra de 33 enfermeiros. Coleta de dados, através observação participante (consulta a documentos, conversas informais com enfermeiros e a observação propriamente dita). Além de aplicação do instrumento EIPST (Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho) construída no Brasil por Mendes (2001) com objetivo de avaliar os fatores de Desgaste, valorização e reconhecimento. Resultados. Todos os casos conheciam o Protocolo de Classificação de Risco (PCR), porém não se verificou a padronização preconizada. O registro dos atendimentos realizados na PCR foi falho devido carência ou mau funcionamento de insumos (computadores); as instalações mostraram ser inadequadas em termos de ambiência (acolhimento dos pacientes e à realização do trabalho); os tempos de espera por atendimento médico após a PCR foram demorados (média de três horas para qualquer tipo de ficha). Dos enfermeiros destacam-se que poucos possuíam especialização em urgência e emergência, embora atuassem nos locais há um tempo considerável (média de 7,9 anos). E quanto ao trabalho executado (72,73% dos enfermeiros) relataram que rotineiramente estendem sua carga horária de trabalho. O fator valorização foi o que indicou diferenças significativas em relação ao desgaste e reconhecimento. Porém, os fatores valorização e Reconhecimento se mostraram próximos da média estipulada pela escala. O fator desgaste apresentou menor escore, embora enfermeiros possam estar em situações de desgaste em pequeno grau, pois na correlação entre o fator desgaste e esforços físico (81,25%) e mental (69,88%), houve resultados estatisticamente significantes. Além disso a maioria (87,88%) consideraram sua atividade repetitiva. Também mais da metade (60,61%) percebeu a supervisão do seu trabalho inadequada. Destaca-se o desgaste ocasionado pelo trabalho noturno, pela dupla jornada de trabalho através da correlação desgaste e carga horária estendida e ter outro vínculo empregatício. Mostraram escore de indicadores de valorização significativamente superior os enfermeiros submetidos a novas tarefas, assim como os que receberam treinamento para executar as suas tarefas e o consideraram adequado. Quanto ao reconhecimento, os que trabalhavam à tarde apresentaram escores significativamente superiores de reconhecimento em relação aos que trabalhavam à noite. Também os que perceberam a supervisão como adequada, apresentaram escores de reconhecimento significativamente superiores. Conclusão. O material coletado e analisado permitiu conhecer e compreender a realidade de uma amostra de enfermeiros de serviços de Urgência e Emergência, suas peculiaridades, deficiências ou limitações e os componentes do seu trabalho geradores de desgaste, favorecedores da valorização e reconhecimento. Melhoras devem ocorrer para a aplicação da PCR pois não há padronização na aplicação, além dos espaços e insumos para a sua realização não se mostrarem adequados para os profissionais e pacientes
The study aimed to analyze the perceptions of nurses at work when applying the classification of risk in and Emergency services, verify the work context of these nurses and evaluate indicators of wear, recovery and recognition.