A educação permanente em saúde para formação em saúde mental na atenção básica, guiada pelos princípios da socioclínica institucional
The permanent health education for formation in mental health in primary care, guided by the principles of institutional socioclinic

Publication year: 2018
Theses and dissertations in Portugués presented to the Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto to obtain the academic title of Doutor. Leader: Fortuna, Cinira Magali

A Educação Permanente em Saúde (EPS) é pautada na formação e no aprendizado no trabalho e pelo trabalho. Desse modo, considerando os desafios do cuidado em saúde mental na Atenção Básica, tivemos como objetivo desta tese analisar a EPS para formação em saúde mental na Atenção Básica, guiada pelos princípios da socioclínica. Optamos pela pesquisaintervenção por assumir seu caráter político de busca das transformações a partir da interrogação dos diversos sentidos cristalizados nas instituições, razão pela qual utilizamos como referencial teórico-metodológico a Análise Institucional e Socioclínica. A pesquisa iniciou a partir da oferta da intervenção à gestão municipal, oportunidade em que foi criado o dispositivo de inclusão da gestão no processo de escolha de duas unidades. Posteriormente a esta etapa, entramos no campo de intervenção e, após um mês, iniciamos as entrevistas semiestruturadas, buscando informações acerca do cotidiano de trabalho e das práticas de saúde mental na Atenção Básica, trabalho em rede e aspectos referentes à formação em serviço. Restituímos aos profissionais as informações das entrevistas transcritas e, a partir desta etapa, iniciamos os encontros de EPS, em um total de 12 com cada equipe. Durante os encontros de EPS, realizamos outras duas restituições, sendo que a última, realizada em fevereiro de 2017, representou o encerramento da pesquisa. Vinte e dois profissionais participaram do estudo, sendo que a média de profissionais presentes durante os encontros de EPS foi seis participantes. Utilizamos os conceitos da Análise Institucional e Socioclínica para guiar e compreender o processo de EPS, assim como para análise dos dados. Os resultados encontrados referiram-se aos efeitos da inclusão somente do gestor municipal no processo decisório das unidades, fato que gerou movimentos de resistência na equipe, durante a entrada em campo. Na sequência, apontamos a análise de encomenda e demanda como movimento importante para entrada em campo. A transformação da compreensão de EPS pela ação de fazer EPS, ou seja, na medida em que os profissionais vivenciavam a EPS, passavam a compreender a sua finalidade de formação e o aprendizado por meio do trabalho. Outro resultado importante foi o trabalho de análise das implicações primárias e secundárias da pesquisadora, a partir da identificação do seu modo de relação com as instituições que atravessaram o campo de intervenção. Também apontamos como resultado que alguns dispositivos criados para facilitar o processo de EPS provocaram analisadores, revelando modos de trabalho instituídos. Frente a isso, identificamos ainda que a EPS foi capaz de provocar mudanças no cotidiano de trabalho, configurando como movimento instituinte nesse processo. Assim, concluo que o trabalho é local e fonte de aprendizagem e que os princípios da Socioclínica Institucional podem potencializar o processo de EPS para formação em saúde mental, e apontar pistas facilitadoras para esse modo de aprender em serviço e pelo serviço
The Permanent Education in Health (PEH) is based on formation and learning at work and working. Thus, considering the challenges of mental health care in Primary Care, we aimed, in this thesis, to analyze PEH for mental health formation in Primary Care, guided by the Institutional Socioclinic principles. We opted for intervention research because it assumed its political character of search for transformations based on the interrogation of the various senses crystallized in the institutions, which is why we used the Institutional Analysis and Socioclinic as a theoretical-methodological reference. The research started from the offer of the intervention to the municipal management, an opportunity in which the device of inclusion of the management was created in the process of choosing two units. After this stage, we entered the field of intervention and, after a month, we started the semi-structured interviews, seeking information about the daily work and mental health practices in Primary Care, work in network and aspects related to in-service formation. We restored to the professionals the information of the interviews transcribed and, from this stage, we started the meetings of PEH, in a total of 12 with each team. During the meetings of PEH, we made two other refunds, the last one, held in February 2017, represented the closing of the research. Twenty-two professionals participated in the study, and the average number of professionals present during the PEH meetings was six participants. We used the concepts of Institutional and Socioclinical Analysis to guide and understand the PEH process, as well as for data analysis. The results found referred to the effects of the inclusion of only the municipal manager in the decision-making process of the units, a fact that generated resistance movements in the team during field entry. In the sequence, we point out the analysis of order and demand as an important movement for entry into the field. The transformation of the understanding of PEH by the action of PEH, that is, to the extent that professionals experienced PEH, came to understand their purpose of formation and learning through work. Another important result was the work of analyzing the primary and secondary implications of the researcher, based on the identification of her mode of relationship with the institutions that crossed the field of intervention. We also pointed out as a result that some devices created to facilitate the PEH process triggered analyzers, revealing established working modes. Facing this, we also identified that the PEH was able to provoke changes in the work routine, setting it up as an instituting movement in this process. Thus, I concluded that work is a place and a source of learning and that the Institutional Socioclinic principles can enhance the process of PEH for mental health formation, and point out facilitating ways of learning in service and through service

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