Avaliação das instituições de ensino médico e do estudante de medicina: relatório do VII Fórum Nacional de Ensino Médico
Publication year: 2017
Há dois anos, como resultado da falta de controle e de
avaliação do eixo ensino-aprendizado, existiam 257 escolas
de medicina no País, muitas instituídas sem critérios técnicos e
demográficos indispensáveis a uma elogiável política educacional.
Em agosto de 2017, tínhamos 293 desses estabelecimentos, em
sua maioria na área privada, ao custo médio mensal de R$ 6.753,94,
financiados em grande parte com o erário público, por meio do
Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
As perspectivas são de dívidas vultosas para os futuros
médicos e de improváveis ressarcimentos ao erário, que neste
contexto subsidia o lucro do capital privado. Por outro lado,
a Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina
(Anasem), limitada ou restrita ao conhecimento de resultado pelo
próprio aluno e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Sem quaisquer repercussões,
tornou-se um exame inócuo, posto que o egresso avaliado
como insuficiente receberá um diploma de médico, em absoluto
paradoxo à ética da responsabilidade social.
Em face dessas circunstâncias e das suas trágicas
consequências, é recomendável a leitura deste compacto texto sob o título Avaliação das instituições de ensino médico e do
estudante de medicina, elaborado pela Comissão de Ensino
Médico do Conselho Federal de Medicina (CFM), com base nos
eventos realizados em parceria com a Associação Médica Brasileira
(AMB), a Associação Brasileira de Educação Médica (Abem) e
associações estudantis.
A leitura do texto in comento possibilitará uma melhor
compreensão dos efeitos negativos “das moedas de troca” e
suas interferências predatórias, com danos irreparáveis ao
ensino médico e decorrentes prejuízos à sociedade brasileira,
ao prestígio da medicina e ao bom conceito daqueles que a
exercem na República.