Publication year: 2020
Theses and dissertations in Portugués presented to the Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Instituto de Saúde to obtain the academic title of Doutor. Leader: Toma, Tereza Setsuko
Introdução:
Os inibidores da bomba de prótons são fármacos indicados para a supressão ácida gástrica. O uso sem justificativa apoiada em evidências científicas pode contribuir com a polifarmácia, interações medicamentosas e, em longo prazo, causar reações adversas graves. Estudos orientam os médicos à desprescrição dos IBP a fim de interromper, reduzir doses ou promover o uso sob demanda. Nos últimos cinco anos o omeprazol esteve entre os quatro medicamentos mais dispensado na rede municipal de saúde de São Paulo. Foram, em média, 148 milhões de DDD. Objetivos:
Identificar evidências científicas sobre desprescrição dos inibidores da bomba de prótons, analisar aspectos relacionados à prescrição e promoção do uso racional de omeprazol em Unidades Básicas de Saúde da Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste do município de São Paulo. Métodos:
Realização de uma revisão rápida sistemática sobre desprescrição dos inibidores da bomba de prótons e de um estudo transversal mediante inquéritos semiestruturados com médicos e farmacêuticos. Resultados:
Quatro revisões sistemáticas foram selecionadas, mostrando que a desprescrição abrupta foi associada a um risco aumentado de retorno dos sintomas e que intervenções educativas dirigidas aos prescritores, farmacêuticos e pacientes são estratégias efetivas na desprescrição dos inibidores da bomba de prótons. De 157 médicos respondentes, 73,3% referiram prescrever omeprazol para doença de refluxo gastroesofágico; 65,1% para tratamento de úlcera gástrica decorrente de infecção por Helicobacter pylori; 62,3% para síndrome dispéptica; 46,6% para esofagite erosiva; 43,2% para úlcera gástrica e duodenal; 20,5% para úlcera gástrica secundária a anti-inflamatórios não esteroides; 16,4% para condições específicas e 15,8% para “outras indicações”. Entre os 45 farmacêuticos respondentes, 100% referiram realizar orientação farmacêutica, 97,8% consulta farmacêutica, 73,3% reunião de equipe, 68,9% grupos educativos, 66,7% atendimento domiciliar, 53,3% a educação permanente e 48,9% abordagem voltada ao omeprazol. Conclusões:
A maioria dos médicos referiu prescrever omeprazol para as indicações baseadas em evidências científicas. A maioria dos farmacêuticos têm desenvolvido serviços clínicos para o uso racional de medicamentos e, parte deles, também ações voltadas ao omeprazol. No entanto, um baixo percentual de farmacêuticos referiu realizar atividades educativas voltadas para a equipe de saúde. Potencial de Aplicabilidade:
Sensibilizar gestores e subsidiar profissionais da saúde quanto ao processo de desprescrição, bem como reforçar ações relativas ao Cuidado Farmacêutico para a promoção do uso racional do omeprazol.