Introdução:

As modificações ocorridas no cenário demográfico brasileiro, resultando em um aumento da população idosa, são acompanhadas também por modificações no perfil de morbimortalidade dessa população, com predominância das doenças crônicas não transmissíveis (transição epidemiológica). Nesse contexto, ocorreram modificações no padrão de comportamento alimentar e na redução de atividades físicas acarretando a transição nutricional, sendo que o aumento das prevalências do sobrepeso e da obesidade são os principais legados dessa transição. Considerando que a obesidade é uma condição de difícil manejo, diversos profissionais de saúde e pesquisadores da área têm se debruçado sobre o fenômeno.

Objetivo:

Avaliar os efeitos de um grupo educativo/terapêutico com idosos em tratamento da obesidade.

Metodologia:

Trata-se de um estudo analítico, experimental, do tipo “antes e depois”, com abordagem quantitativa com idosos participantes do “Grupo Obesidade”, usuários de um centro de referência localizado na zona norte de São Paulo. Foi realizada uma avaliação dos efeitos do grupo educativo/terapêutico por meio da comparação dos resultados antes e depois da intervenção grupal. Foram analisados dados antropométricos, testes físicos, escala de auto-percepção do desempenho nas atividades de vida diária, teste de avaliação de qualidade de vida, conhecimentos em nutrição e consumo alimentar.

Resultados:

Observamos efeito positivo em diversos aspectos: redução nas medidas antropométricas, melhora na auto avaliação de saúde, aumento nos conhecimentos em alimentação e nutrição, mudança positiva em comportamentos na hora da alimentação e no consumo alimentar, melhora no teste físico, melhora no desempenho funcional nas atividades da vida diária, além da melhora em algumas dimensões da qualidade de vida. Observou-se que pessoas que consumiram bebidas adoçadas após a intervenção apresentaram significativamente menor probabilidade de perda de peso; que pessoas com 75 anos ou mais apresentaram menor probabilidade de melhorar o desempenho físico e que pessoas que perderam peso e aquelas que tiveram melhores avaliações (regular e boa) na dimensão sensório e intimidade apresentaram maior probabilidade de melhorar a capacidade funcional auto referida.

Conclusão:

os resultados positivos encontrados após as intervenções, sugerem que as estratégias de intervenção multiprofissional baseadas na educação nutricional, na prática de exercícios físicos regulares e também ao estímulo do auto-cuidado na saúde em geral propostas para o “Grupo Obesidade” tiveram o êxito esperado.