Parte dos achados de sua pesquisa de mestrado, na qual buscou conhecer a saúde mental dos profissionais de saúde, destacou como um dos problemas centrais a “fragmentação das relações pessoais que minam o trabalho de equipe, trazendo conflitos de toda ordem, inclusive os éticos”. Como professora de disciplinas que abordam a ética em duas universidades em Sergipe e como profissional e estudiosa da saúde mental, nesta pesquisa fez uma revisão sistemática da literatura nacional e internacional no espaço de cinco anos. A partir de um questionário aplicado, selecionou os principais aspectos abordados pelos respondentes e compôs grupos focais com médicos e enfermeiros, separadamente, nos quais identificou e discutiu as categorias de análise centrais abordadas por eles: os conflitos éticos vivenciados na prática profissional, seja com os pacientes, com os profissionais entre si, seja da mesma ou de outra categoria profissional e conflitos com os gestores e instituições empregatícias; questões relacionadas ao ensino da ética na formação profissional; conflitos de interesse em relação a instituições de saúde ou à indústria de medicamentos ou insumos; problemas ligados à escolha da profissão ou da especialidade, abordados especificamente pelos médicos; condições favoráveis ou desfavoráveis ao enfrentamento dos conflitos. Ganhou especial destaque nas discussões o tratamento diferenciado de pacientes a depender de sua vinculação ao sistema público ou particular, o abandono de plantões ou a negação de assistência, a sobrecarga e as más condições de trabalho e os conflitos de interesse. Não me cabe aqui tirar do leitor o prazer da descoberta, pois a obra é muito mais rica do que se pode dizer em curto espaço.